Olhos de estrela, pensamentos de papel. Coração-buraco-negro, mãos de alcançar céu. Vento nos cabelos entre brisas de verão. Um sorriso de segredo pelas histórias que se vão. Nesse mundo passageiro, tudo passa e pouco fica. É no canto do guardanapo que a poesia se eterniza.
sábado, 18 de março de 2017
Desapego
No meio do reboliço, me escapuliram duas ou três frases que antes eu trancava quietas em pensamento.
Parei imediatamente. Encarei-as na minha frente, materializadas em alto e bom som.
Os falatórios barulhentos continuaram, mas eu apenas parei. Percebi que eram palavras que eu havia dito pela primeira vez, apesar de não serem novas pra mim.
Estava surpresa. Em realidade eram muito menos caóticas do que em minha mente.
Era quase meia noite quando as estrelas reapareceram num lampejo de íris.
O peito estufou e o passo acalmou
"Então é isso?"
Uma leveza concedida à consciência
E uma sutil sensação de desobrigação...
Era aquela saudosa sensação de recomeço
Que dava vida nova à qualquer destrutivo ponto final.