domingo, 13 de dezembro de 2015

Verão

Diferentemente dos outros, dessa vez não vimos o dia amanhecer.
Creio que tenhamos amanhecido um no outro, por isso o sol se fez coadjuvante.
Nem por isso os olhos não brilhavam como o alvorecer.
Tivemos a oportunidade de nos despedirmos de maneira peculiar.
Escutamos as risadas e silêncios de julho. Vimos a silhueta revelada à pouca luz. Tomamos o banho de mar. Inventamos discussões tolas. Cantamos juntos. Nos declaramos como se fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento. Sonhamos. Choramos. Sentimos falta e matamos saudades. Ouvimos os fogos de artifício...
Provamos a nós o quanto somos diferentes juntos. De que o adeus pode ser encarado de forma um pouco mais leve quando se tem alguém gravado em sua alma e não apenas carregado no peito e assim sendo, a despedida torna-se um momentâneo "até logo".  Provamos que o mundo não é capaz de mudar a sintonia de quem se ama. Os lugares, os momentos e pessoas não são capazes de subtrair nossas estrelas. Duas partes de um céu inteiro. Loucos. Onde quer que estejamos, loucos um pelo outro.