Eu jurei ao meu coração que seria sincera.
Junto a isso prometi que sempre o ouviria, sempre iria até o meu limite - e por vezes o ultrapassaria - pra poder seguí-lo.
Eu não vou renunciar ao que sou, jamais.
Serei a rima, serei os pés descalços na areia, serei a canção de ninar que acalenta a criança no sono. Serei a liberdade, a aquarela, o cheiro de bolo assando no forno.
Eu serei riso, serei choro, serei insegurança e coragem. Serei o grito no vento, o sussurro no ouvido, a entrega pro mundo e a andarilha de passagem.
Eu serei o recomeço e o esquecimento, serei a mágoa e o perdão. Serei assim, eu sei, instabilidade e sensibilidade, sabe-se lá se útil ou em vão.
Serei a menina que brinca, a moça que ama, a mulher que acredita. Serei o mais lindo mosaico de cacos coloridos, feito das histórias mais bonitas.
Eu serei o dedilhado do violão, serei a fome e a saudade. Serei os olhos perdidos no por do sol de fim de tarde.
Serei a carta esquecida na gaveta, serei a foto revelada. Serei o sono perdido e a lembrança que aparece sem ser convidada.
Serei a fé de uma criança. Serei o anseio e a aventura. Serei a imaginação, a esperança e o vôo nas alturas.
Serei sempre a despedida. Não tenho muito tempo pra ficar. Onde quer que eu vá, o amanhã sempre esteve ali pra me esperar.
Sou amparo. Sou abraço. Sou indecisão e por isso também sou cansaço.
Serei só e estarei sempre acompanhada. Também levo os cacos dos outros, mosaicos que hoje são sorrisos bem plantados...
Eu serei mudança. Serei essência eterna. Acima de tudo, eu serei leal comigo mesma.
Não posso mentir pros outros assim como não posso mentir pra mim mesma. Eu terei prioridades com meus sonhos, serei forte pra torná-los reais não importa o que aconteça.
Eu jurei ao meu coração que seria sincera.
Amigo... Tá chegando a hora. Tu é batalhador, eu sei. Mas tá chegando a hora mais uma vez. Me põe em pedaços te levar de um lugar que tanto quer ficar... Mas as vezes chega a hora de... Parar... Deixar.
Não... Assim dói mais... Não olha pra trás não... Eu te prometo mais uma vez: junto a gente passa inteiro por mais esse turbilhão.
Eu jurei que te seguiria até o fim... Sei que custa acreditar, mas é verdade... Mais uma vez é assim. Chegou o tal do fim...
Vamos, força meu amigo. Eu preciso de você comigo. Não posso levar uma existência sem coração! Há quem consiga viver só com a cabeça, mas você sabe que não sou dessa gente não!
Não se preocupa. Vamos, a gente segue o nosso caminho. Confio em você mesmo meio amarrotado e esfolado. Isso passa. O importante é que você tá inteirinho.
Olhos de estrela, pensamentos de papel. Coração-buraco-negro, mãos de alcançar céu. Vento nos cabelos entre brisas de verão. Um sorriso de segredo pelas histórias que se vão. Nesse mundo passageiro, tudo passa e pouco fica. É no canto do guardanapo que a poesia se eterniza.
domingo, 27 de dezembro de 2015
Dons
Aí eu recebi um dom... O de ser capaz de esquecer. Com ele eu descobri que nada doía pra sempre.
E aí eu descobri minha maior maldição... Pois eu precisaria sangrar muito pra poder ter forças pra lembrar pra sempre...
E aí eu descobri minha maior maldição... Pois eu precisaria sangrar muito pra poder ter forças pra lembrar pra sempre...
sábado, 26 de dezembro de 2015
Ele
Ele me causava sorrisos, saudades e poemas.
Ele havia me virado do avesso, havia atravessado minha fronteira, forçado meus limites.
Ele despertou uma parte em mim que eu tinha decidido deixar dormindo por muito tempo. Ele mostrou-me que o medo de amar de novo não valia a pena. Ele me lembrou que a reciprocidade ainda existia sim e que ele estava disposto a provar isso pra mim.
E me provou.
Saboreou.
Me descobriu.
E me desvendou.
E eu me entreguei.
Ele dizia que era eu quem havia feito a vida dele mais leve e com mais cor... Eu? Justo eu com toda a minha confusão? Acho que ele também estava suficientemente confuso pra enxergar coisas que gente normal não via.
Eu o amei. E odiei ter que me despedir.
Claro que eu sempre soube que duraria pouco tempo. Eu só não sabia que esse tempo me faria tão infinita.
Eu o amei. E meus olhos se disfarçam de mar quando o coração lembra que o amarei por muito tempo ainda... Eu sabia que ele me amaria também. E que nada poderia ser feito com relação a isso...
Ele havia me virado do avesso, havia atravessado minha fronteira, forçado meus limites.
Ele despertou uma parte em mim que eu tinha decidido deixar dormindo por muito tempo. Ele mostrou-me que o medo de amar de novo não valia a pena. Ele me lembrou que a reciprocidade ainda existia sim e que ele estava disposto a provar isso pra mim.
E me provou.
Saboreou.
Me descobriu.
E me desvendou.
E eu me entreguei.
Ele dizia que era eu quem havia feito a vida dele mais leve e com mais cor... Eu? Justo eu com toda a minha confusão? Acho que ele também estava suficientemente confuso pra enxergar coisas que gente normal não via.
Eu o amei. E odiei ter que me despedir.
Claro que eu sempre soube que duraria pouco tempo. Eu só não sabia que esse tempo me faria tão infinita.
Eu o amei. E meus olhos se disfarçam de mar quando o coração lembra que o amarei por muito tempo ainda... Eu sabia que ele me amaria também. E que nada poderia ser feito com relação a isso...
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
Saudade desde já
A alma também necessita de boas e longas conversas.
Por ser rara a linguagem de almas, torna-se muito peculiar quando encontra-se um par para fazê-lo. Não há nada melhor que um parceiro fluente na troca de essência, que seja especialista em entrega mútua.
A alma sente fome de plenitude. Sem isso a felicidade atrofia e os dias ficam pesados.
Cuide do que você é tanto quanto cuida do que você tem e fique perto de pessoas que façam isso também.
Faça valer a pena, não faça virar saudade...
Por ser rara a linguagem de almas, torna-se muito peculiar quando encontra-se um par para fazê-lo. Não há nada melhor que um parceiro fluente na troca de essência, que seja especialista em entrega mútua.
A alma sente fome de plenitude. Sem isso a felicidade atrofia e os dias ficam pesados.
Cuide do que você é tanto quanto cuida do que você tem e fique perto de pessoas que façam isso também.
Faça valer a pena, não faça virar saudade...
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Odeio despedidas
Despedidas sempre me fizeram mal, me tiraram o chão, a calma, a paz...
Ando precisando de mais "vou ficar". Meu coração inquieto deseja mais "olá's"
Ando precisando de mais "vou ficar". Meu coração inquieto deseja mais "olá's"
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Do que se pensa as 4 da madrugada
Às vezes é preciso ser forte. Aquela força que se arranca sabe-se lá de onde, que você não sabe se tem.
Às vezes o que nos resta é estufar o peito, fincar o pé no chão e dar a cara a tapa.
É preciso aceitar o que nos chega e transformar o que não nos agrada.
É, amigo. Às vezes não tem jeito.
Assumimos uma postura diferente pra não desabar.
Eu assumi esse sorriso meio frouxo, mas que tenta com todas as forças ser sincero.
É essa fé quase cega pelo incerto que me mantém em pé.
Talvez, de tanto me precaver, tanto condicionar alguns pensamentos pro meu bem, tenho acreditado em algumas realidades que inventei.
Venho me convencendo das despedidas e pontos finais.
Talvez seja o melhor. Expectativa nunca me fez muito bem.
Mas meu medo é que eu esteja achando que estou seguindo em frente quando na verdade, estou fugindo do que tenho que esperar. Será que estou fingindo ser forte enquanto fujo do que realmente me dói?
E aí eu me indago: O que exige mais coragem? Ir ou ficar?
Às vezes o que nos resta é estufar o peito, fincar o pé no chão e dar a cara a tapa.
É preciso aceitar o que nos chega e transformar o que não nos agrada.
É, amigo. Às vezes não tem jeito.
Assumimos uma postura diferente pra não desabar.
Eu assumi esse sorriso meio frouxo, mas que tenta com todas as forças ser sincero.
É essa fé quase cega pelo incerto que me mantém em pé.
Talvez, de tanto me precaver, tanto condicionar alguns pensamentos pro meu bem, tenho acreditado em algumas realidades que inventei.
Venho me convencendo das despedidas e pontos finais.
Talvez seja o melhor. Expectativa nunca me fez muito bem.
Mas meu medo é que eu esteja achando que estou seguindo em frente quando na verdade, estou fugindo do que tenho que esperar. Será que estou fingindo ser forte enquanto fujo do que realmente me dói?
E aí eu me indago: O que exige mais coragem? Ir ou ficar?
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Coleção
Nessa fase de tantas despedidas e últimas vezes, eu fico feliz por ter feito com você uma coleção tantas coisas que fiz pela primeira vez.
domingo, 13 de dezembro de 2015
Verão
Diferentemente dos outros, dessa vez não vimos o dia amanhecer.
Creio que tenhamos amanhecido um no outro, por isso o sol se fez coadjuvante.
Nem por isso os olhos não brilhavam como o alvorecer.
Tivemos a oportunidade de nos despedirmos de maneira peculiar.
Escutamos as risadas e silêncios de julho. Vimos a silhueta revelada à pouca luz. Tomamos o banho de mar. Inventamos discussões tolas. Cantamos juntos. Nos declaramos como se fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento. Sonhamos. Choramos. Sentimos falta e matamos saudades. Ouvimos os fogos de artifício...
Provamos a nós o quanto somos diferentes juntos. De que o adeus pode ser encarado de forma um pouco mais leve quando se tem alguém gravado em sua alma e não apenas carregado no peito e assim sendo, a despedida torna-se um momentâneo "até logo". Provamos que o mundo não é capaz de mudar a sintonia de quem se ama. Os lugares, os momentos e pessoas não são capazes de subtrair nossas estrelas. Duas partes de um céu inteiro. Loucos. Onde quer que estejamos, loucos um pelo outro.
Creio que tenhamos amanhecido um no outro, por isso o sol se fez coadjuvante.
Nem por isso os olhos não brilhavam como o alvorecer.
Tivemos a oportunidade de nos despedirmos de maneira peculiar.
Escutamos as risadas e silêncios de julho. Vimos a silhueta revelada à pouca luz. Tomamos o banho de mar. Inventamos discussões tolas. Cantamos juntos. Nos declaramos como se fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento. Sonhamos. Choramos. Sentimos falta e matamos saudades. Ouvimos os fogos de artifício...
Provamos a nós o quanto somos diferentes juntos. De que o adeus pode ser encarado de forma um pouco mais leve quando se tem alguém gravado em sua alma e não apenas carregado no peito e assim sendo, a despedida torna-se um momentâneo "até logo". Provamos que o mundo não é capaz de mudar a sintonia de quem se ama. Os lugares, os momentos e pessoas não são capazes de subtrair nossas estrelas. Duas partes de um céu inteiro. Loucos. Onde quer que estejamos, loucos um pelo outro.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Apegos, lugares e pessoas
Fica tranquilo.
Cê não tá perdido não.
É que tudo anda meio fora do lugar mesmo.
Fica cada vez mais difícil achar o caminho.
Mas, olha. Tá tudo bem.
As vezes, tudo que a gente precisa é parar de se apegar à paisagem que já foi bela um dia. Vê? Chega a hora de ter coragem e criar a própria trilha...
A vida é assim mesmo.
Não devemos permanecer em lugares que não nos aconchegam... Não devemos nos acomodar no desconfortável por orgulho ou porque aprendemos que devemos agir assim. Muito menos por simplesmente já estar ali há tanto tempo.
Não...
A vida merece mais sorrisos. Novas descobertas.
A vida merece um futuro bonito, sabe?
Vai lá. Força.
Fica tranquilo.
Cê não tá perdido não.
