sábado, 27 de dezembro de 2014

Bifurc(ação)


De tanto misturar imaginação e lembrança,
Não sei se os lábios disseram ou apenas sorriram.
(Ou se sorriram verdades ou disseram risadas).
Mas entre uma decisão e outra,
E em meio a esse turbilhão de escolhas,
Estamos condenados
A nunca sabermos
Como seríamos
Se tentássemos
Seguir um ao lado do outro.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Piedade

Justo eu, que sempre priorizei a liberdade,
Me vejo agora
Presa na saudade.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Entre pausas.

Posso estar contigo até certo ponto.
E você só pode estar comigo até certo ponto.
Podíamos arranjar um ponto em comum,
juntar tudo,
fazer reticências e
ficar um pouco mais...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Fotos espontâneas, risadas instantâneas

Eu sei que eu deveria ir embora. Cumprir minha palavra e dar o fora o quanto antes. Mas fiquei praticamente refém dessa sintonia.
O que levo no peito é uma leveza sem fim. Na cabeça, os bons momentos e nos pés, o vento...
E sabe... Talvez isso acabe um dia e por fim, o tempo me leve embora por conta própria. Mas enquanto isso eu fico. Fico por gostar das horas passando depressa e com graça. Fico pelas risadas que ficaram eternizadas nas fotos. Fico pra aquarelar teus mistérios. Fico por gostar da sua cara confusa quando faço jogo de palavras. Por gostar da sua voz saindo do telefone de madrugada. Fico pelo aconchego do abraço longo e apertado. Pela sua poesia que rima tão bem com a minha, mesmo que sem querer.
Fico porque não me faz mal algum. Porque meu riso vem do que temos e não depende de planos, possibilidades, futuro ou nada assim. Por cada mini momento que tem por consequência uma euforia que permanece por horas, dias e semanas dentro de mim.
Eu deveria ir embora. E você também deveria, antes que a gente acabe estragando tudo.
Mas fazer o que... Fico. Fico porque quando tô aí, parece que seus olhos adiam o "tchau" até quando possível, conversando com os meus numa linguagem exclusiva. E fico principalmente porque gosto como me olha quando está gostando de ficar por aqui.

Versos entre nós

Pois vejam só!
Logo eu, que sempre escrevi em prosa
Cá estou, feito adolescente sorridente e inquieta,
Espalhando rimas e cores
Pelas ruas de outrora.

Pelos trajetos de certos traços...

Teu sorriso dobra a esquina
E meus lábios, de bobos,
Seguem o rastro e sorriem até o fim do dia...


domingo, 7 de dezembro de 2014

Gargalhada da alma!

