sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

(Um guardanapo que contou...)

A cada passo que dou em sua direção, são dois que eu tenho que voltar .
A cada sorriso que te dou, surge uma nova inquietação que eu tenho que lidar.
Eu queria poder fazer minhas escolhas e seguir meus impulsos e minha vontade de ficar.
Queria. De verdade.
Mas não depende de mim, não depende do tempo e nem da saudade.
Depende do motivo dos teus sonhos, das tuas canções.
E não me adianta rasgar os versos, impedir a prosa de ir pro papel.
Não adianta nada disso se eu sei que de madrugada são tuas rimas que me vem à cabeça.
Eu li tuas entrelinhas e sei dos teus segredos.
Talvez você até tenha a curiosidade de ficar também. 
Teus olhos,vez ou outra, se aconchegam nos meus.
Teu abraço, de tão cheio de carinho, parece querer morar aqui.
Nossas madrugadas, com graça, se estendem o máximo que conseguem pra encontrar o sol.
Sua poesia, naturalmente, canta com a minha.
Seriam viagens inesquecíveis pra lugares nunca vistos antes.
O problema é que você não deve fazê-lo.
Teus refrões não dariam conta dos meus versos 
E minhas cores não acompanhariam teus traços.
Ou quem sabe, tudo daria certo.
O ponto é que está na hora de partir.
O que temos de mais bonito é exatamente o motivo de nossa ruína.
Hoje acordei de um sonho bom.
Um sonho que me fez gargalhar e me sentir em casa.
E que ao mesmo tempo amparou minhas lágrimas e me fez flutuar.
Sonho esse que você nunca escolheu sonhar.
Sonho que era apenas sonho.
Não adianta voar sozinha e não adianta caminhar pra lugar nenhum. 
Porque a cada passo que eu dou em sua direção, é um voo que eu deixo de alçar...