É que daqui em diante tudo vai ser novo mesmo. Vai ser difícil as vezes. Dá um pouco de medo. Mas vai valer a pena.
E sabe por que?
Porque ninguém escolheu por você.
:)
Cê não tá perdido não.
É que tudo anda meio fora do lugar mesmo.
Fica cada vez mais difícil achar o caminho.
Mas, olha. Tá tudo bem.
As vezes, tudo que a gente precisa é parar de se apegar à paisagem que já foi bela um dia. Vê? Chega a hora de ter coragem e criar a própria trilha...
A vida é assim mesmo.
Não devemos permanecer em lugares que não nos aconchegam... Não devemos nos acomodar no desconfortável por orgulho ou porque aprendemos que devemos agir assim. Muito menos por simplesmente já estar ali há tanto tempo.
Não...
A vida merece mais sorrisos. Novas descobertas.
A vida merece um futuro bonito, sabe?
Vai lá. Força.
Fica tranquilo.
Cê não tá perdido não.
É que daqui em diante tudo vai ser novo mesmo. Vai ser difícil as vezes. Dá um pouco de medo. Mas vai valer a pena.
E sabe por que?
Porque ninguém escolheu por você.
:)
Da sinceridade
Verdades e suas manias de aparecerem sem precisarem de convite. As vezes atingem nossa consciência tão rápido que não tem como se preparar.
Algumas delas rasgam o peito. Outras aliviam o peso que se carrega nele.
Algumas aparecem como uma confirmação da sua intuição. Outras te pegam tão de surpresa que parecem um tiro.
Já ouvi verdades que me empolgaram, que me deixaram eufórica. Já ouvi outras tantas que me desanimaram, tiraram meu chão.
A verdade em si não pertence a nós, humanos. Porque quer queira, quer não, creio que não somos preparados pra transparência do mundo real, onde se observarmos, não existe meio termo. O meio termo, a dúvida, estão na nossa cabeça. A veracidade e os fatos estão sempre ali, em maior ou menor grau, alterando nossa interpretação dos fatos a todo instante.
Das certezas que eu conquistei uma delas é a que mais se confirma conforme o tempo passa: quanto maior a surpresa que causa, maior a veracidade do que se sente.
Algumas delas rasgam o peito. Outras aliviam o peso que se carrega nele.
Algumas aparecem como uma confirmação da sua intuição. Outras te pegam tão de surpresa que parecem um tiro.
Já ouvi verdades que me empolgaram, que me deixaram eufórica. Já ouvi outras tantas que me desanimaram, tiraram meu chão.
A verdade em si não pertence a nós, humanos. Porque quer queira, quer não, creio que não somos preparados pra transparência do mundo real, onde se observarmos, não existe meio termo. O meio termo, a dúvida, estão na nossa cabeça. A veracidade e os fatos estão sempre ali, em maior ou menor grau, alterando nossa interpretação dos fatos a todo instante.
Das certezas que eu conquistei uma delas é a que mais se confirma conforme o tempo passa: quanto maior a surpresa que causa, maior a veracidade do que se sente.
sábado, 5 de dezembro de 2015
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
Vôo
Meu vôo é bem mais alto, bem mais longo.
Minha vida consiste em viagens onde, apesar da minha força, é impossível que eu carregue alguém comigo o tempo todo.
Pra poder ver minhas estrelas, pra poder acompanhar meu por do sol é necessário que se aprenda a voar também.
Minha vida consiste em viagens onde, apesar da minha força, é impossível que eu carregue alguém comigo o tempo todo.
Pra poder ver minhas estrelas, pra poder acompanhar meu por do sol é necessário que se aprenda a voar também.
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
É.
É preciso muita coragem pra encarar tudo que uma vida com outra pessoa exige.
E é preciso muita fé pra desistir dessa vida quando se reconhece que não se tem mais espaço pra continuar tentando.
E é preciso muita fé pra desistir dessa vida quando se reconhece que não se tem mais espaço pra continuar tentando.
Vê?
Vê?
Me encontro perdida.
Não sei pra onde ir.
Não tenho pra onde voltar.
E já não posso mais ficar.
Vê?
Me saboto a todo instante.
Vê? A fraude? Sim, eu!
Vê?
A contradição estampada em meus olhos? Consegue enxergar isso neles também? O que eles te dizem?
Vê?
Meu pedido de socorro? Minha tentativa engasgada de tentar esmolar ajuda? A frustração de não conseguir explicar o que realmente se passa aqui?
Vê que quero
Vê que eu queria ser a pessoa fria que necessita-se ser nessa hora?
Vê que eu queria fugir de forma egoísta?
Apagar o que queima o peito? VÊ QUE NÃO SOU O QUE PENSAS? Que eu queria ser exatamente tudo que odeias?
Vê? Vê que meu coração dói?
Vê que não dá pra suportar ficar te esperando voltar enquanto te vejo se afastando cada vez mais?
Vê? Vê que quando eu for, é pra sempre?
Vê que eu cansei? Cansei de me resignar. De aceitar. De encarar o obstáculo que for por nós. Sozinha e pra nada.
Vê? Ando cega.
Muda.
Mudada.
Ouvindo o que eu queria que fosse calado. Que fosse Mentira. Uma história inventada.
Me enxerga.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Daqui dez anos
Um dia, estaremos passeando a noite.
Eu com meus filhos e você com os seus.
Aquela proximidade quase intensa. Saudosista.
Júpiter e Saturno alinhados numa órbita passageira.
A compatibilidade perdurável...
Um descuido cá e outro acolá e lá se vê os dois de anos atrás. Gargalhando um do outro como sempre foi. Acordando e relembrando os presentes do passado no agora então, nostálgico futuro.
Assim, pois, num susto, de repente, fogos de artifício vão riscar o céu.
Vão colorir nossos olhos vidrados de luz. Luz nossa, luz da alma, das lembranças.
Depois de um minuto ou dois a gente vai se olhar e sorrir. Sorrir e só. Porque teremos aquele filme passando na cabeça...
Uma daquelas histórias que nossos filhos não vão ouvir falar antes de deitar...
Eu com meus filhos e você com os seus.
Aquela proximidade quase intensa. Saudosista.
Júpiter e Saturno alinhados numa órbita passageira.
A compatibilidade perdurável...
Um descuido cá e outro acolá e lá se vê os dois de anos atrás. Gargalhando um do outro como sempre foi. Acordando e relembrando os presentes do passado no agora então, nostálgico futuro.
Assim, pois, num susto, de repente, fogos de artifício vão riscar o céu.
Vão colorir nossos olhos vidrados de luz. Luz nossa, luz da alma, das lembranças.
Depois de um minuto ou dois a gente vai se olhar e sorrir. Sorrir e só. Porque teremos aquele filme passando na cabeça...
Uma daquelas histórias que nossos filhos não vão ouvir falar antes de deitar...
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Desabafo
Ando vendo muito casal que sustenta seu relacionamento só nas redes sociais ou nas rodas de amigos. Pessoas que insistem numa imagem perfeitinha de relacionamento, mas quando se olham, não se nota mais nenhuma diferença no brilho dos olhos.
O que é amor sem brilho nos olhos, meu Deus? O que é amor sem sorrisos de flashs? Sem as risadas roubadas enquanto estamos desprevenidos?
O amor num relacionamento tem a ver com companheirismo.
Tem a ver com aqueles detalhes que só a pessoa certa pode fazer por você (e por "pessoa certa" eu quero dizer "a pessoa que te faz feliz" e não necessariamente o amor da sua vida, alma gêmea pela eternidade).
Tá em se aninhar num abraço, em rir das mesmas coisas, fazer piadas um com o outro.
Tá em dividir o pão de queijo e falar baboseira no telefone de madrugada só porque a saudade bateu.
O amor tá em ouvir uma música e mandar pro outro porque te fez lembrar de algo em comum entre vocês.
É ver algo interessante e ficar ansioso pra contar logo pra pessoa.
É aceitar o impossível em dupla.
É aventurar-se por caminhos que não se sabe o destino.
É saber que mesmo que o mundo esteja pra desmoronar, existe abrigo em outra alma.
É perdoar. Do fundo do coração.
É não sufocar, enclausurar.
E o mais importante é: não sentir tudo isso sozinho. Se se sente sozinho, não está sendo amor. Está sendo prisão.
Amor é companheirismo. E companheirismo nada tem a ver com a responsabilidade de ter que estar junto. É a leveza de QUERER estar junto.
Eu precisava dizer. E é só.
("Só")
O que é amor sem brilho nos olhos, meu Deus? O que é amor sem sorrisos de flashs? Sem as risadas roubadas enquanto estamos desprevenidos?
O amor num relacionamento tem a ver com companheirismo.
Tem a ver com aqueles detalhes que só a pessoa certa pode fazer por você (e por "pessoa certa" eu quero dizer "a pessoa que te faz feliz" e não necessariamente o amor da sua vida, alma gêmea pela eternidade).
Tá em se aninhar num abraço, em rir das mesmas coisas, fazer piadas um com o outro.
Tá em dividir o pão de queijo e falar baboseira no telefone de madrugada só porque a saudade bateu.
O amor tá em ouvir uma música e mandar pro outro porque te fez lembrar de algo em comum entre vocês.
É ver algo interessante e ficar ansioso pra contar logo pra pessoa.
É aceitar o impossível em dupla.
É aventurar-se por caminhos que não se sabe o destino.
É saber que mesmo que o mundo esteja pra desmoronar, existe abrigo em outra alma.
É perdoar. Do fundo do coração.
É não sufocar, enclausurar.
E o mais importante é: não sentir tudo isso sozinho. Se se sente sozinho, não está sendo amor. Está sendo prisão.
Amor é companheirismo. E companheirismo nada tem a ver com a responsabilidade de ter que estar junto. É a leveza de QUERER estar junto.
Eu precisava dizer. E é só.
("Só")
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Pra registro
Hoje foi o dia em que eu deixei pra trás o que me atrasava o riso.
Reestruturei prioridades.
Deixei que a ansiedade se acalmasse e permiti que a razão mostrasse os próximos caminhos ao coração.
Não estou com medo.
Sei que sou capaz de fazer meus dias valerem a pena.
Vem, amigo Tempo. Chegou a hora de voar contigo.
Reestruturei prioridades.
Deixei que a ansiedade se acalmasse e permiti que a razão mostrasse os próximos caminhos ao coração.
Não estou com medo.
Sei que sou capaz de fazer meus dias valerem a pena.
Vem, amigo Tempo. Chegou a hora de voar contigo.
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
domingo, 8 de novembro de 2015
Notificação
Sr. Educador:
Por favor, não seja o "pra que eu vou usar isso na minha vida?!" de uma criança.
Agradecida.
Por favor, não seja o "pra que eu vou usar isso na minha vida?!" de uma criança.
Agradecida.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Dia 5
Hoje, enquanto caminhava, eu vi teu reflexo em um vidro de vitrine.
Não era você, claro.
Acontece que as vezes tu pula pra fora da minha cabeça de tanto que eu pensei em nós.
Também te escutei mais tarde, quando entrei na cafeteria e tava tocando aquela música que cê me mandou há um ano atrás.
Quando percebi que você não tava ali de verdade, segui com meu pedido, peguei o meu café e sentei um pouco. Esfreguei os olhos e tentei me concentrar em outra coisa qualquer. Eu podia ter conseguido, mas tocou aquela outra música, aquela da semana passada. Sorri como sinal de desistência e murmurei verso por verso ainda com a bobeira nos lábios. Às vezes as coincidências fazem guerra contra mim.
Ou talvez nem seja coincidência. A verdade é que quando a gente fica vidrado num assunto, tudo vira associação. Por exemplo aquele casal ali no banco da praça. Ela tá deitada no colo dele já faz 25 minutos e ele tá fazendo cafuné. Será que ele também gosta de mexer no cabelo dela tanto quanto ela gosta de ter os fios remexidos pelos dedos dele?
Será que o toque dele também faz com que ela se sinta aconchegada por todas as estrelas do universo?
O tempo passou diferente hoje. E por mais que eu estivesse com a cabeça nas nuvens, meu pensamento tava muito bem ancorado em um porto só.
