domingo, 5 de julho de 2015

Domingo de insônia

O escuro aprendeu a ter cores.
O tic-tac dos relógios serviam de trilha sonora pras risadas e sussurros dali.
O próprio Tempo, aquele lá, lembram? Pois é. Cedeu.
E de presente deu um "pra sempre" que durou a noite toda e mais um pouco da manhã.
Era sonho sem o sono.
Era a imaginação no mundo real.
E perante a tudo que precisava ser mantido entre quatro paredes, lá estava a maior e irrefutável prova do crime: o cobertor com o cheiro dos dois. E em meio a esses, ali escondidos, via-se de relance dois sorrisos esculpidos de segredos. Lábios em curva bem desenhada de quem guarda um beijo precioso.
Só eles num mundo só deles.
Com olhares compassados  com os corações.
Com gargalhadas que faziam parecer que tudo era possível. Que tudo fazia sentido.
Com as palavras ditas de pertinho, declaradas no silêncio.
Sem medo.
Sem preocupações.
Só os dois. Finalmente sendo um.