Logo quando eu nasci, uma fada veio me visitar com seu pó de pirlim pim pim.
Ali, no meu berço me colocou um feitiço: "Olá pequena menina, vim te entregar um dom especial. Ele vai te ajudar a enxergar o que há de melhor na pessoas. Desde pequena você será capaz de decifrar todo o tipo de sorrisos. ". PLIM!
E assim foi.
Fui crescendo e aprendi a reconhecer sorrisos de canto, a ouvi-los nas nuances do tom da voz, a acha-los disfarçados de pranto.
Percebi que existem sorrisos-risada, sorrisos abertos e sorrisos amarelos.
Depois de um tempo aprendi também a diferenciar um sorriso de alma e um sorriso de capa de revista. Sorrisos verdadeiros dos falsificados.
Passei então a ler sorrisos e não apenas reconhecê-los. Foi então que eu notei que eles não são feitos apenas de lábios. Os olhos também sorriem. As músicas, o cafuné e o devaneio também. Aliás, estes sorriem mais que os lábios.
Algumas pessoas tentam esconder os sorrisos com as palavras. Que idéia boba! Onde já se viu achar que palavras trazem mais felicidade do que a liberdade de um sorriso!? Se assim fosse, teríamos por aí pessoas completamente enroladas num romance com dicionários.
Também percebi que pessoas tem dificuldade em sorrir. Algumas travam o riso e se fecham no cinza. De repente já estão andando com as costas curvadas, olhos nas guias da calçada e dentes escondidos o tempo todo. Mas se reparar bem, elas estão quase sempre com os braços cruzados ou em volta do corpo, como se abraçassem a elas mesmas... Talvez o que lhes falta seja isso. Abraços... Afinal, que abraço bem dado não desperta o sorriso colorido de alguém? Ofereça seu sorriso, seu abraço... Quem sabe seja o primeiro passo a ajudá-las a erguer os olhos dos pés pros lábios... E talvez o motivo que lhes bloqueia a gargalhada seja mais complicado do que imaginamos...
Sabe, se você não teve a sorte de uma fada jogar um feitiço desses em você, fique tranquilo, descobri que não é preciso de pó de pirlim pim pim pra começar a entender arrancar os sorrisos de alguém.
Fica então meu maior truque e aprendizado sobre sorrisos:
Nada é mais forte que um sorriso genuíno. Este não se esconde de jeito nenhum. E podem tentar camuflá-lo a todo custo, do mundo todo, mas ele se mantém vivo, nem que você mesmo seja a única pessoa a saber disso. Mas ele fica fazendo festa dentro do corpo, dançando e contando piada, até você não aguentar mais e soltá-lo, de olhos fechados, na madrugada do quarto. E pronto... Você sabe que é real quando sorri assim, sem ninguém pra ver e antes de dormir.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Arranha-céu:



Achando que tivesse perdido uma de suas estrelas, a Noite tentava alcança-lá durante seu sono. O máximo que conseguia era fazer com que aparecesse um leve sorriso naquele rosto, como se os sonhos lhe fizessem cócegas.
A Madrugada, pequenina, ia chegando e quis saber do que se tratava.
A Noite, ainda encarando a menina, respondeu meio sem graça:
- Essa aí tem cara de estrela cadente. Deve ter se atirado por amor, ou tropeçado por falta de jeito...
 - Ou então é estrela carente...
E ficaram ali, observando aquele pedacinho do cosmo. Mal sabiam que se tratava de um exemplar de menina-cabeça-nas-nuvens. Dessa gente que todo dia quando acorda se espreguiça, espreguiça e espreguiça, esticando-se inteira como se tentasse alcançar o céu recém amanhecido.
Dorme menina-estrela. Dorme que logo o sol te busca pra iluminar tuas cores...

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Sómente.

Por fim, entrou em decadência ao não suportar mais o silêncio.
Estava sozinha. Mais sozinha que nunca. Atada e sem forças. Não era mais capaz de seguir adiante sem suas respostas, sem ajuda e sem um ouvinte às suas súplicas. Não havia quem quisesse ouvi-las afinal. O que a sustentava agora era apenas o chão. Nada de corrimão, nada de paredes para apoio e nem mesmo havia as cordas que antes a sentavam como boneca-marionete.
 O chão não impedia nada, não bastava. Chão que não se desdobra nem cria novas superfícies. Não tenta emergir para subir um pouco mais alto. Não. No máximo, se rompe e cria uma fenda no solo. Pra descer ainda mais e vez ou outra, fazer alguém tropeçar e cair ali.
Tremeu, os joelhos cederam. Pela primeira vez baixou a cabeça. Cansada de tentar mudar alguma coisa afrouxou os músculos, parou resistir. Era impossível dar mais um passo. O cansaço tomara conta dela, finalmente.
Não. Era fraca. Sempre soube. E era incapaz de seguir só.
Sempre tivera medo do escuro, mas chegará a hora de fechar olhos.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Tiro no pé

Engraçado que o rapaz que é um "defensor da família" e por isso é contra a união de homossexuais, é o mesmo que bate na esposa quando chega em casa.
A guria que vai na igreja e segue o perfil "eu escolhi esperar" nas redes sociais é a mesma que dá em cima do namorado de outra pessoa.
O cara que acha nojento dois gays se beijando é o mesmo que assiste pornô lésbico na internet.
O rapaz que é contra a liberação da maconha porque isso viciaria os jovens, fuma feito condenado e toma um porre todo fim de semana.
O homem que condena o aborto é o mesmo não deu nenhum suporte emocional ou que até mesmo abandonou a mulher quando soube que ela estava grávida.