Isso me rendia o olhar mais distante, pelo motivo mais focado.
Me permiti uma última tortura trivial antes de deitar pra descansar, já tarde da noite. Sentei no jardim pra conversar com a lua.
Nas minhas mãos, um suco de acerola.
Gosto do primeiro beijo.
Gosto de frio na barriga e de sonho.
Gosto do nosso primeiro dia 5.
Gosto de nós dois.
Gosto de rimas refletidas dia após dia.
Gosto de uma saudade tremenda. Hum... Não. Mentira. Disso eu não gosto não.
Passei o dia disfarçando recordações.
Passei o dia fingindo que não tava fugindo.
"Claro que não. Tá tudo certo." - eu repetia toda vez que alguém me flagrava perdida em outro momento, em outra vida, em história. - "É coisa do trabalho".
Hoje é dia 5.
Mais um.
Olha, eu nunca fui muito apegada com data e cê sabe disso.
Acho baboseira dar tanta atenção a um dia do mês, ainda mais quando eu tenho coisas muito mais especiais pra lembrar referente aos outros dias que preencheram todo o restante da folha de calendário.
Nem sequer gosto de número ímpar. Muito menos quando isso significa que eu tô aqui, sem você. 1.
Não sem você. Eu sei. Mas ainda assim, só.
Cinco sentidos.
Todos eles despertados por inteiro quando tô contigo.
(E até mesmo quando você tão tá comigo.)
E foi isso: Todos os cinco avivados num dia 5. Como se tudo isso fizesse algum sentido.
Deitei, crente que a noite fosse levar esse amontoado de pensamentos junto com o son... O que?... Não. São cinco sentidos sim... Não... Foram cinco.
O problema é esse. Ninguém de fora é capaz de enxergar essa história por inteiro.
Eu disse 5 sentidos num dia 5, não foi? Se você não conseguiu encontrar todos enquanto eu contava a história, não é problema meu.
Posso continuar? Obrigada...
... Como eu estava dizendo...
Uma boa noite de sono as vezes é tudo que a gente precisa.
Uma amnésia temporária.
Um descanso do nosso consciente.
Uma liberdade pro nosso pensamento encarcerado.
E foi assim que me rendi a emancipação das minhas quimeras.
Na maior das renúncias, finalmente abdiquei das lembranças por hoje e terminei meu dia ali... No travesseiro que ainda tem seu cheiro.
Não era você, claro.
Acontece que as vezes tu pula pra fora da minha cabeça de tanto que eu pensei em nós.
Também te escutei mais tarde, quando entrei na cafeteria e tava tocando aquela música que cê me mandou há um ano atrás.
Quando percebi que você não tava ali de verdade, segui com meu pedido, peguei o meu café e sentei um pouco. Esfreguei os olhos e tentei me concentrar em outra coisa qualquer. Eu podia ter conseguido, mas tocou aquela outra música, aquela da semana passada. Sorri como sinal de desistência e murmurei verso por verso ainda com a bobeira nos lábios. Às vezes as coincidências fazem guerra contra mim.
Ou talvez nem seja coincidência. A verdade é que quando a gente fica vidrado num assunto, tudo vira associação. Por exemplo aquele casal ali no banco da praça. Ela tá deitada no colo dele já faz 25 minutos e ele tá fazendo cafuné. Será que ele também gosta de mexer no cabelo dela tanto quanto ela gosta de ter os fios remexidos pelos dedos dele?
Será que o toque dele também faz com que ela se sinta aconchegada por todas as estrelas do universo?
O tempo passou diferente hoje. E por mais que eu estivesse com a cabeça nas nuvens, meu pensamento tava muito bem ancorado em um porto só.
Isso me rendia o olhar mais distante, pelo motivo mais focado.
Me permiti uma última tortura trivial antes de deitar pra descansar, já tarde da noite. Sentei no jardim pra conversar com a lua.
Nas minhas mãos, um suco de acerola.
Gosto do primeiro beijo.
Gosto de frio na barriga e de sonho.
Gosto do nosso primeiro dia 5.
Gosto de nós dois.
Gosto de rimas refletidas dia após dia.
Gosto de uma saudade tremenda. Hum... Não. Mentira. Disso eu não gosto não.
Passei o dia disfarçando recordações.
Passei o dia fingindo que não tava fugindo.
"Claro que não. Tá tudo certo." - eu repetia toda vez que alguém me flagrava perdida em outro momento, em outra vida, em história. - "É coisa do trabalho".
Hoje é dia 5.
Mais um.
Olha, eu nunca fui muito apegada com data e cê sabe disso.
Acho baboseira dar tanta atenção a um dia do mês, ainda mais quando eu tenho coisas muito mais especiais pra lembrar referente aos outros dias que preencheram todo o restante da folha de calendário.
Nem sequer gosto de número ímpar. Muito menos quando isso significa que eu tô aqui, sem você. 1.
Não sem você. Eu sei. Mas ainda assim, só.
Cinco sentidos.
Todos eles despertados por inteiro quando tô contigo.
(E até mesmo quando você tão tá comigo.)
E foi isso: Todos os cinco avivados num dia 5. Como se tudo isso fizesse algum sentido.
Deitei, crente que a noite fosse levar esse amontoado de pensamentos junto com o son... O que?... Não. São cinco sentidos sim... Não... Foram cinco.
O problema é esse. Ninguém de fora é capaz de enxergar essa história por inteiro.
Eu disse 5 sentidos num dia 5, não foi? Se você não conseguiu encontrar todos enquanto eu contava a história, não é problema meu.
Posso continuar? Obrigada...
... Como eu estava dizendo...
Uma boa noite de sono as vezes é tudo que a gente precisa.
Uma amnésia temporária.
Um descanso do nosso consciente.
Uma liberdade pro nosso pensamento encarcerado.
E foi assim que me rendi a emancipação das minhas quimeras.
Na maior das renúncias, finalmente abdiquei das lembranças por hoje e terminei meu dia ali... No travesseiro que ainda tem seu cheiro.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
domingo, 1 de novembro de 2015
sábado, 31 de outubro de 2015
Confiar
Veja bem, meu problema nunca foi com o amor. Eu sempre acreditei no amor.
Meu problema é com as pessoas que dizem amar.
Meu problema é com as pessoas que dizem amar.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Mecanismos de defesa
É muita coisa engasgada,
Muita que eu não sei como dizer.
É tanto "cala boca!" que eu queria ter dito que acabou que o meu silêncio que fez mais sentido.
Depois de um tempo a gente se acovarda.
Cansa de lutar contra o que sempre acontece.
Por mais que a gente confie, a gente desaprende a acreditar.
O ceticismo invade a vida daqueles que se acostumam com tudo que incomoda.
Aí palavras que se ouvem ficam vazias.
Os planos ficam cada vez mais vagos.
A gente simplesmente dá os ombros pra coisas possivelmente promissoras.
Ou deveria.
A inocência cega a gente as vezes.
A vida exige audácia. Exige pessoas que tenham sintonia em suas respectivas ousadias. Que vibrem no mesmo nível de coragem.
Enfim.
É muita coisa sem tradução.
Aquelas correntes de pensamentos que emendam uma coisa na outra rápido demais pra que possamos transformar em palavras a tempo.
As vezes a gente sabe do desfecho e ainda assim insiste no enredo.
Mas taí. Cheguei no meu final.
Justamente como eu previa.
Só que mais... Mais...
Ah sei lá. Não sei a palavra certa.
Terminem a frase vocês.
Muita que eu não sei como dizer.
É tanto "cala boca!" que eu queria ter dito que acabou que o meu silêncio que fez mais sentido.
Depois de um tempo a gente se acovarda.
Cansa de lutar contra o que sempre acontece.
Por mais que a gente confie, a gente desaprende a acreditar.
O ceticismo invade a vida daqueles que se acostumam com tudo que incomoda.
Aí palavras que se ouvem ficam vazias.
Os planos ficam cada vez mais vagos.
A gente simplesmente dá os ombros pra coisas possivelmente promissoras.
Ou deveria.
A inocência cega a gente as vezes.
A vida exige audácia. Exige pessoas que tenham sintonia em suas respectivas ousadias. Que vibrem no mesmo nível de coragem.
Enfim.
É muita coisa sem tradução.
Aquelas correntes de pensamentos que emendam uma coisa na outra rápido demais pra que possamos transformar em palavras a tempo.
As vezes a gente sabe do desfecho e ainda assim insiste no enredo.
Mas taí. Cheguei no meu final.
Justamente como eu previa.
Só que mais... Mais...
Ah sei lá. Não sei a palavra certa.
Terminem a frase vocês.
Sobre a força e a falta dela
(...) Além do que já me dei por vencida, tá na hora de jogar a toalha e sair do ringue. Amor nunca existiu pra ser luta... Não pode ser sacrifício o tempo todo, certo?
Não acredito que o amor seja isso...
Não mesmo...
Amor tem muito mais a ver com a leveza de alguém topar um vôo contigo, uma queda de abismo, onde o único sacrifício é confiar em quem você tá dando a mão pra isso...
Não acredito que o amor seja isso...
Não mesmo...
Amor tem muito mais a ver com a leveza de alguém topar um vôo contigo, uma queda de abismo, onde o único sacrifício é confiar em quem você tá dando a mão pra isso...
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Isso dá samba!
Eram clichê por inteiro.
Da cabeça (dela) aos pés (dele).
Eles conversavam sobre amor num dialeto que só os dois entendiam. Quem passasse perto com certeza pensaria que estivessem falando sobre arte, música, poesia ou que talvez não estivessem falando nada, que estivessem em silêncio. Mas eu juro. É sobre amor. É sempre sobre amor!
Além disso, não duvide, pode acreditar: as risadas deles se confundiam e enquanto isso mal se sabia quem aproveitava mais o colo de quem.
Notei que ela tinha um jeito de olhar diferente quando olhava pra ele. Era como se os olhos dela virassem um par de pôr do sol. E talvez fosse por isso que justo esse olhar era o preferido dele. Ele sabia que aqueles sóis eram dele... De presente ela ganhava aquele sorriso. Aquele sorriso que, adivinhem? Pois é... Também era só dela.
Quando um dizia que estava com saudade, o outro sabia de qual saudade se dizia.
Quando tinha algo de errado com um, mesmo de longe o outro já sabia.
Uma vez eles se perderam um do outro. Tiveram a chance de não se encontrarem mais. Parece triste, né? Tinha muita gente pra atrapalhar, realmente. Mas aposto que você já sabe o que acont... ISSO! Ele a esperou. Ela o encontrou. Como se fosse a coisa mais fácil do mundo! Não importa a multidão. É incrível como elesencontram um ao outro se encontram um no outro.
Justo ele, instável como era, encontrava equilíbrio com a inconstância dela.
Justo ela, inconstante como era, começou a falar sobre "todo dia" toda vez que o assunto era ele.
Mas que diacho acontece que mesmo assim parece que essa história tem um fim?
As vezes acontece. As circunstâncias embaralham as coisas que tem tudo pra dar certo.
História sem futuros.
Amores de agoras.
Da cabeça (dela) aos pés (dele).
Eles conversavam sobre amor num dialeto que só os dois entendiam. Quem passasse perto com certeza pensaria que estivessem falando sobre arte, música, poesia ou que talvez não estivessem falando nada, que estivessem em silêncio. Mas eu juro. É sobre amor. É sempre sobre amor!
Além disso, não duvide, pode acreditar: as risadas deles se confundiam e enquanto isso mal se sabia quem aproveitava mais o colo de quem.
Notei que ela tinha um jeito de olhar diferente quando olhava pra ele. Era como se os olhos dela virassem um par de pôr do sol. E talvez fosse por isso que justo esse olhar era o preferido dele. Ele sabia que aqueles sóis eram dele... De presente ela ganhava aquele sorriso. Aquele sorriso que, adivinhem? Pois é... Também era só dela.
Quando um dizia que estava com saudade, o outro sabia de qual saudade se dizia.
Quando tinha algo de errado com um, mesmo de longe o outro já sabia.
