sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sono branco e sono preto...

Dói. E como dói. Eu diria que uma manada de elefantes gordos e fedidos tivessem me atropelado. Mas elefantes gordos e fedidos não esmagam sentimentos e pensamentos, o que é uma merda.
Meu físico dói. Meus pensamentos machucam.
Cada palavra que eu ouvi, me tortura.
Cada lágrima que eu deixei rolar, na minha face e naquela, queima.
Todas as opções são falhas. Nenhuma me trará a completa felicidade. Tem ideia de como isso é horrível? Não ansiar poder sentir-se plenamente feliz de novo? Isso não é vida que se viva...
Ontem eu senti uma das piores sensações da minha vida. Me esmagou no peito, me gritou na mente, queimou meus olhos. Me deu frio, tristeza, culpa, remorso, vontade de obriga-lo a me entender. O medo veio. A preocupação. O amor que ali ainda existia, de uma forma ou de outra. Me faltou o ar. Aí veio o escuro. Escuro não. O branco. Esquisito, nunca tinha visto o branco ao meus olhos fecharem-se.
Eu sentia mais frio ainda, gente gritando, acho que até conversando comigo, me chamando. Vultos aqui e ali. Gente pedindo ajuda. Mais gente do que eu sabia que poderia ter naquele lugar Mas eu me sentia sozinha. E pensei em desistir. Minha cabeça (física e emocional) doía tanto ao ponto de querer ceder, com esperança de que tudo ia passar assim, num branco de piscar de olhos.
Me sentia um verme. Um verme que não merecia compaixão. Sem coração, sem consideração. Eu merecia tudo aquilo. Aquela dor toda. Desistir seria um luxo que eu não tinha o direito.
E por culpa eu me obriguei a forçar aqueles olhos a abrirem e aquele peito voltar a puxar ar. Eu merecia aquilo. 
Quando, depois do que me pareceram horas de esforço, eu voltei a mim, vi o que mais doía nisso tudo. As lágrimas de alguém que eu amo muito, rolarem por minha causa, mais uma vez. 
Aí o desespero, o medo e todos seus amigos voltaram e o meu choro tornou-se incontrolável, irritante. Vocês já choraram incontrolável e irritantemente? Eu queria saber, de verdade. Não o motivo. Só se Sim ou se Não. Me contem um dia desses...
Enfim. Quem já chorou assim deve entender a agonia que dá. Eu alcancei aquela mão que sempre me apoiou e me deu suporte pra tudo, com esperança que o fizesse de novo. Só que não aconteceu. Eu ainda sentia medo.
Eu estava com um gosto amargo na boca e só aí eu me dei conta que havia tomado algo minutos atras... Isso significava que em minutos eu estaria num sono fora do meu controle.
Eu queria pedir perdão. Tentei... Não sei se ele me ouviu...
E aí desliguei... Dessa vez o escuro pediu licença ao branco, branco aquele perturbado de consciência. O escuro instalou-se com decepção. Ouvia-o claramente chamar-me de covarde, de fraca. E lá ficou. Mais por pena do que por acolhimento. E lá fiquei. Sabendo que não seria tão mais confortável do que ficar acordada. 

Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar.