quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ubuntu

Meu corpo parecia ter um peso sobrenatural, estupidamente pesado. Não tava afim de levantar. Lembrei da semana. Entristeci. Como se eu não tivesse dormido. Tudo se repetiu na mente antes mesmo de eu abrir os olhos, tudo se impregnava na memória feito comercial de horário nobre.
Levantei. Observei o quarto. Olhei o colchão no chão. Sorri um sorrisinho de canto pra menina dos post-its que ainda dormia ali.
Enfim, chequei o relógio do celular vi que havia 8 minutos pro despertador tocar. Aquela data me encarou. 26/02 - quarta feira... QUARTA FEIRA!
De repente o dia ganhou som! "Quarta feita! Corre!". Escovei os dentes, mas esqueci do cabelo! Pus o tênis e esqueci as meias!  Minha cabeça parecia que tava correndo também, porque tudo virou um borrão até que parou de solavanco no meio de um abraço! E aí: câmera lenta...
Um abraço apertado que agarrava minha cintura, uma cabeça recostada em meu peito, não muito mais alto que isso. De repente o abraço virou 3! Depois 9! 17! E finalmente eu estava repleta de beijinhos e carinhos! Minha alma confortada, fora do meu corpo. Fora da minha mente.
Eu sempre soube que aquilo é cura pros piores machucados. E nem arde!
Pensando que minha alma estava satisfeita, provei um encanto daqueles que te salvam. 
Vi, de um segundo pro outro, meu toque ganhando cor! Havia cor-de-céu saindo do meu polegar! Tinha brilho-de-sol na palma da minha mão! Descobri então que eu tinha o poder de estampar almas. Que podia assim, arrancar sorrisos! E em meio a tantos risinhos e olhinhos curiosos me fitando, encontrei um par de olhos cúmplices. Olhos que me disseram "pode contar comigo" enquanto os meus suplicaram marejados "eu preciso de você". Houve uma música na hora. Uma mistura de risadas, palavras soltas, gargalhadas esquisitas e ali na memória, ressoava a melodia-quebradora-de-óculos. E de repente, me peguei voando num rodopio! Girando, girando com os pés fora do chão! Levando leve...
Pra dar tchau, um jantar de realeza e cookie de sobremesa.

Sabe, tem gente que vive a vida correndo atrás de grandes feitos.
Eu só preciso de um monte de crianças e 2 amigos fodas pra salvar meu dia. 
E sabe o que é louco? Eram apenas pessoas sendo maravilhosamente incríveis na normalidade do seu SER.

Um brinde ao dia que podia ter acabado as 18hrs que já teria me feito muito feliz!
Ubuntu <3
Tim-Tim


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

amor em comprimidos

Explica pra ele que sou romântica sem cura. Que vejo versos no sorriso dele e me embriago naquela risada.
Diz pra ele que não precisa se preocupar com a taquicardia , não. É só aquele treco que dá quando sei que vou encontrá-lo mais tarde por aí!
Avisa pro rapaz que se quiser fazer uma visita, não precisa marcar horário... Pode aparecer de mansinho, com uma florzinha roubada de um jardim.
Sabe, um dia ele me perguntou por que eu tinha me apaixonado por ele. Falei o que dizia o coração. Falei do amigo, falei de paixão, falei de encanto e de lealdade. Mas a verdade é que eu não sei não. Peguei amor que nem quando a gente pega resfriado!
Ah é! E por favor, vai lá e fala que eu menti quando disse que  sou romântica sem cura. Óbvio que o remédio é e sempre foi o beijo dele...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Aquele par...

Era um daqueles casais que falavam no cinema durante todo o filme, tinham discussões no banco do ônibus, dividiam o sorvete quando faltava dinheiro e comiam em lugares chiques (calçando chinelos) quando sobrava um pouquinho no fim do mês.
Brigavam por ciúmes e diziam que teriam cachorros quando morassem juntos. Isso tudo em menos de 10 minutos.
Tinham medo. Tinham coragem.
Ela olhava pro sorriso dele. Ele sorria pros olhos dela.
Quando dormiam juntos, ela sonhava com ele. Acordava no meio da noite e lhe dava um beijo em seus lábios adormecidos.
Quando acordavam, ele a abraçava e sentia o cheiro de seus cabelos. Passava o dia sonhando com ela.
Ele era café. Ela o chantilly. Tão diferentes e tão compatíveis.
O futuro juntos era inevitável. Como se tudo já estivesse programado há muito tempo (e quem sabe não estivesse realmente...). Tudo fazia sentido. Até mesmo quando as coisas pareciam estar desencaixadas.
E quando eles se olhavam, havia lá aquele brilho. Aquele que os poetas escrevem em seus versos, os filmes retratam em seus cenários e os músicos tentam tocar em seus acordes. Aquele brilho se expandia até os sorrisos espontâneos dos dois, até os dedos entrelaçados de suas mãos. Brilho. Brilho que só era inteiro quando os dois estavam juntos.
Era muito claro pra qualquer um que os visse juntos que ali existia algo diferente. Eram amigos, amantes e acima de tudo loucos um pelo outro. E nada além deles mesmos poderia romper com isso.