Uma vez eles se perderam um do outro. Tiveram a chance de não se encontrarem mais. Parece triste, né? Tinha muita gente pra atrapalhar, realmente. Mas aposto que você já sabe o que acont... ISSO! Ele a esperou. Ela o encontrou. Como se fosse a coisa mais fácil do mundo! Não importa a multidão. É incrível como eles
Justo ele, instável como era, encontrava equilíbrio com a inconstância dela.
Justo ela, inconstante como era, começou a falar sobre "todo dia" toda vez que o assunto era ele.
Mas que diacho acontece que mesmo assim parece que essa história tem um fim?
As vezes acontece. As circunstâncias embaralham as coisas que tem tudo pra dar certo.
História sem futuros.
Amores de agoras.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Nota Informativa
Sr. Acaso:
Caso o senhor não tenha a intenção de ser Destino, peço a gentileza que me poupe dos futuros estragos que possam vir a aparecer com a sua presença em meu presente.
Eu tenho sensibilidade à surpresas. Não sei desapegar da sensação que elas causam em minha vida.
Por isso, peço que seja mais altruísta e pense nas consequências a longo prazo que o senhor desencadeia antes de me causar o frio na barriga e o arrepio na espinha.
Grata.
Caso o senhor não tenha a intenção de ser Destino, peço a gentileza que me poupe dos futuros estragos que possam vir a aparecer com a sua presença em meu presente.
Eu tenho sensibilidade à surpresas. Não sei desapegar da sensação que elas causam em minha vida.
Por isso, peço que seja mais altruísta e pense nas consequências a longo prazo que o senhor desencadeia antes de me causar o frio na barriga e o arrepio na espinha.
Grata.
T i c t a c. Tic tac. Tictac.
Deus queira que haja tempo.
Tempo de realizar sonhos.
Tempo pra sonhar mais um pouco.
Tempo de viver o inesquecível.
Tempo pra esquecer.
Só um pouco mais de tempo.
Tempo de realizar sonhos.
Tempo pra sonhar mais um pouco.
Tempo de viver o inesquecível.
Tempo pra esquecer.
Só um pouco mais de tempo.
domingo, 11 de outubro de 2015
Ela...
Ela queria, do fundo do coração, ser daquele tipo de gente que depois de ter tido o coração destroçado uma vez, não consegue voltar a confiar tão cedo.
Mas a verdade é que ela já teve o coração pisado uma, duas, três, quatro vezes... E tá lá, prontinho pra amar pela quinta.
Maldita fé no amor.
Mas a verdade é que ela já teve o coração pisado uma, duas, três, quatro vezes... E tá lá, prontinho pra amar pela quinta.
Maldita fé no amor.
sábado, 10 de outubro de 2015
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
sábado, 3 de outubro de 2015
Entrelinhas
Acordei no meio da noite com o barulho da tempestade.
Parecia que desmoronava o mundo, que o céu tinha desistido de ficar no alto.
Ouvia tudo estremecendo.
Vez ou outra um trovão gritava como se tudo tivesse chegado no limite... A chuva escorria sem parar e as nuvens cobriam o infinito do céu, limitando a imensidão do universo, dando a impressão que não havia mais nada além da tormenta.
O vento gelado era cortante.
Eu estava cansada e ainda assim, não conseguia voltar a dormir... Não dava pra ser indiferente ao que acontecialá fora dentro de mim.
Parecia que desmoronava o mundo, que o céu tinha desistido de ficar no alto.
Ouvia tudo estremecendo.
Vez ou outra um trovão gritava como se tudo tivesse chegado no limite... A chuva escorria sem parar e as nuvens cobriam o infinito do céu, limitando a imensidão do universo, dando a impressão que não havia mais nada além da tormenta.
O vento gelado era cortante.
Eu estava cansada e ainda assim, não conseguia voltar a dormir... Não dava pra ser indiferente ao que acontecia
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Que não seja menos que isso
Por um amor que bagunce seu mundo.
Por um amor que te dê coragem de ir conquistar seus sonhos.
Por um amor que te cause frio na barriga mesmo de longe.
Por um amor que te faça largar tudo no meio da tarde.
Por um amor que te transborde.
Por uma amor que te mostre um mundo novo.
Por um amor te faça louco.
Por um amor com trilha sonora.
Por um amor que te transforme.
Por um amor que não pense duas vezes, que não tenha dúvidas, que não hesite em querer estar do seu lado.
Por um amor cúmplice.
Por um amor, sem favor.
Senão, não é amor.
Por um amor que te dê coragem de ir conquistar seus sonhos.
Por um amor que te cause frio na barriga mesmo de longe.
Por um amor que te faça largar tudo no meio da tarde.
Por um amor que te transborde.
Por uma amor que te mostre um mundo novo.
Por um amor te faça louco.
Por um amor com trilha sonora.
Por um amor que te transforme.
Por um amor que não pense duas vezes, que não tenha dúvidas, que não hesite em querer estar do seu lado.
Por um amor cúmplice.
Por um amor, sem favor.
Senão, não é amor.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Corpo que fala
Meus olhos tem saudade.
Do teu sorriso,
Do teu tom de castanho,
Das paisagens que dividi com os olhos teus...
Minhas mãos sentem falta da sua pele,
Do teu rosto,
Dos teus dedos entrelaçando os meus.
Meu corpo ainda tem teu cheiro,
Tuas marcas,
Os arrepios que você causou.
Minha boca ainda guarda tuas risadas,
Teus beijos,
Tua poesia.
Minha cabeça ainda faz planos.
Ainda faz drama.
Ainda faz de tudo pra não esquecer cada segundo vivido ao lado teu.
Meu coração...
Ah, meu coração.
Esse tá perdido.
Não encontrou o caminho de volta desde que decidiu ficar contigo.
Do teu sorriso,
Do teu tom de castanho,
Das paisagens que dividi com os olhos teus...
Minhas mãos sentem falta da sua pele,
Do teu rosto,
Dos teus dedos entrelaçando os meus.
Meu corpo ainda tem teu cheiro,
Tuas marcas,
Os arrepios que você causou.
Minha boca ainda guarda tuas risadas,
Teus beijos,
Tua poesia.
Minha cabeça ainda faz planos.
Ainda faz drama.
Ainda faz de tudo pra não esquecer cada segundo vivido ao lado teu.
Meu coração...
Ah, meu coração.
Esse tá perdido.
Não encontrou o caminho de volta desde que decidiu ficar contigo.
sábado, 26 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Infração
Foi preso por desacato.
(não seguiu as ordens do coração)
Foi condenado a uma vida cheia de saudades do que poderia ter vivido.
Chorou. Preferia pena de morte.
(não seguiu as ordens do coração)
Foi condenado a uma vida cheia de saudades do que poderia ter vivido.
Chorou. Preferia pena de morte.
domingo, 20 de setembro de 2015
Carta escrita a mão
Hoje escrevo àqueles que tem olhos perdidos no espaço.
Aquele olhar sem foco, sem noção do tempo.
Escrevo praquele que no meio do dia, sem aviso, tem sido tomado pela sensação esmagadora de que o mundo está caindo.
Praqueles que pensam em desistir.
Não desistam, por favor.
Mantenham-se firmes por mais que o peito aperte.
Por mais que os olhos vazem.
Que as pernas tremam.
Que a cabeça pese.
Que a mente fique obcecada com pensamentos que incomodam.
Por mais que o amanhã pareça incerto, continuem, por favor.
E mais que isso, mantenham-se sonhadores.
Não contentem-se com apenas sobreviver.
Por passar pelos dias.
Almeje ser feliz.
Coragem...
Eu sei que é difícil.
Juro que sei.
As vezes é complicado sair ileso de um dia comprido sem desmoronar.
Mas não há nada no mundo pior do que uma vida vivida sem vontade.
Sem vontade de sorrir.
Então por mais absurdo que seja, garanta que está fazendo a coisa certa.
Não porque te dizem que é certo, mas porque você sente isso, no fundo do seu coração.
No final vai ser isso: seu coração te perguntando se valeu a pena ou não.
Segura a minha mão.
Olha no meu olho.
Presta atenção.
Eu escrevo pra você:
Existe uma razão. Sei que existe.
Existe um motivo pra você se sentir assim.
E que se você pudesse, você evitaria tudo isso.
Mas sei que existe algo que te faz feliz.
Muito feliz.
Lembra?
Viu? Eu sabia que te faria sorrir...
Agora, solta a minha mão.
E vai atrás disso aí.
Continua.
Levanta.
Recomeça.
Reaprende.
Encara o que vier.
Ignora o que vão gritar pra você.
Corre, antes que seja tarde demais.
Vai atrás do que te faz feliz.
Vai com medo mesmo!
Vai doendo!
Vai arriscando!
Vai com a última fagulha de esperança que existe em você.
Mas faz valer a pena.
Ninguém mais pode fazer isso por você.
O tempo... Ele nunca mais vai voltar.
Talvez essa seja a maior chance da sua vida.
Dê o primeiro passo.
Pega o embalo.
Logo você vai dar o segundo, o terceiro, o quarto...
E quando se der conta, estará vivendo a melhor viagem da sua vida.
Vai. Eu confio em você.
:)
(Obrigada por ter segurado minha mão e ter me lembrado de sorrir. Não vou desistir também. Até mais. Boa viagem.)
Aquele olhar sem foco, sem noção do tempo.
Escrevo praquele que no meio do dia, sem aviso, tem sido tomado pela sensação esmagadora de que o mundo está caindo.
Praqueles que pensam em desistir.
Não desistam, por favor.
Mantenham-se firmes por mais que o peito aperte.
Por mais que os olhos vazem.
Que as pernas tremam.
Que a cabeça pese.
Que a mente fique obcecada com pensamentos que incomodam.
Por mais que o amanhã pareça incerto, continuem, por favor.
E mais que isso, mantenham-se sonhadores.
Não contentem-se com apenas sobreviver.
Por passar pelos dias.
Almeje ser feliz.
Coragem...
Eu sei que é difícil.
Juro que sei.
As vezes é complicado sair ileso de um dia comprido sem desmoronar.
Mas não há nada no mundo pior do que uma vida vivida sem vontade.
Sem vontade de sorrir.
Então por mais absurdo que seja, garanta que está fazendo a coisa certa.
Não porque te dizem que é certo, mas porque você sente isso, no fundo do seu coração.
No final vai ser isso: seu coração te perguntando se valeu a pena ou não.
Segura a minha mão.
Olha no meu olho.
Presta atenção.
Eu escrevo pra você:
Existe uma razão. Sei que existe.
Existe um motivo pra você se sentir assim.
E que se você pudesse, você evitaria tudo isso.
Mas sei que existe algo que te faz feliz.
Muito feliz.
Lembra?
Viu? Eu sabia que te faria sorrir...
Agora, solta a minha mão.
E vai atrás disso aí.
Continua.
Levanta.
Recomeça.
Reaprende.
Encara o que vier.
Ignora o que vão gritar pra você.
Corre, antes que seja tarde demais.
Vai atrás do que te faz feliz.
Vai com medo mesmo!
Vai doendo!
Vai arriscando!
Vai com a última fagulha de esperança que existe em você.
Mas faz valer a pena.
Ninguém mais pode fazer isso por você.
O tempo... Ele nunca mais vai voltar.
Talvez essa seja a maior chance da sua vida.
Dê o primeiro passo.
Pega o embalo.
Logo você vai dar o segundo, o terceiro, o quarto...
E quando se der conta, estará vivendo a melhor viagem da sua vida.
Vai. Eu confio em você.
:)
(Obrigada por ter segurado minha mão e ter me lembrado de sorrir. Não vou desistir também. Até mais. Boa viagem.)
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
"Eu só aceito a condição de ter você só pra mim...,
Hoje me peguei com aquela lembrança viva, com cheiros de perfumes misturados, com cores banhadas com o prata da lua, com o calor da minha pele na sua.
Passei o dia revivendo a noite que brincou de ser sonho. A primeira noite que se estendeu em duas, três, quatro... E me lembrei de todas, uma a uma tantas vezes que pareceram mil.
Pensei em tudo que revivi dentro de mim. Tudo que eu pensei que não iria mais sentir e tudo que eu nem sabia que tinha matado dentro do peito. Colhi as flores que você plantou na minha alma, aquelas nas quais você regou com a tua própria.
