segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Saudades de papel

Hoje ecoou em minhas lembranças seu rosto corado na primeira vez que eu te chamei de "amor". Em seguida me vieram as tantas outras faces sorridentes que você insistia em fazer mesmo depois de tanto tempo ouvindo-te ser amado.
Sexta passada fez uma noite bonita de calor e quando eu me debrucei na grade do jardim eu quase senti teu beijo em minha nuca descoberta, como você fazia sempre.
Te vi de relance em um pensamento adormecido, aquele em que cobríamos a parede da sala ainda vazia com poesias conjuntas.
Por alguns instantes eu podia jurar que nunca acabou. Por alguns outros, eu quase tive a certeza de teria sido melhor assim.
Sacudi a cabeça como quem espanta pensamentos-voadores.
Saudades de papel.