Agora me explica:
Quem é que tem os valores invertidos nessa história? Quem segue na prática aquilo que defende em teoria?

Por fim, a pessoa que vai ler isso e dizer "nossa, que menina com a moralidade baixa" vai ser a mesma que não entendeu que esse texto não fala sobre Valores Morais e sim sobre Hipocrisia.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O amanhã de hoje

Vez ou outra me pego repontuando músicas, descobrindo ambiguidades, interpretando olhares.
Não há um momento sequer onde eu não esteja resignificando algo que parece óbvio. Ou tentando desvendar pessoas e momentos  indecifráveis.
Olhos que mudam de cor, sorrisos escondidos nos cantos dos lábios. O pôr do sol laranja e rosa, bolhas de sabão e estrelas cadentes. Na minha cabeça tudo soa como verso e poesia. O mendigo do viaduto, o casal apaixonado no parque, o vira lata e a criança.
Pessoas e suas rimas. Olhares e sonetos.
Tudo que pode ser dito sem o uso da palavra.
Enquanto isso, eu só observo. Imagino a história que cada coisa carrega consigo.
Invento e reinvento o futuro, brincando de Deus.
Como é bom saber que existem inúmeras possibilidades. E como é estranho imaginar o poder que as escolhas carregam.
Passo madrugadas inteiras dando liberdade pra minha cabeça pensar o que quiser, é quando eu me perco em histórias alheias e viajo pra vidas que não existem. E é ai que minha mente mostra quem tem o controle de quem. Deitada no escuro, refém das cores da minha imaginação.

domingo, 5 de outubro de 2014

Das palavras que eu imagino ouvir...

Mata-me com as verdades mais ríspidas, grite e diga que vai partir. Arrume suas tralhas, me empurre pra fora do seu caminho. Atravessa-me berrando obscenidades e aponte teu dedo pros seus piores defeitos.
Em seguida, encara-me os olhos e enxerga minha alma.Beija-me os lábios com o calor dos nervos, me arranha as costas diz que eu não presto enquanto o beijo e a lágrimas se confundem num só.
Por fim, fica. Fica porque sabes que preciso de ti. Que sem você aqui eu fico bem pior. E fica porque sabe que te amo. Fica porque minha vida já toma metade da sua própria. Porque não vale a pena que teus  olhos chorem por outro alguém. Fica porque eu faria tudo pra segurar tua mão pra sempre. Porque sabe que eu tento fazer as coisas darem certo. Fica porque a cor dos teus olhos não falam outra língua que não seja a cor dos meus. Porque tua alma não encaixa melhor em nenhuma outra. E fica, principalmente porque você sabe que custe o que custar, nós vamos dar certo um dia.
Escolha ficar a cada pôr do sol, mesmo que tua razão te mande ir embora a cada amanhecer.
 Desfaça as malas, mas não guarde nada de volta nas gavetas. Deixe tudo num canto, pronto pra semana que vem...


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Sobre o Ser-Ator

Eu amo a arte dramática.
Arte dramática, vejam bem. Não estou falando apenas de teatro, de artes cênicas, ou o que seja.
Digo isso porque sou apaixonada por algo que ultrapassa formação acadêmica, hábitos, estudos ou espaços físicos. Ultrapassa o palco, os jogos, os roteiros e diálogos.
Não. Não é só isso.
Eu amo a reação de alguém ao saber que está sendo observado por terceiros. No palco, na rua, no metrô, num sorriso...
Amo a capacidade do ser humano de parar e olhar pra dentro de si. Saber escutar os milhares de "eu's" que gritam - ou silenciam - dentro de nós.

