domingo, 26 de abril de 2015

Desabafo em navalha.

Eu?
Inteira amor.
Metade paixão.
Confiança vazia.
Mas inteira amor!

Ele?
Ele se divertia. Sorria e soltava risadas sempre!
Comigo?
... Também.

Dizem que um vaso que se quebra nunca mais volta a ser o mesmo, ainda que se cole todas as pecinhas novamente...
Já eu... Bem. Digo que tínhamos lindos mosaicos feitos com os cacos...
Mas que nunca deixaram de ser cacos.
Cacos com pontas, sangue e trincos.

Nem sempre os pensamentos que moram em nós são os lindos. Pra mim, já basta de  fingir que são invisíveis.
Juro ser sincera com meus sentimentos. Comigo mesma. E aqui, enfim, declaro a verdade em mim sufocada: odeio nossa história.
Maldito o dia que eu voltei pros teus braços. Braços imundos que aguardavam o momento certo de espalhar a lama sobre meu corpo e alma.
Maldito o dia que te perdoei.
Maldito o dia em que entraste em minha vida.
Arrependo-me todos os dias...

Sem pestanejar, trocaria todos os meus sorrisos ao teu lado se isso garantisse o esquecimento de todas as minhas lágrimas... Sim. A troca seria, no mínimo, tranquilizadora.

Hoje, restou-me esse manto nojento e infértil. A herança desgraçada de minha cegueira perante tua covardia, prepotência e insensibilidade.
E quem diria. Aprendi com maestria essas tuas atitudes tão mentirosas e manipuladoras e fiz o que a insensatez ordenou ao coração.

Palavras duras e cruéis?
Ah, sim.
Tanto quanto a história que passou por nós.

Eu?
Inteira dor.
Metade verdade.
E um pouco rancor...