sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Abandono

Reaparecem.
O que querem?
- Escutem...
- Não, escute você... . - Me dizem.
E eu escuto.
Escuto tudo.
- Disso eu já sei. - Lamento. - O que eu não sei é o depois.
E se vão antes mesmo de eu terminar a frase.
O eco que fica, me rouba a noite.
Perco o sono.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Insônia


Quando a noite rouba o sono, 
A madrugada vira verso. 

Gaveta

(...) E eu sinto que tenho guardado coisa demais.
Não consigo entender o que se passa por aqui.
Eu evito pensar em algumas coisas porque não sei se consigo lidar com as respostas que encontrarei.
Eu tenho me sentido sufocada.
Eu tenho transformado tudo isso em raiva, impaciência, intolerância e mágoa. Tenho exteriorizado aquilo que não consigo suportar de forma cruel.
E é por isso que escrevo essa carta. Pra pedir perdão àqueles que eu amo e a quem eu tenho tratado tão mal ultimamente. Não é culpa de nenhum de vocês. Mas eu também não consigo assumir a culpa por algo que eu não tenho controle ou que não escolho pra mim.
Por favor. Me ajudem.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Diário #2

Há um ano e 2 dias atrás eu ria e sorria descontroladamente.
Lembro de estar tremendo de frio, de baixo da chuva e com os pés na areia.
Lembro daquela primeira noite de chuva e do ruído da TV.
Há um ano atrás eu começava a acreditar ser possível, vislumbrava minha vida de uma maneira mais colorida, sentia um calor se contrapondo ao mau tempo daquele dia.
Há um ano e 2 dias atrás a entrega se completava e atingia um novo patamar de permuta.
Há um ano atrás eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo.

3 dias depois, ainda há um ano atrás, eu vi tudo desmoronar. Amanhã completa um ano desse dia. Amanhã faz um ano que travo a maior batalha interna da minha vida. Que venho lutando pra me manter firme, um ano que minha fé me testa todo dia.
Não tem sido fácil. Nem um pouco. Mas eu ainda tô aqui.
Existem dias bons e outros nem tanto, mas em todos eles eu fui capaz de me manter de pé.

Voltemos ao presente. Há dois dias atrás eu vi tudo desmoronar de novo. Um pouco mais. Tudo que eu havia reconstruido, parece estar ruindo novamente. 366 dias separam uma Carolina plenamente feliz, segura e satisfeita dessa Carolina completamente perdida, opaca e assustada. Opostos de chocar qualquer um.
Amanhã eu encontro a Carolina do dia 15/set/15. Talvez estejamos mais parecidas do que nunca. Mas eu tô esperando um milagre. Um milagre que faça que amanhã eu esteja num oposto de surpreender qualquer um também, assim como dois dias atrás. O passado não se muda, eu sei. O que me resta é ir pro amanhã da melhor forma possível, arrancar força sei lá de onde pra quando eu encarar aquela Carolina nos olhos, poder dar esperança à ela. Poder dizer, com sinceridade: "ficaremos bem".





quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Sacada

Tão embaralhada, emaranhada e misturada que o dia pareceu fazer o mesmo e desalinhar a noite, a tarde e a manhã.
No instante em que olhei pela janela eu já não sabia as fronteiras da minha alma e nem reconhecia as barreiras do céu.
Era o Tempo brincando de amar mais uma vez.


Quase sem querer

Tem coisas que a gente não escolhe escolher.
Mas acaba sendo a melhor escolha que nos acontece.
Tá aí a beleza do acaso.

05💛

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Diário

Tô indo pra segunda noite de insônia braba.
Motivos? Listei pelo menos 9.
9 com suas devidas ramificações.
Não ter como organizar os pensamentos é o maior intensificador dessas longas noites.
Não tá tudo péssimo.
Mas não tem nada ótimo. E isso é péssimo.

Quando vejo o sol nascendo pelas frestas da janela, a angústia toma conta dos pensamentos.
Se uma pessoa não tem controle do próprio sono, é porque já perdeu o controle da vida há algum tempo.

