terça-feira, 11 de outubro de 2016

Da pressão

Os ombros, até então caídos, alinham-se novamente.
O passo firma, o peito estufa.
A força ressurge da única faísca que morava na brasa. Sente falta de ser chama.
Segundos decisivos pra quem há meses não sentia nenhum calor em si.
Os olhos vazam compulsivamente. A face rubra delata toda força que se utiliza pra manter-se em pé.
Ainda assim, meus punhos estão cerrados, os olhos encaram de frente a jornada que tenta intimidar.
Ofegante, dispo-me do medo, do assombro, e do peso, encontro a coragem nua e inexplorada.
Num grito ensurdecedor, uso cada centímetro cúbico do meu fôlego pra manter resistência.
Não vai ser hoje.
Hoje eu não vou desistir de mim.