Senti saudade da permuta e das certezas tão confusas. Dos sussurros e sorrisos estendidos pela noite toda, despertados no silêncio de olhares que tanto conversam entre si...
Lembrei, sonhei. E desejei ter forças pra seguir ao mesmo tempo que desejava reviver tudo de novo...
"Eu sei não é assim, mas deixa eu fingir e rir... "
(Cantado ali, no teu peito, entregue. Lembra?)
Passei o dia revivendo a noite que brincou de ser sonho. A primeira noite que se estendeu em duas, três, quatro... E me lembrei de todas, uma a uma tantas vezes que pareceram mil.
Pensei em tudo que revivi dentro de mim. Tudo que eu pensei que não iria mais sentir e tudo que eu nem sabia que tinha matado dentro do peito. Colhi as flores que você plantou na minha alma, aquelas nas quais você regou com a tua própria.
Senti saudade da permuta e das certezas tão confusas. Dos sussurros e sorrisos estendidos pela noite toda, despertados no silêncio de olhares que tanto conversam entre si...
Lembrei, sonhei. E desejei ter forças pra seguir ao mesmo tempo que desejava reviver tudo de novo...
"Eu sei não é assim, mas deixa eu fingir e rir... "
(Cantado ali, no teu peito, entregue. Lembra?)
domingo, 30 de agosto de 2015
Fim dos acasos
O beijo dele chegava aos meus lábios como o toque de mil sóis.
A ponta de seus dedos causavam explosões interestelares na minha pele.
Quando eu o olhava, era como o pedido de uma estrela cadente que tentava alcança-lo.
O infinito do universo estendeu-se nas horas que passamos juntos.
Era a vida dentro de um buraco negro.
Histórias de um amor esp(a)(e)cial.
A ponta de seus dedos causavam explosões interestelares na minha pele.
Quando eu o olhava, era como o pedido de uma estrela cadente que tentava alcança-lo.
O infinito do universo estendeu-se nas horas que passamos juntos.
Era a vida dentro de um buraco negro.
Histórias de um amor esp(a)(e)cial.
sábado, 29 de agosto de 2015
Só Amanheci
Voltando do amanhã, eu via que tinha ficado pra trás.
Meu olhar era vazio, oco. Isso porque as verdades que eu não pude dizer vazaram dos meus olhos disfarçadas de mar.
Lavaram tudo.
Levaram tudo.
Assim foi a madrugada toda.
Vi o sol acordar devagar enquanto a lua ia embora levando meu último sonho com ela.
O sol que passava pela janela queimava logo nas primeiras horas da manhã. Queimava a pele. Queimava os planos.
Planos?
Devaneios, melhor dizendo.
Você parou...
Por mais que eu quisesse ficar, não tinha porque. Teu caminho bifurcou com o meu.
Fechei os olhos e encarei mais uma vez a realidade que me perseguia...
No fim das contas, o que vale a pena pra mim, não vale a pena que sinto de mim.
Meu olhar era vazio, oco. Isso porque as verdades que eu não pude dizer vazaram dos meus olhos disfarçadas de mar.
Lavaram tudo.
Levaram tudo.
Assim foi a madrugada toda.
Vi o sol acordar devagar enquanto a lua ia embora levando meu último sonho com ela.
O sol que passava pela janela queimava logo nas primeiras horas da manhã. Queimava a pele. Queimava os planos.
Planos?
Devaneios, melhor dizendo.
Você parou...
Por mais que eu quisesse ficar, não tinha porque. Teu caminho bifurcou com o meu.
Fechei os olhos e encarei mais uma vez a realidade que me perseguia...
No fim das contas, o que vale a pena pra mim, não vale a pena que sinto de mim.
domingo, 23 de agosto de 2015
Caos nosso.
Não se pede pra que uma tempestade pare de chover, relampiar ou trovejar.
Não se pode esperar que a tempestade tenha hora de início, tempo de duração e hora pra acabar.
A tempestade bagunça, move os ventos, muda tudo de lugar.
Mas tempestade também passa. Acalma. Dá espaço pra recomeços. E volta. E quando volta, volta diferente da anterior. Volta mais mudada do que tudo que deixou pra trás.
No meio de tanto desalinho, os corajosos que se arriscam a enfrentar o turbilhão encontram lá escondido, o olho do furacão.
Todo caos tem sua paz.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
(bi)polaridade magnética
Por um lado eu não queria que ele visse de perto o desastre que levo no peito. Por outro, eu via que o caos dele era parecido com o meu.
Resumindo: eu tinha uma vontade louca de ficar quando na verdade, o mais fácil seria deixar pra lá.
sábado, 15 de agosto de 2015
Da vez do quando
Quanto tempo o Tempo é capaz de esperar?
Quando a gente sabe se ainda é cedo ou se já é tarde demais?
Quantas coisas você está adiando de viver?
Quantas coisas você tem pensado demais antes de fazer?
Quanto do ontem há no seu hoje? Quanto do amanhã cega seu agora?
Quanto a gente ainda vai perder até se dar conta de tudo que ganhou?
Quanto?
Até quando, me diz...
Quando a gente sabe se ainda é cedo ou se já é tarde demais?
Quantas coisas você está adiando de viver?
Quantas coisas você tem pensado demais antes de fazer?
Quanto do ontem há no seu hoje? Quanto do amanhã cega seu agora?
Quanto a gente ainda vai perder até se dar conta de tudo que ganhou?
Quanto?
Até quando, me diz...
domingo, 2 de agosto de 2015
Confidência permutada
Tenho um segredo comigo mais teu do que meu.
Se se aconchegar aqui pertinho, te conto ao pé do ouvido, misturo murmúrio com carinho, te convenço um tanto mais.
Tardo o testemunho, o discurso, minha alegação e meu enunciado pra primeiramente repousar em sua íris a minha sentença mais profunda.
Antes do verbo, a pupila dilatada e o riso desprendido.
Antes da palavra, minha verdade exposta a ti por minha pele nua e crua, arrepiada e tua.
Antes de qualquer frase dita, que meus lábios declarem-se por beijos, sorrisos e conduzam a respiração ofegante.
Que o silêncio deixe óbvio o que a voz tem a dizer.
Cambaleante tropeço em um suspiro antes de conseguir devolver-te o teu segredo. As sensações, os palpites e a intuição misturam-se cada vez mais às minhas certezas e convicções sem que eu saiba o limite entre eles. Por isso chega a hora da confidência ser de sua guarda. Porque já não cabe mais em mim. Toma muito do meu tempo e espaço. Preenchida enfim por uma enxurrada de valentia após tanto procrastinar, entrego-te o que há de mais complexo nos meus dias, declarado e resumido em um Verbo e um Sujeito Simples... E é por meio dos olhos, do sorriso, da pele e das palavras que finalmente declaro-te o labirinto da simplicidade de amar você.
Se se aconchegar aqui pertinho, te conto ao pé do ouvido, misturo murmúrio com carinho, te convenço um tanto mais.
Tardo o testemunho, o discurso, minha alegação e meu enunciado pra primeiramente repousar em sua íris a minha sentença mais profunda.
Antes do verbo, a pupila dilatada e o riso desprendido.
Antes da palavra, minha verdade exposta a ti por minha pele nua e crua, arrepiada e tua.
Antes de qualquer frase dita, que meus lábios declarem-se por beijos, sorrisos e conduzam a respiração ofegante.
Que o silêncio deixe óbvio o que a voz tem a dizer.
Cambaleante tropeço em um suspiro antes de conseguir devolver-te o teu segredo. As sensações, os palpites e a intuição misturam-se cada vez mais às minhas certezas e convicções sem que eu saiba o limite entre eles. Por isso chega a hora da confidência ser de sua guarda. Porque já não cabe mais em mim. Toma muito do meu tempo e espaço. Preenchida enfim por uma enxurrada de valentia após tanto procrastinar, entrego-te o que há de mais complexo nos meus dias, declarado e resumido em um Verbo e um Sujeito Simples... E é por meio dos olhos, do sorriso, da pele e das palavras que finalmente declaro-te o labirinto da simplicidade de amar você.
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Ansiedade
Vez ou outra, saio da prosa e poesia e trago aqui textos corridos, sobre algum assunto muito pessoal e sem metáforas.
Aqui está um deles.
Hoje decidi escrever sobre ANSIEDADE.
Tenho escrito esse texto há cerca de dez dias como uma forma de auto-conhecimento. Até essa manhã não era minha intenção publicá-lo. Porém, fui pega sem piedade com a frase "Deixa de frescura!" em meio a uma situação que, pra mim, estava sendo complicada de lidar.
Então, dirijo esse texto àquele que talvez não saiba que tem um ansioso por perto: Talvez isso te ajude a reconhecê-lo e auxilie na sua convivência com ele. Também dirijo ao ansioso: Você não está sozinho.
Por isso trago até vocês o...
1 - Nem sempre uma pessoa ansiosa parece ser uma pessoa ansiosa.
LIÇÃO NÚMERO 1: Ela pode ser aquela pessoa que está sempre rodeada de amigos e é super carismática. Isso não significa que ela fique a vontade em um lugar novo ou com pessoas novas. Na verdade, isso dá vontade de querer que uma bomba caia no recinto para evitar de ser obrigada a iniciar uma conversa com um estranho.
Há algum tempo atrás, os ansiosos eram vistos como pessoas inseguras e tímidas.
Hoje temos uma geração inteira de ansiosos.
Pode existir alguém que sofre de ansiedade por trás daquela pessoa zen ou de uma extremamente extrovertida.
Vejo palestrantes que há anos ministram cursos pra centenas de pessoas, mas que suam frio na véspera e repassam dezenas de vezes o que precisará ser dito.
Também conheço atores e músicos que passam mal durante a semana de suas apresentações, mesmo que saibam exatamente o que fazer no palco.
A ansiedade está na forma com que a pessoa lida com o "depois". E não com o "agora".
2 - Não desmereça a crise de pessoas ansiosas.
Não diga "Pare de frescura!" ou "Pare de ser dramático!"
Sério.
Mesmo que a crise apareça em um momento que para você pareça simples de lidar.
Falta de ar, cólicas, corpo gelado, insônia e falta de concentração são os principais sintomas de uma crise. Isso atrapalha a rotina de qualquer um e pode aparecer por qualquer coisa. Ansiedade traz obsessão psicológica e dor física. Se isso pudesse ser evitado tão facilmente, acredite, seria.
3 - Dê atenção necessária quando o ansioso fala sobre o que sente.
Normalmente, conseguir falar sobre isso já é uma batalha.
As vezes é necessário muitas noites em claro para que ele decida se expor (e tantas outras madrugadas pra decidir o que dizer).
Então mesmo que as palavras pareçam vagas e as frases sejam curtas, saiba reconhecer que foi necessária muita coragem para que elas chegassem até você. É importante.
4 - Dê espaço para que ele fale e exija ser ouvido.
Nessas condições, existem basicamente dois tipos de ansiosos:
- O que é um ótimo ouvinte, mas que nunca fala muito sobre si.
- O que fala sobre sobre si sem parar e não se esforça muito pra ouvir o que o outro tem a dizer.
Quando um deles sinaliza que precisa conversar, saiba ouvir até o fim.
Ou quando mostra que quer te ouvir, aproveite.
Mas assim como qualquer outro relacionamento, o equilíbrio e a permuta entre duas pessoas é o segredo para que elas se conheçam bem e gostem de estar perto uma da outra.
Ajude o ansioso a encontrar os momentos certos para isso, pois as vezes é difícil por estar preocupado demais em te ouvir ou eufórico demais ao falar.
5 - Cuidado com as promessas.
Pessoas ansiosas são como crianças.
Se você promete algo a elas, cumpra. Caso contrário, elas ficam arrasadas.
Isso inclui passeios, visitas, viagens, coisas materiais ou qualquer outra coisa que envolva planejamento.
Eles desprendem muito de seu tempo imaginando o que esta por vir, então muito cuidado ao cancelar um compromisso.
PS: promessas = qualquer coisa que você tenha dito que fará junto ou para o ansioso, mesmo sem ter prometido nada.
6 - Convites.
