Vez ou outra me pego repontuando músicas, descobrindo ambiguidades, interpretando olhares.
Não há um momento sequer onde eu não esteja resignificando algo que parece óbvio. Ou tentando desvendar pessoas e momentos indecifráveis.
Olhos que mudam de cor, sorrisos escondidos nos cantos dos lábios. O pôr do sol laranja e rosa, bolhas de sabão e estrelas cadentes. Na minha cabeça tudo soa como verso e poesia. O mendigo do viaduto, o casal apaixonado no parque, o vira lata e a criança.
Pessoas e suas rimas. Olhares e sonetos.
Tudo que pode ser dito sem o uso da palavra.
Enquanto isso, eu só observo. Imagino a história que cada coisa carrega consigo.
Invento e reinvento o futuro, brincando de Deus.
Como é bom saber que existem inúmeras possibilidades. E como é estranho imaginar o poder que as escolhas carregam.
Passo madrugadas inteiras dando liberdade pra minha cabeça pensar o que quiser, é quando eu me perco em histórias alheias e viajo pra vidas que não existem. E é ai que minha mente mostra quem tem o controle de quem. Deitada no escuro, refém das cores da minha imaginação.