Ela era a explosão nuclear.
Ele era o encanto do sorriso,
Ela era o detalhe do olhar.
Ele vivia o "pra sempre",
Ela vivia o "por enquanto".
Ele era o Racional e a Certeza.
Ela era a Emoção e o Entretanto...
Ele, brisa.
Ela, tempestade.
Ele fingia.
Ela fugia.
Ele gostava de ficar,
Ela gostava de mudar.
Mas ela acabou ficando também.
E ele viu que algo mudou.
Eram sol.
E solidão.
Eram juntos o que não conseguiam ser quando eram um só.
E mesmo sendo as pontas de dois extremos,
Vez os outra confundiam-se entre eles.
Um pensava demais.
O outro (des)pensava o que vinha.
Um cantava um refrão,
O outro não entendia.
Um sentia falta.
O outro nunca ia embora.
Mas às vezes,
Perdiam de vista aquela linha que mostrava onde acabava um e começava o outro.
E ora ou outra Um era o Outro,
E o Outro era Um,
Misturados em bordado-ponto-cruz.
Eram saudade na presença,
Tinham silêncios que gritavam,
Davam sorrisos sem motivos,
E trocavam segredos desvendados.
Eram poesia, cor e som.
Eram cheiro, luz e tom...
Mas daqui a pouco já não eram mais.
Um ia pro céu e o outro voltava pro chão.
Cada um tinha seu próprio caminho,
Sua própria trilha e moradia.
Acabavam por ser Paralelos Infinitos.
E no escuro de seus quartos, podiam ouvir o mar...
Era o sentimento de marola.
... Ora vai, ora volta.