domingo, 30 de agosto de 2015

Fim dos acasos

O beijo dele chegava aos meus lábios como o toque de mil sóis.
A ponta de seus dedos causavam explosões interestelares na minha pele.
Quando eu o olhava, era como o pedido de uma estrela cadente que tentava alcança-lo.
O infinito do universo estendeu-se nas horas que passamos juntos.
Era a vida dentro de um buraco negro.
Histórias de um amor esp(a)(e)cial.

sábado, 29 de agosto de 2015

Roteiro de filme

Dobrei a última esquina e sem olhar pra trás, segui.

Só Amanheci

Voltando do amanhã, eu via que tinha ficado pra trás.
Meu olhar era vazio, oco. Isso porque as verdades que eu não pude dizer vazaram dos meus olhos disfarçadas de mar.
Lavaram tudo.
Levaram tudo.
Assim foi a madrugada toda.
Vi o sol acordar devagar enquanto a lua ia embora levando meu último sonho com ela.
O sol que passava pela janela queimava logo nas primeiras horas da manhã. Queimava a pele. Queimava os planos.
Planos?
Devaneios, melhor dizendo.
Você parou...
Por mais que eu quisesse ficar, não tinha porque. Teu caminho bifurcou com o meu.
Fechei os olhos e encarei mais uma vez a realidade que me perseguia...
No fim das contas, o que vale a pena pra mim, não vale a pena que sinto de mim.

domingo, 23 de agosto de 2015

Caos nosso.

Não se pede pra que uma tempestade pare de chover, relampiar ou trovejar. 
Não se pode esperar que a tempestade tenha hora de início, tempo de duração e hora pra acabar. 
A tempestade bagunça, move os ventos, muda tudo de lugar. 
Mas tempestade também passa. Acalma. Dá espaço pra recomeços. E volta. E quando volta, volta diferente da anterior. Volta mais mudada do que tudo que deixou pra trás. 
No meio de tanto desalinho, os corajosos que se arriscam a enfrentar o turbilhão encontram lá escondido, o olho do furacão. 
Todo caos tem sua paz.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

(bi)polaridade magnética


Por um lado eu não queria que ele visse de perto o desastre que levo no peito. Por outro, eu via que o caos dele era parecido com o meu.
Resumindo: eu tinha uma vontade louca de ficar quando na verdade, o mais fácil seria deixar pra lá.

sábado, 15 de agosto de 2015

Da vez do quando

Quanto tempo o Tempo é capaz de esperar?
Quando a gente sabe se ainda é cedo ou se já é tarde demais?
Quantas coisas você está adiando de viver?
Quantas coisas você tem pensado demais antes de fazer?
Quanto do ontem há no seu hoje? Quanto do amanhã cega seu agora?
Quanto a gente ainda vai perder até se dar conta de tudo que ganhou?
Quanto?
Até quando, me diz...

domingo, 2 de agosto de 2015

Confidência permutada

Tenho um segredo comigo mais teu do que meu.
Se se aconchegar aqui pertinho, te conto ao pé do ouvido, misturo murmúrio com carinho, te convenço um tanto mais.
Tardo o testemunho, o discurso, minha alegação e meu enunciado pra primeiramente repousar em sua íris a minha sentença mais profunda.
Antes do verbo, a pupila dilatada e o riso desprendido.
Antes da palavra, minha verdade exposta a ti por minha pele nua e crua, arrepiada e tua.
Antes de qualquer frase dita, que meus lábios declarem-se por beijos, sorrisos e conduzam a respiração ofegante.
Que o silêncio deixe óbvio o que a voz tem a dizer.
Cambaleante tropeço em um suspiro antes de conseguir devolver-te o teu segredo. As sensações, os palpites e a intuição misturam-se cada vez mais às minhas certezas e convicções sem que eu saiba o limite entre eles. Por isso chega a hora da confidência ser de sua guarda. Porque já não cabe mais em mim. Toma muito do meu tempo e espaço. Preenchida enfim por uma enxurrada de valentia após tanto procrastinar, entrego-te o que há de mais complexo nos meus dias, declarado e resumido em um Verbo e um Sujeito Simples... E é por meio dos olhos, do sorriso, da pele e das palavras que finalmente declaro-te o labirinto da simplicidade de amar você.