sábado, 27 de dezembro de 2014

Bifurc(ação)


De tanto misturar imaginação e lembrança,
Não sei se os lábios disseram ou apenas sorriram.
(Ou se sorriram verdades ou disseram risadas).
Mas entre uma decisão e outra,
E em meio a esse turbilhão de escolhas,
Estamos condenados
A nunca sabermos
Como seríamos
Se tentássemos
Seguir um ao lado do outro.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Piedade

Justo eu, que sempre priorizei a liberdade,
Me vejo agora
Presa na saudade.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Entre pausas.

Posso estar contigo até certo ponto.
E você só pode estar comigo até certo ponto.
Podíamos arranjar um ponto em comum,
juntar tudo,
fazer reticências e
ficar um pouco mais...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Fotos espontâneas, risadas instantâneas

Eu sei que eu deveria ir embora. Cumprir minha palavra e dar o fora o quanto antes. Mas fiquei praticamente refém dessa sintonia.
O que levo no peito é uma leveza sem fim. Na cabeça, os bons momentos e nos pés, o vento...
E sabe... Talvez isso acabe um dia e por fim, o tempo me leve embora por conta própria. Mas enquanto isso eu fico. Fico por gostar das horas passando depressa e com graça. Fico pelas risadas que ficaram eternizadas nas fotos. Fico pra aquarelar teus mistérios. Fico por gostar da sua cara confusa quando faço jogo de palavras. Por gostar da sua voz saindo do telefone de madrugada. Fico pelo aconchego do abraço longo e apertado. Pela sua poesia que rima tão bem com a minha, mesmo que sem querer.
Fico porque não me faz mal algum. Porque meu riso vem do que temos e não depende de planos, possibilidades, futuro ou nada assim. Por cada mini momento que tem por consequência uma euforia que permanece por horas, dias e semanas dentro de mim.
Eu deveria ir embora. E você também deveria, antes que a gente acabe estragando tudo.
Mas fazer o que... Fico. Fico porque quando tô aí, parece que seus olhos adiam o "tchau" até quando possível, conversando com os meus numa linguagem exclusiva. E fico principalmente porque gosto como me olha quando está gostando de ficar por aqui.

Versos entre nós

Pois vejam só!
Logo eu, que sempre escrevi em prosa
Cá estou, feito adolescente sorridente e inquieta,
Espalhando rimas e cores
Pelas ruas de outrora.

Pelos trajetos de certos traços...

Teu sorriso dobra a esquina
E meus lábios, de bobos,
Seguem o rastro e sorriem até o fim do dia...


domingo, 7 de dezembro de 2014

Gargalhada da alma!

Logo quando eu nasci, uma fada veio me visitar com seu pó de pirlim pim pim.
Ali, no meu berço me colocou um feitiço: "Olá pequena menina, vim te entregar um dom especial. Ele vai te ajudar a enxergar o que há de melhor na pessoas. Desde pequena você será capaz de decifrar todo o tipo de sorrisos. ". PLIM!
E assim foi.
Fui crescendo e aprendi a reconhecer sorrisos de canto, a ouvi-los nas nuances do tom da voz, a acha-los disfarçados de pranto.
Percebi que existem sorrisos-risada, sorrisos abertos e sorrisos amarelos.
Depois de um tempo aprendi também a diferenciar um sorriso de alma e um sorriso de capa de revista. Sorrisos verdadeiros dos falsificados.
Passei então a ler sorrisos e não apenas reconhecê-los. Foi então que eu notei que eles não são feitos apenas de lábios. Os olhos também sorriem. As músicas, o cafuné e o devaneio também. Aliás, estes sorriem mais que os lábios.
Algumas pessoas tentam esconder os sorrisos com as palavras. Que idéia boba! Onde já se viu achar que palavras trazem mais felicidade do que a liberdade de um sorriso!? Se assim fosse, teríamos por aí pessoas completamente enroladas num romance com dicionários.
Também percebi que pessoas tem dificuldade em sorrir. Algumas travam o riso e se fecham no cinza. De repente já estão andando com as costas curvadas, olhos nas guias da calçada e dentes escondidos o tempo todo. Mas se reparar bem, elas estão quase sempre com os braços cruzados ou em volta do corpo, como se abraçassem a elas mesmas... Talvez o que lhes falta seja isso. Abraços... Afinal, que abraço bem dado não desperta o sorriso colorido de alguém? Ofereça seu sorriso, seu abraço... Quem sabe seja o primeiro passo a ajudá-las a erguer os olhos dos pés pros lábios... E talvez o motivo que lhes bloqueia a gargalhada seja mais complicado do que imaginamos...
Sabe, se você não teve a sorte de uma fada jogar um feitiço desses em você, fique tranquilo, descobri que não é preciso de pó de pirlim pim pim pra começar a entender arrancar os sorrisos de alguém.
Fica então meu maior truque e aprendizado sobre sorrisos:
Nada é mais forte que um sorriso genuíno. Este não se esconde de jeito nenhum. E podem tentar camuflá-lo a todo custo, do mundo todo, mas ele se mantém vivo, nem que você mesmo seja a única pessoa a saber disso. Mas ele fica fazendo festa dentro do corpo, dançando e contando piada, até você não aguentar mais e soltá-lo, de olhos fechados, na madrugada do quarto. E pronto... Você sabe que é real quando sorri assim, sem ninguém pra ver e antes de dormir.