terça-feira, 28 de abril de 2015

Versi(fiquei)...

Ele era o assovio do menino,
Ela era a explosão nuclear.

Ele era o encanto do sorriso,
Ela era o detalhe do olhar.

Ele vivia o "pra sempre",
Ela vivia o "por enquanto".

Ele era o Racional e a Certeza.
Ela era a Emoção e o Entretanto...

Ele, brisa.
Ela, tempestade.

Ele fingia.
Ela fugia.

Ele gostava de ficar,
Ela gostava de mudar.
Mas ela acabou ficando também.
E ele viu que algo mudou.

Eram sol.
E solidão.
Eram juntos o que não conseguiam ser quando eram um só.

E mesmo sendo as pontas de dois extremos,
Vez os outra confundiam-se entre eles.

Um pensava demais.
O outro (des)pensava o que vinha.

Um cantava um refrão,
O outro não entendia.

Um sentia falta.
O outro nunca ia embora.

Mas às vezes,
Perdiam de vista aquela linha que mostrava onde acabava um e começava o outro.
E ora ou outra Um era o Outro,
E o Outro era Um,
Misturados em bordado-ponto-cruz.

Eram saudade na presença,
Tinham silêncios que gritavam,
Davam sorrisos sem motivos,
E trocavam segredos desvendados.

Eram poesia, cor e som.
Eram cheiro, luz e tom...

Mas daqui a pouco já não eram mais.
Um ia pro céu e o outro voltava pro chão.

Cada um tinha seu próprio caminho,
Sua própria trilha e moradia.
Acabavam por ser Paralelos Infinitos.

E no escuro de seus quartos, podiam ouvir o mar...

Era o sentimento de marola.
... Ora vai, ora volta.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Morte.

A vida é caos.
A vida é caco.
A vida é soco, tapa e trombo.
A vida sou eu fugindo, fingindo ficar.
Sou eu pulando e não sabendo nadar.
A vida sou eu de lá.
E vocês todos de cá.

domingo, 26 de abril de 2015

Desabafo em navalha.

Eu?
Inteira amor.
Metade paixão.
Confiança vazia.
Mas inteira amor!

Ele?
Ele se divertia. Sorria e soltava risadas sempre!
Comigo?
... Também.

Dizem que um vaso que se quebra nunca mais volta a ser o mesmo, ainda que se cole todas as pecinhas novamente...
Já eu... Bem. Digo que tínhamos lindos mosaicos feitos com os cacos...
Mas que nunca deixaram de ser cacos.
Cacos com pontas, sangue e trincos.

Nem sempre os pensamentos que moram em nós são os lindos. Pra mim, já basta de  fingir que são invisíveis.
Juro ser sincera com meus sentimentos. Comigo mesma. E aqui, enfim, declaro a verdade em mim sufocada: odeio nossa história.
Maldito o dia que eu voltei pros teus braços. Braços imundos que aguardavam o momento certo de espalhar a lama sobre meu corpo e alma.
Maldito o dia que te perdoei.
Maldito o dia em que entraste em minha vida.
Arrependo-me todos os dias...

Sem pestanejar, trocaria todos os meus sorrisos ao teu lado se isso garantisse o esquecimento de todas as minhas lágrimas... Sim. A troca seria, no mínimo, tranquilizadora.

Hoje, restou-me esse manto nojento e infértil. A herança desgraçada de minha cegueira perante tua covardia, prepotência e insensibilidade.
E quem diria. Aprendi com maestria essas tuas atitudes tão mentirosas e manipuladoras e fiz o que a insensatez ordenou ao coração.

Palavras duras e cruéis?
Ah, sim.
Tanto quanto a história que passou por nós.

Eu?
Inteira dor.
Metade verdade.
E um pouco rancor...