terça-feira, 26 de junho de 2012

Como vocês fazem isso?

Eu queria ser mais forte, na moral. Daquelas pessoas que sabem o que fazer com os sentimentos e encaram tudo de cabeça erguida. Queria ser como aquela gente que diz: "Eu não me importo com o que você diz, eu estou bem assim". Queria saber como é se sentir equilibrada e estável... Deve ser divertido ter aquele ar de segurança. 
Pessoas fortes, DE VERDADE, devem saber como superar os problemas, não se abalar com o que já aconteceu, com o que já foi. 
Sabe aquilo de não pensar por impulso, não se abalar por coisas pequenas, saber filtrar seus sentimentos e usar a razão junto com a emoção? Eu não sei fazer nada disso.
É uma pena. Sou refém de tudo que é o contrário disso. E eu queria que as pessoas que me cercam entendessem a diferença entre SER forte e FINGIR ser forte. 
Admiro pessoas fortes e tento, todo dia, pelo menos parecer com elas. Mas tem dia que de noite é foda...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Reticências #2

Ééé...



A eterna sensação de não ser suficiente...


Mente rabiscada, rasurada e embaralhada. Bem-vindos, novamente.

Alguém, um dia, me disse que eu era péssima pra falar do que se passa aqui dentro de mim, o ar falta, as palavras certas não existem, eu não consigo me concentrar e nada flui. Eu concordo. Sempre concordei. Sempre me expressei mal e sempre me decepcionei com as pessoas que não entendiam (e ainda não entendem) quando eu tentava dar nome aos sentimentos.
Aí eu peguei um papel e um lápis. E escrevi... escrevi, escrevi e escrevi. Eu Tenho uma caixa com papéis de todos os tamanhos e tipos com tentativas rabiscadas de explicar o que eu sinto.
Eu ainda acho que sou uma catástrofe, mesmo se tratando de palavras escritas e não faladas... Mas escrever dava paz... talvez, pela sensação de não precisar convencer ninguém, ou não precisar esclarecer nada. Ali no papel, era pra mim mesma. E quando eu lia aquilo, me dava alívio, porque, mesmo com palavras desconexas, eu entendia! Porque, independentemente das frases escolhidas, havia o meu sentimento ali. Totalmente reconhecido.


Se alguém lê isso aqui, perdoe-me pela falta de clareza hoje. Talvez eu te dê um motivo pra desistir de ler esse blog. Alíás, SE você ter paciência de ler esse post aqui...
E eu sinto muito... por que eu ainda procuro alguém que entenda essa sensação da falta de palavras nesse nosso vocabulário. Ainda espero que digam: "Apesar de você escrever muito mal, eu entendi tudo."
Perdoe-me, caro leitor imaginário, pela falta de coesão e ligação entre uma frase ou outra hoje... Mas esse blog é, antes de tudo, o diário de uma criança curiosa e confusa. E essa criança tá gritando hoje.


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Imaginem uma toalha de pique-nique... com copos descartáveis cheios de suco e lanches em potes plásticos. Imaginem pacotes de salgadinho, já pela metade, e embalagens de bolacha no fim, com uma ou duas em cada um. Isso tudo num gramado verdinho, com poucas árvores em volta, o suficiente pra fazer uma sombra gostosa, mas deixando o sol iluminar todo o campo a sua volta...
Agora... O que acontece se um vento muito forte soprar a toalha? Será salgadinho por todo lado, suco esparramado, lanches na grama e bolachas à metros de distância.
Pois bem, eu acabei de metaforizar como funciona minha mente. Tudo bonitinho e lindo, de repente, vira um caos. Sabe a pior parte!? Nem sempre tem o vento! Sério! Tudo em ordem e sem mais nem menos, nada mais está no seu devido lugar.


Como fazer pra conseguir seguir a Teoria? Eu sou inteira Prática. Me entrego ao viver, ao sentir, ao sonhar, planejar. Sou intensa da cabeça aos pés... Mas eu fujo muito ao que eu aprendi sobre a Teoria que explica sobre a ação e reação, que exemplifica os tipos de reação pra cada ação e, apesar de ter todo o domínio sobre ela, eu insisto em procurar outras consequências pra cada ação. Insisto em viver todas as opções e, como que pega de surpresa num furacão, tudo de repente se embaralha, se mistura, me confunde. Isso dói. Dói porque eu deveria saber como agir diante das situações. Tendo esse conhecimento, era pra tornar tudo mais fácil. Mas não torna.


Agora me expliquem: Como alguém que tinha todo o esclarecimento pra ter as reações certas diante as situações erra tanto? COMO? Tem remédio pra isso? E machuca ver que, quando isso acontece, eu me embanano com minha voz e ninguém compreende o que eu tento dizer. Mesmo que ela diga que está entendendo. Eu sei que não está, ela só imagina entender.