Ao mesmo tempo que temos um ansioso que odeia compromissos desmarcados, temos o que comemora quando um evento cheio de gente desconhecida vai pelos ares.
7 - Ansiosos são imediatistas.
Quando percebem que podem resolver algo, eles querem fazê-lo o quanto antes para se livrarem logo disso.
Nada pior do que precisar esperar uma semana pra resolver algo. Isso dá vontade de não precisar resolver nunca mais.
8 - TOP FRASES PRA NUNCA SE DIZER PARA UM ANSIOSO:
"Não tem porque se preocupar, você sabe fazer isso"
Tá. Tô bem tranquila agora, brigada.
"Eu sei como você está se sentindo"
Por favor, me prometa que você nunca dirá essa frase se não for alguém que sofre com o distúrbio de ansiedade também. Ter passado pela mesma situação, não significa saber o que a pessoa está sentindo.
"Isso é coisa da sua cabeça. Já pensou em meditação?"
Sim. já pensei. Nisso e em mil outras soluções. Adoro falhar em todas elas.
Você está ajudando muito com essas palavras, viu.
9 - Acima de tudo: Não julgue.
Você não sabe o que levou essa pessoa a ser assim ou o porquê de algumas coisas acionarem a crise tão facilmente.
Ninguém é o que é a toa.Ansioso ou não.
(Prazer, Carolina. Aprendendo a lidar com minha ansiedade. Atriz em formação que tem dor de barriga antes da estréia mesmo sabendo todas as minhas cenas até de trás pra frente.
Enorme facilidade de conviver em grupo. Dificuldade extrema em entrar em um grupo novo.
Vontade de conhecer lugares novos, viajar por aí e conhecer pessoas. Mas sem saber como fazer isso direito.
Falo muito. Digo pouco sobre mim.
Odeio quando alguém cancela um compromisso comigo. Odeio mais ainda quando preciso ir na festa do meu amigo, com os outros amigos dele.
Tenho distúrbio de ansiedade, mas acredite em mim: Eu não sou o distúrbio de ansiedade.
Sou muitas outras coisas lindas que são bem maiores que isso.)
Obrigada por ler.Obrigada por levar a sério. Obrigada por me levar de leve.
:)
Aqui está um deles.
Hoje decidi escrever sobre ANSIEDADE.
Tenho escrito esse texto há cerca de dez dias como uma forma de auto-conhecimento. Até essa manhã não era minha intenção publicá-lo. Porém, fui pega sem piedade com a frase "Deixa de frescura!" em meio a uma situação que, pra mim, estava sendo complicada de lidar.
Então, dirijo esse texto àquele que talvez não saiba que tem um ansioso por perto: Talvez isso te ajude a reconhecê-lo e auxilie na sua convivência com ele. Também dirijo ao ansioso: Você não está sozinho.
Por isso trago até vocês o...
MANUAL PRÁTICO DE COMO LIDAR COM PESSOAS ANSIOSAS:
(por alguém que sofre com o distúrbio de ansiedade)
(por alguém que sofre com o distúrbio de ansiedade)
LIÇÃO NÚMERO 1: Ela pode ser aquela pessoa que está sempre rodeada de amigos e é super carismática. Isso não significa que ela fique a vontade em um lugar novo ou com pessoas novas. Na verdade, isso dá vontade de querer que uma bomba caia no recinto para evitar de ser obrigada a iniciar uma conversa com um estranho.
Há algum tempo atrás, os ansiosos eram vistos como pessoas inseguras e tímidas.
Hoje temos uma geração inteira de ansiosos.
Pode existir alguém que sofre de ansiedade por trás daquela pessoa zen ou de uma extremamente extrovertida.
Vejo palestrantes que há anos ministram cursos pra centenas de pessoas, mas que suam frio na véspera e repassam dezenas de vezes o que precisará ser dito.
Também conheço atores e músicos que passam mal durante a semana de suas apresentações, mesmo que saibam exatamente o que fazer no palco.
A ansiedade está na forma com que a pessoa lida com o "depois". E não com o "agora".
2 - Não desmereça a crise de pessoas ansiosas.
Não diga "Pare de frescura!" ou "Pare de ser dramático!"
Sério.
Mesmo que a crise apareça em um momento que para você pareça simples de lidar.
Falta de ar, cólicas, corpo gelado, insônia e falta de concentração são os principais sintomas de uma crise. Isso atrapalha a rotina de qualquer um e pode aparecer por qualquer coisa. Ansiedade traz obsessão psicológica e dor física. Se isso pudesse ser evitado tão facilmente, acredite, seria.
3 - Dê atenção necessária quando o ansioso fala sobre o que sente.
Normalmente, conseguir falar sobre isso já é uma batalha.
As vezes é necessário muitas noites em claro para que ele decida se expor (e tantas outras madrugadas pra decidir o que dizer).
Então mesmo que as palavras pareçam vagas e as frases sejam curtas, saiba reconhecer que foi necessária muita coragem para que elas chegassem até você. É importante.
4 - Dê espaço para que ele fale e exija ser ouvido.
Nessas condições, existem basicamente dois tipos de ansiosos:
- O que é um ótimo ouvinte, mas que nunca fala muito sobre si.
- O que fala sobre sobre si sem parar e não se esforça muito pra ouvir o que o outro tem a dizer.
Quando um deles sinaliza que precisa conversar, saiba ouvir até o fim.
Ou quando mostra que quer te ouvir, aproveite.
Mas assim como qualquer outro relacionamento, o equilíbrio e a permuta entre duas pessoas é o segredo para que elas se conheçam bem e gostem de estar perto uma da outra.
Ajude o ansioso a encontrar os momentos certos para isso, pois as vezes é difícil por estar preocupado demais em te ouvir ou eufórico demais ao falar.
5 - Cuidado com as promessas.
Pessoas ansiosas são como crianças.
Se você promete algo a elas, cumpra. Caso contrário, elas ficam arrasadas.
Isso inclui passeios, visitas, viagens, coisas materiais ou qualquer outra coisa que envolva planejamento.
Eles desprendem muito de seu tempo imaginando o que esta por vir, então muito cuidado ao cancelar um compromisso.
PS: promessas = qualquer coisa que você tenha dito que fará junto ou para o ansioso, mesmo sem ter prometido nada.
6 - Convites.
Ao mesmo tempo que temos um ansioso que odeia compromissos desmarcados, temos o que comemora quando um evento cheio de gente desconhecida vai pelos ares.
7 - Ansiosos são imediatistas.
Quando percebem que podem resolver algo, eles querem fazê-lo o quanto antes para se livrarem logo disso.
Nada pior do que precisar esperar uma semana pra resolver algo. Isso dá vontade de não precisar resolver nunca mais.
8 - TOP FRASES PRA NUNCA SE DIZER PARA UM ANSIOSO:
"Não tem porque se preocupar, você sabe fazer isso"
Tá. Tô bem tranquila agora, brigada.
"Eu sei como você está se sentindo"
Por favor, me prometa que você nunca dirá essa frase se não for alguém que sofre com o distúrbio de ansiedade também. Ter passado pela mesma situação, não significa saber o que a pessoa está sentindo.
"Isso é coisa da sua cabeça. Já pensou em meditação?"
Sim. já pensei. Nisso e em mil outras soluções. Adoro falhar em todas elas.
Você está ajudando muito com essas palavras, viu.
9 - Acima de tudo: Não julgue.
Você não sabe o que levou essa pessoa a ser assim ou o porquê de algumas coisas acionarem a crise tão facilmente.
Ninguém é o que é a toa.Ansioso ou não.
(Prazer, Carolina. Aprendendo a lidar com minha ansiedade. Atriz em formação que tem dor de barriga antes da estréia mesmo sabendo todas as minhas cenas até de trás pra frente.
Enorme facilidade de conviver em grupo. Dificuldade extrema em entrar em um grupo novo.
Vontade de conhecer lugares novos, viajar por aí e conhecer pessoas. Mas sem saber como fazer isso direito.
Falo muito. Digo pouco sobre mim.
Odeio quando alguém cancela um compromisso comigo. Odeio mais ainda quando preciso ir na festa do meu amigo, com os outros amigos dele.
Tenho distúrbio de ansiedade, mas acredite em mim: Eu não sou o distúrbio de ansiedade.
Sou muitas outras coisas lindas que são bem maiores que isso.)
Obrigada por ler.Obrigada por levar a sério. Obrigada por me levar de leve.
:)
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Dos olhares que sorriem, dos sorrisos que me olham...
E dos encantos de sentir outra vez algo pela primeira vez..
terça-feira, 28 de julho de 2015
Beleza do caos
Há quem fale que eu amo meio torto, errado e bagunçado.
Podem dizer. Pode até ser!
Mas a verdade incontestável é que quando eu amo, eu amo pra caralho.
Podem dizer. Pode até ser!
Mas a verdade incontestável é que quando eu amo, eu amo pra caralho.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Desabafo desconcertado, desrimado, desajeitado. Repetido, repensado, reescrito.
Da espera,
do tempo,
do encontro,
do segredo.
Das risadas que escaparam dos lábios sem querer.
Do lar que encontramos nos braços e nas pontas dos dedos.
Das brincadeiras,
das gargalhadas,
das cócegas,
dos impulsos,
das vontades e desejos.
Até onde é certo querer?
Até onde é certo?
Até onde eu quero?
Nós?
Nós.
Da mútua entrega.
Da mútua entrega.
Dos beijos,
dos olhares,
da certeza,
do estar.
Do ficar?
Pra se pensar...
Das declarações,
das verdades em silêncio,
dos sonhos,
e do medo.
Coragem?
Talvez.
Assusta...
Muito.
Vale a pena?
Só tentando.
Teria sido mais fácil se não tivesse dado tão certo.
Se nossas curvas não tivessem se encaixado tão bem.
Se nossas rimas não se completassem.
Se nossos olhos não sorrissem um pro outro.
Se nossos beijos não tivessem sabor de sobremesa.
Meu presente.
Do futuro, não faço ideia.
Pela primeira vez na minha vida isso não me incomoda.
(Tá, talvez me incomode um pouco, um tanto, muito, mas apenas por não saber se estaremos nele.)
Mas os dias amanhecem leves com ele.
E só me importa um segundo após o outro ali.
O segundo seguinte é surpresa.
Todo segundo, minuto, hora e dia seguinte tem sido surpresa.
E todos eles tem me feito sorrir...
Todo beijo dele me fez sorrir.
Nos lábios,
nas costas,
no pescoço,
na barriga.
Me fez sorrir,
tremer,
arrepiou-me.
Das frases trocadas,
me perdi em cada sílaba que eu disse.
Me encontrei em cada uma que ouvi.
Pela primeira vez², as palavras saem desconexas (quando saem).
Tenho rascunhos espalhados pra todos os lados,
cantos de guardanapos rabiscados pela casa toda...
Me apavoro em ver tanto encaixe.
Tanta vontade de voltar pra lá.
De ver tanta possibilidade sendo imaginada.
"Estar" é diferente de "ficar"...
E o vão entre um termo e outro, assusta.
A travessia só pode ser feita a dois.
Enfim...
Um dia, quem sabe.
Tudo até agora foi vivido à dois.
O novo e o belo, juntos.
A fé e a coragem também precisam se juntar.
Só assim saberíamos o que acontece depois do amanhecer.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Do amanhã
Sem mais nem menos, me vi sentindo saudades de um futuro que nunca tive.
Me dei conta que sorria.
Seguia sonhando a realidade que tanto neguei.
E pela primeira vez, não tive mais medo do que estava por vir.
Me dei conta que sorria.
Seguia sonhando a realidade que tanto neguei.
E pela primeira vez, não tive mais medo do que estava por vir.
terça-feira, 7 de julho de 2015
Bem-me-quero
Uma falta de respeito com meu sono.
Uma sacanagem contra minha concentração.
Uma injustiça com meu direito de escolha.
Pura falta de sorte.
O azar mais esperado de todos.
Apaixonar-se é o melhor e o pior do que pode ser vivido por alguém, tudo de uma vez só.
Uma sacanagem contra minha concentração.
Uma injustiça com meu direito de escolha.
Pura falta de sorte.
