domingo, 4 de novembro de 2012

Belinha

Frio na barriga, os dedos batucantes, os olhos ansiosos.
Teremos assunto? Nos reconheceremos?
E aí eu a encontro. A vejo lá longe. Linda como sempre foi. E única em todo o mundo.
Engraçado ela aparecer justo agora, como se dissesse: "Hey, você precisa me manter por perto, não pode deixar que me afastem de você a cada dia que passa."
Durante minha vida toda, eu tive que abrir mão de certas coisas que eu amava muito. Apenas pra assumir um papel que eu nem queria ter. Mulher madura, sensata, com um norte preciso e passos certeiros.
Deixei coisas pra trás pra conseguir encarar outras tantas que vieram.
E a deixei em segundo plano. Pouco a pouco...
Ela aproximou-se tímida, tomando cuidado onde pisava. Observando tudo ao seu redor, atenta a mim.
Quase pedindo permissão pra chegar perto. Debaixo desse olhar, todo receio foi embora.
Quando a gente gosta muito de alguém, esquece de tudo a sua volta. E quando nos damos conta da saudade que habita nosso peito, a única vontade é correr bem rápido em direção aos braços da pessoa.
E foi o que fiz! Num abraço apertado, tudo se desmanchou.
O mundo ficou quase perfeito (se não fosse por um monstro que tava escondido em uma sala ali perto)
Fiz novos-antigos amigos, E descobri que nomes bonitos de verdade são os nomes que a alma tem! Nino, Larinha, Paçoca, Duim, Minhoco, Camarada!
Perdi minha mãe no meio da bagunça e descobri o que é cor amendoim!
Me senti plena, completa, feliz. Eu não queria sair dali e se eu pudesse, não sairia, nunca mais!
Pessoas boas fazem que seu mundo fique colorido de repente. Te fazem esquecer tudo que é preto e branco. Ao menos que sejam aquelas imagens antigas que nos transportam pra lugares  maravilhosos depois que a gente as olha por um tempo.
Mas infelizmente todo encanto precisa ter uma pausa e assim foi com Belinha e todos os outros.
Quando eu me dei conta, tudo se resumia em um mágico e encantado pontinho vermelho. Um não. Em sete pontinhos e uma mãezona!

Enquanto isso, tô aqui, com minha paleta de aquarela e meu pincel, esperando, sem anseios, a próxima bagunça!