Mas insistem em dizer que falar faz bem, que conversar sobre os sentimentos melhora as coisas. Fácil pra eles! E depois notar a falta de gente que transborda sentimento, assim como eu, eu desisti de conversar. Nessa época a minha pilha de papéis rabiscados aumentou. Incrivelmente as pessoas começaram a se aproximar de mim e facilmente notei que dessa forma era fácil a convivência comigo. Melhor ainda!


Eu li uma vez que o ser humano ainda vive muito na polaridade. Pra nós existem apenas duas opções extremistas pra tudo. O bonito e o feio, o legal e o chato, o certo e o errado, o bem e o mal. Mas as coisas não são assim e o ser humano sofre quando não consegue se encaixar em um dos polos, porque se sente sozinho. É a mais pura verdade...


Se existe combinação mais perigosa em alguém do que ser intensa, ansiosa e explosiva, por favor, me apresentem! E por favor, não me digam que essa pessoa tá num manicômio...
Aliás... Eu facilmente me imagino com roupas brancas, internada, sendo medicada diariamente, com um olhar vago e confuso olhando as pessoas pela janela.


Eu tenho medo sabiam? Medo de acabar sozinha... Me parece algo inevitável... Ou eu continuo não sabendo lhe dar com essas explosões de sentimentalismo e começo a evitar as pessoas pra evitar reações em cadeia, ou eu acabo me abrindo com as pessoas e elas vão se afastando de mim por me acharem chata demais.
Eu tenho medo de acabar numa clínica, olhando pela janela, pensando se alguém ali entenderia que eu não sou louca, só desequilibrada... Fora dos polos.


O que desencadeia isso tudo?
- Prazer, eu sou o antagonismo personificado.
Eu vivo em conflito comigo mesma, pra tudo. Nada nunca é completo pra mim. Eu discordo das minhas próprias decisões, confio e duvido da mesma pessoa, julgo e entendo uma mesma escolha. Eu nunca estou segura sobre nada, porque sempre existe um outro lado. Isso seria o caminho certo para o equilíbrio, seriam os primeiros passos. Mas eu não consigo! Eu sofro com o fato de não entender o que eu tô sentindo e muito menos o porquê desses sentimentos! Tipo uma eterna TPM que eu tenho desde que eu lembro que eu tenho a  capacidade de pensar. Eu sofro sem motivos por coisas imbecis. Sou extremamente sensível aos olhos da maioria. E sou... Mas vai além disso, algo que, pra variar, eu não sei explicar...


Sabem... Uma vez eu encontrei alguém assim... Que entendia o que era sentir coisas que as pessoas não compreendiam... Sentimentos ainda não catalogados. Essa pessoa me acompanhou e a gente se acolheu por muito tempo. Eu não entendia o que ele sentia, mas entendia como era se sentir assim, e ele fazia o mesmo comigo. Isso nos fortaleceu muito e ele conseguiu ir em frente, ser mais feliz. Hoje eu não sei onde ele está, mas sei que está num lugar muito mais bonito, com pessoas que ele ama muito... E eu rezo muito por ele e sei que ele faz o mesmo por mim, sei que ele, de algum lugar, vibra como quem diz: "Você nunca estará sozinha"
As vezes eu sinto saudade dessa pessoa, eu a queria por perto de novo, aí que eu me pego errando de novo. "Que pensamento egoísta!". Aí mudo meus pensamentos... "Espero que um dia nos encontremos de novo, bem melhores do que da última vez".


E é isso... toda vez que eu sinto que minha toalha de pique nique se bagunça, eu tento pensar que da próxima vez eu conseguirei ser melhor do que as anteriores. É difícil, nem sempre dá certo, mas eu tenho fé que eu dia eu conseguirei...
Eu sei que aí fora tem gente que transborda sentimentos e sabe lhe dar com isso. É nítido nas músicas do Chico, nas palavras de Vinicius de Moraes e melodia de Caetano. São todos perturbados, mas de uma forma harmônica.


E aqui fica minha oração do dia: "Pai, me ensina a amar. Sei que quando isso acontecer, todo o resto dará certo por consequência. Obrigada, que assim seja"


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Eu comecei a escrever isso tudo como desabafo... Incrível como tudo se transforma... ao lembrar do meu amigo, meu coração se acalmou. Não sossegou, mas acalmou. Vibração é tudo nesse mundo e eu sei que enquanto eu o mentalizava, ele pode sentir meu afeto e meu pedido de ajuda chegando a ele. E eu sei que ele não fez nada mais que vibrar amor por mim. Ele está bem e eu fico muito feliz por ele. Ele errou muito, se prejudicou também... Mas ele sempre foi bom. Eu sei disso... Sei porque eu entendo como uma mente confusa e um coração com sentimentos demais age. Eu sempre tive isso claro. E um dia, eu queria poder dizer o quanto aprendi com ele... E quando o dia chegar, transbordarei sentimentos bons pra todo lado, sorrindo por isso acontecer.


Obrigada Amigo. Quem você esteja muito feliz, em qualquer lugar que esteja sz