sábado, 9 de agosto de 2014

Retirada

Não pense que meu coração é aquietável. 
Não é.
Porém hoje decidiu ficar silencioso, como quem quer tirar férias.
Nem nota-se que há um coração ali.
E quem repara, logo vê que na cabeça está um barulho infernal.
De resto, nota-se um olhar opaco.
E lábios sem beijos ou sorrisos guardados dessa vez.
Mãos frouxas.
Pele úmida.
Estão todos no andar de cima.
Cabeça-escritório, abrigando tudo e todos.
E logo ela, a razão, sempre tão recolhida, abraça a todos e os protege ali até que tudo volte ao seu juízo perfeito...