"É quebrante!", disse um amigo meu.
Não duvido.
Obviamente não por olho gordo, suponho.
Mas esse negócio de não pedir perdão pesa demais.
Essa ansiedade atordoa.
Faz perecer que perdemos as pálpebras e é por isso que não fechamos mais os olhos pra dormir.
É quebrante sim. Eu me quebrando aqui e ali e deixando pra lá, talvez.

Fazem exatas 42 horas que não durmo.
A desorganização dessas linhas provavelmente refletem minha confusão ante a insônia.
Cês já passaram por isso?

- Devia ter me chamado.
Ouvi isso quando disse que passei a noite em claro.
Parece tão simples, não? Tão fácil.
E devia ser.
Tá bem.
Hoje chamei!
Mas logo depois dos primeiros diálogos trocados, PUFF. Conversa morta e enterrada.
Claro, não culpo ninguém pela minha falta de sono.
Durma bem!

- Sufocante.
Ela acabou de dizer.
Olha só. Encaixou como uma luva.
Obrigada, M.

Como eu ia dizendo...
O que eu estava dizendo?
Nem sei mais se disse ou só pensei.
O fato é que de tanto pensar, a gente acha que disse.
Por vezes, acha que ouviu.
E aí a bagunça está feita.
Realidade e imaginação misturadas no meu peito.
E no meio disso, sabe-se lá o porquê do aperto.

O fato é que toda noite de insônia dói.
Seja ela pelo cansaço físico,
Seja ela pelo cansaço emocional/psicológico.

A insônia guarda nossos pensamentos e verdades mais secretas.
Aquelas que nos fazem refém da própria consciência.
Seria castigo pela preocupação exacerbada? Ou então pela ansiedade descontrolada?
Não é castigo. É consequência.

À quem chegou até aqui,
VÁ DORMIR!
São quase duas e jájá é Segunda!
E a quem sorriu,
Eu sei bem. Essa ordem é privilégio de quem já dormiu.

Que as razões pelas quais o sono te fugiu tenham piedade agora.
Que o descanso chegue e que amanhã melhore.

Bons sonhos.



Pra não dizer que não falei dos Cosmos

Dois.
Um, responsável pelo reconhecimento, pelo lampejo, pela evidenciação.
Outro, pela morada, pelas promessas, pelos sorrisos.
Alinhamento cósmico.
Jupiter e Saturno.
E a nossa Lua, a testemunha.

domingo, 4 de setembro de 2016

Mar e tempestade

- Como estava a água?
- Não sei.
- Não entrou no mar?
- Não.
- Por que?
- Medo.
- Do mar?
- De mim.


Segredo e medo

[Esse texto foi apagado e reescrito por exatas 14 vezes. De todas, infelizmente fica apenas um do que já foram 8 parágrafos de um desabafo muito mais completo e real do que este. E eu sinto muito por não poder transmitir toda minha verdade dessa vez. Peço desculpas a você, leitor.]

A profusão de acontecimentos confusos que deixa a sensação de um lugar frívolo e baldado no peito. Ruir. A aflição de carregar nos ombros um peso só seu, de não ter coragem de dividi-lo com mais nenhum pedaço do mundo. A imprecisão da percepção da própria consciência. Ruir. A bifurcação da própria vida. O pavor das possibilidades. Constatar a solidão do calabouço mental.
R u i r.



sábado, 3 de setembro de 2016

Bateu saudade

Bateu saudade das noites de chuva
Da cama apertada
Da TV desligada

Bateu saudade do dia que acabou a luz
Das velas acesas no chão
Das risadas desafinadas acompanhadas pelo violão

Deu saudade da lua prateada
Do abraço envolvente
Do mar de cobertas quentes

Veio a saudade do dia gelado
Das caretas na foto instantânea
Das mãos dadas na realidade momentânea

Deu saudade de chorar de felicidade
De sentir a essência enlaçada
De sentir a alma abraçada

Senti saudade do amanhecer
Do entardecer e anoitecer
E como tudo se fundia pra enaltecer

Deu saudade de dormir fazendo cafuné
De acordar cedo no domingo
De viver cada segundo antes de sentir estar fugindo

Deu saudade...

Entenda...
É na saudade que te encontro.
É na saudade que te tenho por perto.
A saudade é a continuidade, meu sonho desperto.