O azar mais esperado de todos.
Apaixonar-se é o melhor e o pior do que pode ser vivido por alguém, tudo de uma vez só.
domingo, 5 de julho de 2015
Domingo de insônia
O escuro aprendeu a ter cores.
O tic-tac dos relógios serviam de trilha sonora pras risadas e sussurros dali.
O próprio Tempo, aquele lá, lembram? Pois é. Cedeu.
E de presente deu um "pra sempre" que durou a noite toda e mais um pouco da manhã.
Era sonho sem o sono.
Era a imaginação no mundo real.
E perante a tudo que precisava ser mantido entre quatro paredes, lá estava a maior e irrefutável prova do crime: o cobertor com o cheiro dos dois. E em meio a esses, ali escondidos, via-se de relance dois sorrisos esculpidos de segredos. Lábios em curva bem desenhada de quem guarda um beijo precioso.
Só eles num mundo só deles.
Com olhares compassados com os corações.
Com gargalhadas que faziam parecer que tudo era possível. Que tudo fazia sentido.
Com as palavras ditas de pertinho, declaradas no silêncio.
Sem medo.
Sem preocupações.
Só os dois. Finalmente sendo um.
O tic-tac dos relógios serviam de trilha sonora pras risadas e sussurros dali.
O próprio Tempo, aquele lá, lembram? Pois é. Cedeu.
E de presente deu um "pra sempre" que durou a noite toda e mais um pouco da manhã.
Era sonho sem o sono.
Era a imaginação no mundo real.
E perante a tudo que precisava ser mantido entre quatro paredes, lá estava a maior e irrefutável prova do crime: o cobertor com o cheiro dos dois. E em meio a esses, ali escondidos, via-se de relance dois sorrisos esculpidos de segredos. Lábios em curva bem desenhada de quem guarda um beijo precioso.
Só eles num mundo só deles.
Com olhares compassados com os corações.
Com gargalhadas que faziam parecer que tudo era possível. Que tudo fazia sentido.
Com as palavras ditas de pertinho, declaradas no silêncio.
Sem medo.
Sem preocupações.
Só os dois. Finalmente sendo um.
sábado, 4 de julho de 2015
AbadonaDOM
Abandonada
Abandona nada
Abandonador
Abandona dor
Quem é quem e
Quem O que foi deixado pra trás?
(de novo...)
Abandona nada
Abandonador
Abandona dor
Quem é quem e
(de novo...)
domingo, 21 de junho de 2015
Breve bravura...
O Tempo, como bom amigo que é, preparou as ataduras e cuidou dos hematomas.
Envergonhada e meio sem jeito, pedi perdão por ter tentado questioná-lo, por ter tentado ir contra ele.
Como quem já está acostumado, ele deu de ombros e continuou o trabalho.
Silêncio.
Encarei o espaço a minha volta. Pensei nas escolhas que havia feito.
Os sorrisos. Os sorrisos foram o que me impediram de ver o Tempo passar... Impediram-me de ver que não haveria futuro ali...
Se ao menos eu tivesse largado de teimosia e tivesse ouvido a razão, porque eu já sabia! Lá no fun...
"Vamos? Já é hora.", interrompeu o Tempo, sorrindo como se lesse pensamentos, dando uma segunda chance como sempre me deu.
Levantei com passos cambaleantes, mas com alma firme.
Olhei pra trás imaginando se ele sentiria minha falta em algum momento... Se o Tempo o visitaria mais tarde também, cheio de faixas, esparadrapos e uma porção de "E se..." pra preencher o silêncio e o espaço vazio... Se ele olharia pra trás também tentando achar o ponto onde eu desaparecia.
... Não sei. Acho que agora tanto faz.
Era hora de parar de esperar pra finalmente seguir em frente.
Dei as mãos ao meu amigo e fui sem medo,
Porque tanto eu, quanto o Tempo, voamos, meu rapaz.
Envergonhada e meio sem jeito, pedi perdão por ter tentado questioná-lo, por ter tentado ir contra ele.
Como quem já está acostumado, ele deu de ombros e continuou o trabalho.
Silêncio.
Encarei o espaço a minha volta. Pensei nas escolhas que havia feito.
Os sorrisos. Os sorrisos foram o que me impediram de ver o Tempo passar... Impediram-me de ver que não haveria futuro ali...
Se ao menos eu tivesse largado de teimosia e tivesse ouvido a razão, porque eu já sabia! Lá no fun...
"Vamos? Já é hora.", interrompeu o Tempo, sorrindo como se lesse pensamentos, dando uma segunda chance como sempre me deu.
Levantei com passos cambaleantes, mas com alma firme.
Olhei pra trás imaginando se ele sentiria minha falta em algum momento... Se o Tempo o visitaria mais tarde também, cheio de faixas, esparadrapos e uma porção de "E se..." pra preencher o silêncio e o espaço vazio... Se ele olharia pra trás também tentando achar o ponto onde eu desaparecia.
... Não sei. Acho que agora tanto faz.
Era hora de parar de esperar pra finalmente seguir em frente.
Dei as mãos ao meu amigo e fui sem medo,
Porque tanto eu, quanto o Tempo, voamos, meu rapaz.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Alma gêmea de passagem
O destino dele tropeçou no meu acaso e numa esquina da cidade a gente se cruzou.
O tempo, por descuido, esqueceu de contar os segundos e (pelo que pareceu uma vida toda) o olhar dele se encontrou com o meu.
Descompassada sincronia.
Familiaridade sem razão.
Desajeitada, eu segui meu caminho como se fosse errado ficar parada ali. Olhei pra trás pra uma última espiadela e sorri ao ver que ele ainda olhava pra mim.
O tempo, por descuido, esqueceu de contar os segundos e (pelo que pareceu uma vida toda) o olhar dele se encontrou com o meu.
Descompassada sincronia.
Familiaridade sem razão.
Desajeitada, eu segui meu caminho como se fosse errado ficar parada ali. Olhei pra trás pra uma última espiadela e sorri ao ver que ele ainda olhava pra mim.
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Falta de sorte...
Sinto muito pela minha falta de jeito.
Pelo jeito, eu sinto muito a sua falta...
Não sei o que me acontece.
Sempre que te vejo, é o mesmo embaraço...
Pelo jeito, eu sinto muito a sua falta...
Não sei o que me acontece.
Sempre que te vejo, é o mesmo embaraço...
terça-feira, 9 de junho de 2015
De canto
Ah moreno,
Se eu deixasse tu saber o que seu sorriso causa em mim,
Provavelmente você não desistiria de nós dois tão fácil assim.
Se eu deixasse tu saber o que seu sorriso causa em mim,
Provavelmente você não desistiria de nós dois tão fácil assim.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
terça-feira, 2 de junho de 2015
Temtempo...
Cinco dedos batucantes,
Um suspiro inconsciente por minuto.
Duas mordidas no lábio. Uma por ansiedade, outra por mania.
Três minutos enrolando uma mecha do cabelo,
Mais de duzentas mensagens.
17:54.
(Outro suspiro)
Um pé balançando freneticamente,
O outro firme no chão.
Um gole no café.
Incontáveis pensamentos.
Mais ou menos cinco caretas, daquelas de quem está ponderando as consequências.
Meia lágrima. (E só meia.)
Um piscar de olhos e,
21:22.
Comida no lixo,
TV e sofá.
(Talvez um pouco mais que uma lágrima.)
- O que te aconteceu?
- Antes era saudade, agora já não sei.
Um suspiro inconsciente por minuto.
Duas mordidas no lábio. Uma por ansiedade, outra por mania.
Três minutos enrolando uma mecha do cabelo,
Mais de duzentas mensagens.
17:54.
(Outro suspiro)
Um pé balançando freneticamente,
O outro firme no chão.
Um gole no café.
Incontáveis pensamentos.
Mais ou menos cinco caretas, daquelas de quem está ponderando as consequências.
Meia lágrima. (E só meia.)
Um piscar de olhos e,
21:22.
Comida no lixo,
TV e sofá.
(Talvez um pouco mais que uma lágrima.)
- O que te aconteceu?
- Antes era saudade, agora já não sei.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
A segurança e a conveniência
Que a escolha seja baseada na coragem, porque de gente com medo de mudança, o mundo já está cheio.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Um quarto de poesia...
(...) Hoje eu te ouvi 4 vezes:
Com o Cazuza tocando no rádio.
Com o Cícero tocando nos fones.
Com o Silva recitando um poema.
E com o seu "boa noite" no meu telefone.
(E os grandes músicos que me perdoem, mas essa última foi minha preferida. ) (...)
Com o Cazuza tocando no rádio.
Com o Cícero tocando nos fones.
Com o Silva recitando um poema.
E com o seu "boa noite" no meu telefone.
(E os grandes músicos que me perdoem, mas essa última foi minha preferida. ) (...)
terça-feira, 26 de maio de 2015
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Era uma vez... Foi.
A coroa jazia no chão. Torta e despedaçada.
Os vestidos, pisados, rasgados e amassados.
O trono vazio.
Como se soubessem o que estava acontecendo, os cavalos faziam silêncio.
Os pássaros se calaram por toda a noite.
Os animais todos emudeceram.
Nos corredores, apenas o mármore gelado.
Nas torres, nenhuma luz acesa.
Os guardas não estavam cobrindo nenhuma entrada.
Tudo parecia abandonado.
Cada aposento parecia ter sido esquecido, um a um...
O Grande Salão ainda tinha o perfume dos convidados.
Na cozinha, os temperos ainda estavam frescos.
No quarto principal, a cama estava feita, esperando o descanso de um corpo cansado que nos últimos tempos, raramente aparecia.
O jardim dava pequenas pistas.
Flores despetaladas.
Um balanço com o assento ainda quente.
E debaixo da amoreira, no banco branco de madeira, notava-se as pequenas gotas salgadas, deixadas ali por alguém com pensamentos demais...
Os vagalumes iluminavam o trajeto feito a pouco tempo por alguém. Provavelmente faziam isso com a esperança de serem úteis apontando o caminho de volta ao reino abandonado.
Os pontinhos luminosos atravessavam os portões de ferro forjado e se alongavam por um extenso gramado baixo que se estendia até os limites do território, alcançando a Costa. A margem era um grande rochedo, uma barreira natural, muralha gigante de encontro ao mar.
Lá no alto via-se uma silhueta.
Era ela.
Estava na beira, completamente despida.
Tinha os cabelos soltos e parecia que a brisa salgada vinha acariciar suas madeixas.
O vento gelado beijava seu corpo, causando nela arrepios involuntários.
E ali... Bem ali... Vêem? De tão íntima do mar, era possível ver as pequeninas gotas de oceano saindo de seus olhos fechados. Elas rolavam por toda a sua face como ondas que apenas vão. Com a força de ondas que levam tudo embora.
Ela abriu os olhos. Encarou o espaço a sua frente.
A lua cheia envolvia tudo num brilho prateado.
Ali fora havia a vida que faltava dentro dela.
Num desabafo delirante, como quem desperta de repente, murmurou num sorriso discreto e insano:
"É que um sopro, liberta a cabeleira presa.
Em teu espírito, estranhos sons fez nascer.
E em teu coração logo ouviste a Natureza
No queixume da árvore e do anoitecer.
- É que a voz do mar furioso, tumulto impávido,
Rasgou teu seio de menina, humano e doce;"
Ela gargalhou a (des)graça da vida e as estrelas foram testemunhas da entrega de uma moça que estava cansada de acreditar.
Os vestidos, pisados, rasgados e amassados.
O trono vazio.
Como se soubessem o que estava acontecendo, os cavalos faziam silêncio.
Os pássaros se calaram por toda a noite.
Os animais todos emudeceram.
Nos corredores, apenas o mármore gelado.
Nas torres, nenhuma luz acesa.
Os guardas não estavam cobrindo nenhuma entrada.
Tudo parecia abandonado.
Cada aposento parecia ter sido esquecido, um a um...
O Grande Salão ainda tinha o perfume dos convidados.
Na cozinha, os temperos ainda estavam frescos.
No quarto principal, a cama estava feita, esperando o descanso de um corpo cansado que nos últimos tempos, raramente aparecia.