Há quem leva o Teatro como trabalho ou como hobbie. Admiro muito essas pessoas. Admiro a dedicação e o estudo que eles adquirem perante isso. São normalmente inteligentíssimas, com argumentos pra todo tipo de assunto e princípios que desafiam qualquer imposição.
Mas existe uma magia que é viver o teatro.
Esse segundo tipo de pessoas vestem o teatro enquanto andam a caminho de seu trabalho (e vocês ficariam surpresos de saber quantas delas nunca sonharam em subir no palco ou se envolver com artes cênicas), elas rabiscam sentimentos no ar, sentem o cheiro do azul, fecham os olhos pra enxergarem gargalhadas de alguém que vai passando.
Essas pessoas tem a tranquilidade da alma leve - mas nunca simples - que só alguém que está constantemente em atuação pode ter.

Amigo, teatro não é a escolha mais rentável do mercado brasileiro e muito menos a mais fácil. Ninguém escolhe o teatro por causa do salário, do portfólio iminente ou porque é super reconhecido. Aliás, se você escolheu esse caminho por um desses motivos, você provavelmente faz parte primeiro grupo de pessoas que eu citei ali em cima. Mas de qualquer forma, se você escolheu teatro vai ralar pelo reconhecimento do seu trabalho, vai sofrer inúmeros tipos de preconceitos e vai ter que estudar até emendar uma noite na outra sem cochilo nenhum. (Ao menos que você seja o Caio Castro, claro). 
Como recompensa você poderá ser quem você quiser. Poderá se descobrir um pouco mais a cada personagem. Irá sentir sensações que nunca precisou sentir em sua vida normal. Vai rir suas melhores risadas nas coxias com pessoas fantásticas. Vai gritar, discordar e brigar com essas mesmas pessoas. 
Costumo dizer que teatro nunca deveria ser visto como profissão. Ele deveria ser um meio pra se tornar alguém pleno. 

Ator de verdade se permite sentir as emoções de qualquer indivíduo do mundo. Se permite ir de encontro a outro coração e ligar-se ali por tudo o que a pessoa é e principalmente pelo que poderão ser juntas, nem que por um breve encontro de alguns minutos.

Milhares de estudiosos dizem que é essencial saber separar a vida do ator da vida pessoal. Eu, de forma leiga e simples, discordo plenamente. Não se separa uma coisa da outra. Mesmo que isso cause a conhecida sensibilidade extrema, mesmo que haja desequilíbrios emocionais, mesmo que isso te torne alguém inconstante... Mesmo que você tenha que criar escudos pra continuar vivendo num mundo que não te permite sentir isso. Mas não se separa o Ser e o Ator. 
A vida é seu repertório. tudo a sua volta é laboratório e cada segundo pode ser a deixa pra sua entrada ou o desfecho da sua peça. É de extrema importância SER ator e não apenas vestir o titulo quando lhe convêm.  

Termino meu desabafo aqui, com um texto que meu professor me deu essa semana, que tocou profundamente meu "eu-atriz".

 Ator
Plínio Marcos
Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o bastante para fazê-lo indiferente às desgraças e alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave no qual ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu em sua vida.
Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade, e por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que, por desencanto ou medo, se sujeita, e por aí inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.
Os atores têm esse dom. Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos nos quais não existem defesas. Os atores, eles, e não os diretores e os autores, têm esse dom. Por isso o artista do teatro é o ator. 

O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas, o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade, e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de seus personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.

Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor, que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor. Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem ter – não é o dinheiro, não são os aplausos - é a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Entulhos Pessoais


Coisas que eu sei que ninguém vai ler.
Rabiscos e rasuras que eu sei que ninguém vai ver.

sábado, 20 de setembro de 2014

Fragmentos de um todo #1

Uma sensação gelada atravessou-me o corpo, começando da cabeça e descendo devagar, como se despejassem água sobre mim. Não abri os olhos. Eu sabia o que tinha acontecido e, só ali, me deparei o quão assustador tinha sido meu pedido. Ouvi, quase num sussurro, bem perto do ouvido.
"Vai e segue. Teu encantamento agora está quebrado. Agora tu poderás ver o mundo sem o véu que lhe cobria os olhos. Tuas perguntas serão respondidas e não estarás mais sob o efeito da ilusão.".
Abri os olhos. Imediatamente voltei a fecha-los com força. Primeiro pra impedir a visão, depois para impedir a liberdade de estranhas gotas que tentavam escapar de meus olhos. Será que eu estava vazando?
"São lágrimas. Logo irá entender o porquê tentei mantê-la sob o feitiço. Abra os olhos, anda..."
Abri. Vi o mundo estranhamente cinza. Tudo estava opaco como se houvesse poeira demais nas superfícies. Pisquei várias vezes pra ter certeza que era real. E era.
Ainda atrás de mim ela tornou a sussurrar com aquela voz meio piedosa e meio cética:
"Valeu a pena?"

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

em cifras por aí




Citações...

"Você pode ter o melhor emprego mundo, ser muito bom no que faz.
Você pode estar estudando as coisas que você mais gosta com ótimos professores.
Você pode ter os amigos e a família mais leais existem.
Mas se o coração não está bem... Aaaah... Se o coração não vai bem, não importa o quão bom esteja o resto, ficamos cegos..."

— Kauan Scaldelai

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Eco

Você colhe o que planta, sabe? Vez ou outra nos magoamos com pessoas que gostamos muito. Acontece. Mas se isso é normal na rotina, devemos começar a olhar pra nós mesmos.
Não é normal estar rodeado de gente que mente. Como estão nossas atitudes perante a verdade, então?
Não é normal estar sempre ao lado de gente que não está nem aí pra sua felicidade. Mas o que você tem feito pra não magoar aquela outra pessoa?
Se você está rodeado de pessoas que traem sua confiança, onde estão as que merecem e por que não estão por perto, também contando com você?
É muito fácil reclamar das pessoas que te rodeiam, difícil é enxergar porque você as atraiu.
Se você se incomoda com isso, é melhor começar a esforçar-se pra não parecer com elas.
Só dizendo...
Mais uma reflexão da madrugada, apenas.

sábado, 9 de agosto de 2014

Retirada

Não pense que meu coração é aquietável. 
Não é.
Porém hoje decidiu ficar silencioso, como quem quer tirar férias.
Nem nota-se que há um coração ali.
E quem repara, logo vê que na cabeça está um barulho infernal.
De resto, nota-se um olhar opaco.
E lábios sem beijos ou sorrisos guardados dessa vez.
Mãos frouxas.
Pele úmida.
Estão todos no andar de cima.
Cabeça-escritório, abrigando tudo e todos.
E logo ela, a razão, sempre tão recolhida, abraça a todos e os protege ali até que tudo volte ao seu juízo perfeito...

Etiquetas, potes e rótulos.

Óbvio que eu já sabia. Óbvio que eu imaginei esse momento praticamente todas as noites durante meses. Óbvio que eu tentei me preparar. Ainda assim, eu nunca senti tamanho vazio em toda a minha vida.
Não há raiva. Por ninguém dos lados.
Não há tristeza. Por nenhum fato que eu desconhecesse.
Não há nada, simplesmente nada, além do vazio onde se encontravam sorrisos, lealdade e essência. Nada além do sentimento de perda.
Perda de entusiasmo.
De fome.
De fé.
De coragem.
De vontade.
De sonhos.
De sono.
Mas a pior foi a perda de mim. Devo ter me esquecido na chuva. Queimei junto com o envelope pardo. Escorri salgada dos meus próprios olhos ou talvez tenha travado entre um princípio ou outro, impedida de prosseguir inteira.
É isso. Meu corpo apenas está.
Esqueci a alma em alguma frase já gasta na ferrugem.
E obrigada as devidas partes que tentaram impedir que esse ponto chegasse aqui, por um motivo ou dois. A  minha intuição e dedução. À racionalidade que ainda bate cochichando esperança. E à andarilha que também se feriu com tanto espinhos de um coração covarde e egoísta. Não fica mágoa, raiva ou rancor. Isso também perdeu-se por ai (ainda bem?). Que eu seja capaz de distribuir as devidas cicatrizes pra cada ferimento.
E se tiver alguém que achar um de meus cacos por ai, veja, por sinal se ele ainda brilha. Porque essa noite jaz aqui em mim um corpo completamente apagado que precisa urgentemente de um motivo pra ver o reflexo de estrelas em pares de olhos.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Asas...

