quinta-feira, 13 de junho de 2013

De onde vens?


Ingênuo és tu!
Ah se pudesses ver teus olhos delatando-o descaradamente! Tua voz vacilando discretamente a cada fim de frase ensaiada.
E ainda repetes inúmeras vezes as mesmas garantias débeis e cegas.
E me ferem essas falsas verdades usadas como lençol praquilo que chamas de proteção. Proteção? Até que ponto as palavras são capazes de proteger-nos?  
Até onde os argumentos conseguem ser convincentes o bastante pra provarem que insignificâncias realmente não carregam valor nenhum? Afinal, omitir essas tais insignificâncias não atribui instantaneamente a elas uma importância considerável?
E se soubesses que antes mesmo de que tu pensasses em recriar os fatos, eu já sabia das tuas verdades por inteiro, nuas e cruas?
Sufoca-me fingir que aceito tuas palavras, que creio em tudo o que me diz.
Ah se as palavras fossem o único instrumento da verdade! E se a verdade nos fosse exposta sem rodeios? Se não houvesse barreiras ou limites? Nem bom senso ou altruísmo?  Como reagiríamos a verdade constante e sem freios?

Quando algo omitido torna-se uma mentira?