terça-feira, 5 de junho de 2018

Pela primeira vez...

Pela primeira vez...
... Decidi por pelo menos 5 itens antes da "ótima remuneração" na minha lista de expectativas em um emprego ideal.
... Peguei minhas 3 graduações e decidi fazer com elas algo maior do que arranjar um emprego.
... Eu tô sozinha depois de passar 10 anos emendando um relacionamento no outro.
... Parei de mexer no celular até pegar no sono.
... Parei de seguir uma religião.
... Comecei a andar de bicicleta sem ter pra onde ir.
... Parei sacar o celular pra fotografar os animais que se aproximam de mim.
... Não penso em casamento e filhos.
... Parei de mentir pra evitar julgamento alheio.
... Reduzi todos os meus bens materiais a uma mala de mão.
... Aprendi que minhas crises de ansiedade começam com a minha insatisfação com o meu presente.
... Passei a não me calar sobre o que eu acho injusto ou errado (inclusive no almoço de domingo).
... Descobri que achar algo errado, não me torna dona da razão.
... Passei a ouvir mais quem tem o que dizer e menos a quem só quer falar.
... Passei a encarar os dias ruins sem fingir que estou bem.
... Parei de atar as pessoas à minha vida.
... Tenho me achado linda de verdade e por inteiro.

Pela primeira vez na vida eu tenho percebido o peso dos olhares indignados de quem tem carro próprio, emprego estável, relacionamento perfeito, graduação impecável, rotina apertada e corpo cansado.
Mas agora os encaro no mesmo nível. Serena e firme. Sem intimidação.

Eles se irritam quando alguém não segue a receita convencional e consegue ser tão feliz quanto eles (senão mais).
Se indignam quando esbarram com alguém com a teimosia e ousadia de dizer "mas eu não quero isso pra mim".
Eles arranjam boatos, apontam dedos e riem debochados, esperam o tropeço de quem sai do trilho e encontra um caminho melhor.
... Cada julgamento carrega a amargura de quem sabe que cedeu a conveniência da vida.

E pela primeira vez na vida eu não abaixo a cabeça.
Pela primeira vez eu não me importo com as prepotências.
Sucesso não deve ter padrão.
Não é mais uma competição.
E pela primeira vez eu carrego um sorriso que é só meu num caminho que só trilham meus iguais. Finalmente sou a responsável pela minha felicidade.

E isso é só o começo.