Mas a covardia corrói.
Um ser humano sem coragem vai se desintegrando até virar pó.
E não existe pó com caráter. Não existe pó com dignidade.

A partir do momento que tu deixa o medo te invadir, começa a a queda num abismo.
A verdade te dá a chance de criar asas. Te dá a tão estimada liberdade.
É natural ter medo da queda. Quem nunca sentiu que a única opção era esperar estatelar-se no chão?
Mas não. Tem outro caminho.
E por mais que as vezes pareça a pior opção, por mais que pareça que escolher a coragem seja dolorido demais, lembre-se: tu ainda não chegou ao chão....

Crie asas. Você merece isso.


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Um pouco da verdadeira poesia...

E ali no escuro, o sussurro veio em meus ouvidos:
"Seu corpo faz poesia"
Um sorriso de canto apareceu em meus lábios, satisfeita em ouvir aquilo.
Mal sabe ele que ali desmontada sobre o calor de sua pele não era a poesia que se encontrava.
A poesia tinha ficado há alguns minutos atrás,  recitada ao pé do ouvido, sussurrada a quatro paredes. Tinha sido desenhada nas curvas e no percurso das mãos. Escrita com suor, dividida e permutada, feita por dois que se tornam um.
A poesia era o encontro, era o compromisso. Era a descoberta do novo naquilo que já tinham, que sempre tiveram.
Era uma vida feita por versos e rimas. Uma vida feita por duas.

domingo, 11 de maio de 2014

Pra ela

Sabe, eu tenho muita sorte de ter nascido numa família onde o Eu Te Amo é dito e ouvido pelo menos uma vez por dia. Hoje não foi um dia diferente dos outros domingos, com comidas gostosas, abraços e “eu te amo’s”. Eu não tenho medo nem receio de dizer todos os dias o quanto minha mãe é importante pra mim. Isso porque ela me ensinou isso. Me ensinou que amor vem em forma de abraço, de colo, de conselhos, de broncas, de risadas, de paciência. Mas ensinou também que nada disso dispensa um “eu te amo” dito no olho, aquelas três palavrinhas que aconchegam a alma.
Ela é meu exemplo de mulher. A mulher da minha vida.

Hoje eu vi inúmeras postagens sobre o dia das mães. Vi uma quantidade impossível de melhores mães do mundo (o que é mentira, porque eu sei que a única mãe que empata em primeiro lugar com a minha  é a mãe da Clara). Vi mães que superaram o passado, mães fortes, mães sábias, mães perseverantes, mães que dão bronca, mães que cuidam. Cheguei a conclusão que a minha mãe é uma mãe que ama. Sim. Simples assim. Uma mulher-menina que carrega um brilho no olhar tão grande, mas tão grande que me confundo se são  cor-de-céu ou cor-de-grama. Uma mulher que acredita no amor de forma tão rara que o vive a cada segundo de sua vida! É amor aqui, amor ali, amor no sorriso, amor na comida, amor no puxão de orelha, amor nos elogios, amor na minha roupinha cheirosa, amor no leva-o-guarda-chuva-que-vai-chover, amor nas minhas madrugadas cheias de tosse, amor com a natureza, amor na jantinha pros amigos, amor pelo trabalho, amor de tudo que é jeito!

Minha mãe me ensinou o quão importante é depositar amor em tudo que se faz. Mostrou-me como as pessoas, as coisas e o planeta precisam dele. Como esse é o melhor caminho pra resolver algum desafio, mesmo que pareça uma opção complicada. As pessoas precisam de amor assim como precisam de ar, mas se esquecem disso. Hoje eu escolhi estar onde estou porque você me ensinou que o amor merece ser distribuído justamente praqueles que não fazem idéia do que é isso. Hoje eu tento transmitir aquele seu abraço aconchegante praqueles pequenos que infelizmente não tem a sorte de terem uma mãe como você. Tento reproduzir aquele olhar firme quando algum deles precisa de um “pare e pense no que está fazendo” e também aquele olhar doce e cúmplice quando eles procuram desesperadamente alguém pra confiar.
Essa mulher me ensinou muita coisa, mas definitivamente, minha mãe me ensina a amar até hoje.

Mãe, eu te amo muito. Obrigada por alimentar a minha alma com toda essa luz que transborda da sua. 
Você é a melhor mãe do (meu) mundo. E isso é uma verdade incontestável que ninguém vai poder por em outra declaração.


Obrigada por me ensinar a viver com amo.


segunda-feira, 31 de março de 2014

DESTRUA ESSE DIÁRIO!

Esse fim de semana eu adquiri um trequinho que eu tava muito ansiosa pra ter!
Vou deixar aqui o desenrolar das coisas! *---*
Let the game begin!!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ubuntu

Meu corpo parecia ter um peso sobrenatural, estupidamente pesado. Não tava afim de levantar. Lembrei da semana. Entristeci. Como se eu não tivesse dormido. Tudo se repetiu na mente antes mesmo de eu abrir os olhos, tudo se impregnava na memória feito comercial de horário nobre.
Levantei. Observei o quarto. Olhei o colchão no chão. Sorri um sorrisinho de canto pra menina dos post-its que ainda dormia ali.
Enfim, chequei o relógio do celular vi que havia 8 minutos pro despertador tocar. Aquela data me encarou. 26/02 - quarta feira... QUARTA FEIRA!
De repente o dia ganhou som! "Quarta feita! Corre!". Escovei os dentes, mas esqueci do cabelo! Pus o tênis e esqueci as meias!  Minha cabeça parecia que tava correndo também, porque tudo virou um borrão até que parou de solavanco no meio de um abraço! E aí: câmera lenta...
Um abraço apertado que agarrava minha cintura, uma cabeça recostada em meu peito, não muito mais alto que isso. De repente o abraço virou 3! Depois 9! 17! E finalmente eu estava repleta de beijinhos e carinhos! Minha alma confortada, fora do meu corpo. Fora da minha mente.
Eu sempre soube que aquilo é cura pros piores machucados. E nem arde!
Pensando que minha alma estava satisfeita, provei um encanto daqueles que te salvam. 
Vi, de um segundo pro outro, meu toque ganhando cor! Havia cor-de-céu saindo do meu polegar! Tinha brilho-de-sol na palma da minha mão! Descobri então que eu tinha o poder de estampar almas. Que podia assim, arrancar sorrisos! E em meio a tantos risinhos e olhinhos curiosos me fitando, encontrei um par de olhos cúmplices. Olhos que me disseram "pode contar comigo" enquanto os meus suplicaram marejados "eu preciso de você". Houve uma música na hora. Uma mistura de risadas, palavras soltas, gargalhadas esquisitas e ali na memória, ressoava a melodia-quebradora-de-óculos. E de repente, me peguei voando num rodopio! Girando, girando com os pés fora do chão! Levando leve...
Pra dar tchau, um jantar de realeza e cookie de sobremesa.

Sabe, tem gente que vive a vida correndo atrás de grandes feitos.
Eu só preciso de um monte de crianças e 2 amigos fodas pra salvar meu dia. 
E sabe o que é louco? Eram apenas pessoas sendo maravilhosamente incríveis na normalidade do seu SER.

Um brinde ao dia que podia ter acabado as 18hrs que já teria me feito muito feliz!
Ubuntu <3
Tim-Tim


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

amor em comprimidos

Explica pra ele que sou romântica sem cura. Que vejo versos no sorriso dele e me embriago naquela risada.
Diz pra ele que não precisa se preocupar com a taquicardia , não. É só aquele treco que dá quando sei que vou encontrá-lo mais tarde por aí!
Avisa pro rapaz que se quiser fazer uma visita, não precisa marcar horário... Pode aparecer de mansinho, com uma florzinha roubada de um jardim.
Sabe, um dia ele me perguntou por que eu tinha me apaixonado por ele. Falei o que dizia o coração. Falei do amigo, falei de paixão, falei de encanto e de lealdade. Mas a verdade é que eu não sei não. Peguei amor que nem quando a gente pega resfriado!
Ah é! E por favor, vai lá e fala que eu menti quando disse que  sou romântica sem cura. Óbvio que o remédio é e sempre foi o beijo dele...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Aquele par...

Era um daqueles casais que falavam no cinema durante todo o filme, tinham discussões no banco do ônibus, dividiam o sorvete quando faltava dinheiro e comiam em lugares chiques (calçando chinelos) quando sobrava um pouquinho no fim do mês.
Brigavam por ciúmes e diziam que teriam cachorros quando morassem juntos. Isso tudo em menos de 10 minutos.
Tinham medo. Tinham coragem.
Ela olhava pro sorriso dele. Ele sorria pros olhos dela.
Quando dormiam juntos, ela sonhava com ele. Acordava no meio da noite e lhe dava um beijo em seus lábios adormecidos.
Quando acordavam, ele a abraçava e sentia o cheiro de seus cabelos. Passava o dia sonhando com ela.
Ele era café. Ela o chantilly. Tão diferentes e tão compatíveis.
O futuro juntos era inevitável. Como se tudo já estivesse programado há muito tempo (e quem sabe não estivesse realmente...). Tudo fazia sentido. Até mesmo quando as coisas pareciam estar desencaixadas.
E quando eles se olhavam, havia lá aquele brilho. Aquele que os poetas escrevem em seus versos, os filmes retratam em seus cenários e os músicos tentam tocar em seus acordes. Aquele brilho se expandia até os sorrisos espontâneos dos dois, até os dedos entrelaçados de suas mãos. Brilho. Brilho que só era inteiro quando os dois estavam juntos.
Era muito claro pra qualquer um que os visse juntos que ali existia algo diferente. Eram amigos, amantes e acima de tudo loucos um pelo outro. E nada além deles mesmos poderia romper com isso.



quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Quem acredita sempre alcança!!

Me disseram que passaria, que os sonhos mudam. Que quando a gente cresce, eles crescem também. E eu não me refiro à sua grandeza! Como se sonhos tivessem maturidade. Na verdade eles só dependem da paixão do seu coração em realiza-los. Sonhos não tem idade. Não envelhecem. Não ficam ultrapassados. Estes somos nós. Depende da gente mantê-los vivos e coloridos dentro de nós. Até que possamos torná-los reais!
Acho que esse foi o primeiro sonho que sonhei. E foi o que eu mais esperei.
Finalmente chegou.
É. Nem todo sonho muda.
Eu estou com o frio na barriga de uma menina de 11 anos. Realizando o sonho daquela Carol de 6.
Ouvi dizer que o que faz uma princesa não é a realeza. É sua bravura, sua gentileza, seu sorriso e seu altruísmo.
Eu quero ser uma princesa!
EU SOU UMA PRINCESA! *-----*
Adeus economias de 14 anos!
Eu tô indo pra Disney!!!!

Tchau Brasil!