O jardim dava pequenas pistas.
Flores despetaladas.
Um balanço com o assento ainda quente.
E debaixo da amoreira, no banco branco de madeira, notava-se as pequenas gotas salgadas, deixadas ali por alguém com pensamentos demais...
Os vagalumes iluminavam o trajeto feito a pouco tempo por alguém. Provavelmente faziam isso com a esperança de serem úteis apontando o caminho de volta ao reino abandonado.
Os pontinhos luminosos atravessavam os portões de ferro forjado e se alongavam por um extenso gramado baixo que se estendia até os limites do território, alcançando a Costa. A margem era um grande rochedo, uma barreira natural, muralha gigante de encontro ao mar.
Lá no alto via-se uma silhueta.
Era ela.
Estava na beira, completamente despida.
Tinha os cabelos soltos e parecia que a brisa salgada vinha acariciar suas madeixas.
O vento gelado beijava seu corpo, causando nela arrepios involuntários.
E ali... Bem ali... Vêem? De tão íntima do mar, era possível ver as pequeninas gotas de oceano saindo de seus olhos fechados. Elas rolavam por toda a sua face como ondas que apenas vão. Com a força de ondas que levam tudo embora.
Ela abriu os olhos. Encarou o espaço a sua frente.
A lua cheia envolvia tudo num brilho prateado.
Ali fora havia a vida que faltava dentro dela.
Num desabafo delirante, como quem desperta de repente, murmurou num sorriso discreto e insano:
"É que um sopro, liberta a cabeleira presa.
Em teu espírito, estranhos sons fez nascer.
E em teu coração logo ouviste a Natureza
No queixume da árvore e do anoitecer.
- É que a voz do mar furioso, tumulto impávido,
Rasgou teu seio de menina, humano e doce;"
Ela gargalhou a (des)graça da vida e as estrelas foram testemunhas da entrega de uma moça que estava cansada de acreditar.
terça-feira, 12 de maio de 2015
Corações de poeira
Quem sabe um dia, com sorte essa sua dor sossegue.
Quem sabe a angústia acalme e o desespero passe.
Quem sabe um dia você finalmente fique sã e salva, imune desse sentimento que amarga a boca, embrulha o estômago e esvazia o peito... Desse sentimento e de qualquer outro.
Porque, pensando bem, até onde vale a pena viver o melhor, se o pior está por vir?
Talvez a solidão seja mesmo a sua sina e a solução.
Você já beira o abismo. Um passo pra frente e o vôo começa. A liberdade te leva.
Sem dores, sem erros, sem mágoas, sem caos ou confusão.
Ficará tudo pra traz em lembrança e cicatriz.
Teu lugar não é aqui. Os danos causados serão reparados. Fica tranquila, pode partir.
Sem abraços de despedida, sem beijos apaixonados. Vai enquanto é tempo.
Você há de encontrar um lugar só seu e o mundo há de se reerguer com o que sobrou.
Voa pra longe que logo tudo passa. Se desfaça em poeira no vento. Deixe sua prosa como um meio sorriso praqueles que sobreviveram a essa destrutiva jornada.
Só um coração quebrado é capaz de não sentir mais nada.
De novo.
Acontece.
As vezes você se depara com uma história e simplesmente a reconhece.
É como se fizessem um filme de um livro que você já leu...
As vezes você se depara com uma história e simplesmente a reconhece.
É como se fizessem um filme de um livro que você já leu...
domingo, 10 de maio de 2015
Contos de fada do século XXI
Na valsa da madrugada,
Não havia piano, violinos,
Nem nada assim.
(Mas havia aqueles dois com seus corações de tamborim).
Em meio a euforia e risadas,
Eles misturavam-se às luzes e guitarras.
Quem via de longe, ao certo não entendia.
Estavam fora do compasso,
Fora da batida.
A Princesa Desiludida
E o Aventureiro Sonhador.
A vida parecia mais leve
Naquele emaranhado dos dois.
O sol já se preparava e eles ainda estavam lá.
Esqueceram-se da carruagem,
Dos cavalos brancos,
Do sapatinho
E do altar.
Eram trapos sorridentes.
Sem feitiço
E sem desejos.
A Cinderela de coturno
E o Dom Quixote violeiro!
Companheiros em histórias,
Poetas do mundo inteiro!
Não ligavam pro capítulo seguinte,
Pro "felizes para sempre"
Nem pra nenhuma ladainha...
Aprenderam que se é pra ser feliz,
Não se pode esperar por fadas madrinhas.
Não havia piano, violinos,
Nem nada assim.
(Mas havia aqueles dois com seus corações de tamborim).
Em meio a euforia e risadas,
Eles misturavam-se às luzes e guitarras.
Quem via de longe, ao certo não entendia.
Estavam fora do compasso,
Fora da batida.
A Princesa Desiludida
E o Aventureiro Sonhador.
A vida parecia mais leve
Naquele emaranhado dos dois.
O sol já se preparava e eles ainda estavam lá.
Esqueceram-se da carruagem,
Dos cavalos brancos,
Do sapatinho
E do altar.
Eram trapos sorridentes.
Sem feitiço
E sem desejos.
A Cinderela de coturno
E o Dom Quixote violeiro!
Companheiros em histórias,
Poetas do mundo inteiro!
Não ligavam pro capítulo seguinte,
Pro "felizes para sempre"
Nem pra nenhuma ladainha...
Aprenderam que se é pra ser feliz,
Não se pode esperar por fadas madrinhas.
terça-feira, 28 de abril de 2015
Versi(fiquei)...
Ele era o assovio do menino,
Ela era a explosão nuclear.
Ele era o encanto do sorriso,
Ela era o detalhe do olhar.
Ele vivia o "pra sempre",
Ela vivia o "por enquanto".
Ele era o Racional e a Certeza.
Ela era a Emoção e o Entretanto...
Ele, brisa.
Ela, tempestade.
Ele fingia.
Ela fugia.
Ele gostava de ficar,
Ela gostava de mudar.
Mas ela acabou ficando também.
E ele viu que algo mudou.
Eram sol.
E solidão.
Eram juntos o que não conseguiam ser quando eram um só.
E mesmo sendo as pontas de dois extremos,
Vez os outra confundiam-se entre eles.
Um pensava demais.
O outro (des)pensava o que vinha.
Um cantava um refrão,
O outro não entendia.
Um sentia falta.
O outro nunca ia embora.
Mas às vezes,
Perdiam de vista aquela linha que mostrava onde acabava um e começava o outro.
E ora ou outra Um era o Outro,
E o Outro era Um,
Misturados em bordado-ponto-cruz.
Eram saudade na presença,
Tinham silêncios que gritavam,
Davam sorrisos sem motivos,
E trocavam segredos desvendados.
Eram poesia, cor e som.
Eram cheiro, luz e tom...
Mas daqui a pouco já não eram mais.
Um ia pro céu e o outro voltava pro chão.
Cada um tinha seu próprio caminho,
Sua própria trilha e moradia.
Acabavam por ser Paralelos Infinitos.
E no escuro de seus quartos, podiam ouvir o mar...
Era o sentimento de marola.
... Ora vai, ora volta.
Ela era a explosão nuclear.
Ele era o encanto do sorriso,
Ela era o detalhe do olhar.
Ele vivia o "pra sempre",
Ela vivia o "por enquanto".
Ele era o Racional e a Certeza.
Ela era a Emoção e o Entretanto...
Ele, brisa.
Ela, tempestade.
Ele fingia.
Ela fugia.
Ele gostava de ficar,
Ela gostava de mudar.
Mas ela acabou ficando também.
E ele viu que algo mudou.
Eram sol.
E solidão.
Eram juntos o que não conseguiam ser quando eram um só.
E mesmo sendo as pontas de dois extremos,
Vez os outra confundiam-se entre eles.
Um pensava demais.
O outro (des)pensava o que vinha.
Um cantava um refrão,
O outro não entendia.
Um sentia falta.
O outro nunca ia embora.
Mas às vezes,
Perdiam de vista aquela linha que mostrava onde acabava um e começava o outro.
E ora ou outra Um era o Outro,
E o Outro era Um,
Misturados em bordado-ponto-cruz.
Eram saudade na presença,
Tinham silêncios que gritavam,
Davam sorrisos sem motivos,
E trocavam segredos desvendados.
Eram poesia, cor e som.
Eram cheiro, luz e tom...
Mas daqui a pouco já não eram mais.
Um ia pro céu e o outro voltava pro chão.
Cada um tinha seu próprio caminho,
Sua própria trilha e moradia.
Acabavam por ser Paralelos Infinitos.
E no escuro de seus quartos, podiam ouvir o mar...
Era o sentimento de marola.
... Ora vai, ora volta.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Morte.
A vida é caos.
A vida é caco.
A vida é soco, tapa e trombo.
A vida sou eu fugindo, fingindo ficar.
Sou eu pulando e não sabendo nadar.
A vida sou eu de lá.
E vocês todos de cá.
A vida é caco.
A vida é soco, tapa e trombo.
A vida sou eu fugindo, fingindo ficar.
Sou eu pulando e não sabendo nadar.
A vida sou eu de lá.
E vocês todos de cá.
domingo, 26 de abril de 2015
Desabafo em navalha.
Eu?
Inteira amor.
Metade paixão.
Confiança vazia.
Mas inteira amor!
Ele?
Ele se divertia. Sorria e soltava risadas sempre!
Comigo?
... Também.
Dizem que um vaso que se quebra nunca mais volta a ser o mesmo, ainda que se cole todas as pecinhas novamente...
Já eu... Bem. Digo que tínhamos lindos mosaicos feitos com os cacos...
Mas que nunca deixaram de ser cacos.
Cacos com pontas, sangue e trincos.
Nem sempre os pensamentos que moram em nós são os lindos. Pra mim, já basta de fingir que são invisíveis.
Juro ser sincera com meus sentimentos. Comigo mesma. E aqui, enfim, declaro a verdade em mim sufocada: odeio nossa história.
Maldito o dia que eu voltei pros teus braços. Braços imundos que aguardavam o momento certo de espalhar a lama sobre meu corpo e alma.
Maldito o dia que te perdoei.
Maldito o dia em que entraste em minha vida.
Arrependo-me todos os dias...
Sem pestanejar, trocaria todos os meus sorrisos ao teu lado se isso garantisse o esquecimento de todas as minhas lágrimas... Sim. A troca seria, no mínimo, tranquilizadora.
Hoje, restou-me esse manto nojento e infértil. A herança desgraçada de minha cegueira perante tua covardia, prepotência e insensibilidade.
E quem diria. Aprendi com maestria essas tuas atitudes tão mentirosas e manipuladoras e fiz o que a insensatez ordenou ao coração.
Palavras duras e cruéis?
Ah, sim.
Tanto quanto a história que passou por nós.
Eu?
Inteira dor.
Metade verdade.
E um pouco rancor...
Inteira amor.
Metade paixão.
Confiança vazia.
Mas inteira amor!
Ele?
Ele se divertia. Sorria e soltava risadas sempre!
Comigo?
... Também.
Dizem que um vaso que se quebra nunca mais volta a ser o mesmo, ainda que se cole todas as pecinhas novamente...
Já eu... Bem. Digo que tínhamos lindos mosaicos feitos com os cacos...
Mas que nunca deixaram de ser cacos.
Cacos com pontas, sangue e trincos.
Nem sempre os pensamentos que moram em nós são os lindos. Pra mim, já basta de fingir que são invisíveis.
Juro ser sincera com meus sentimentos. Comigo mesma. E aqui, enfim, declaro a verdade em mim sufocada: odeio nossa história.
Maldito o dia que eu voltei pros teus braços. Braços imundos que aguardavam o momento certo de espalhar a lama sobre meu corpo e alma.
Maldito o dia que te perdoei.
Maldito o dia em que entraste em minha vida.
Arrependo-me todos os dias...
Sem pestanejar, trocaria todos os meus sorrisos ao teu lado se isso garantisse o esquecimento de todas as minhas lágrimas... Sim. A troca seria, no mínimo, tranquilizadora.
Hoje, restou-me esse manto nojento e infértil. A herança desgraçada de minha cegueira perante tua covardia, prepotência e insensibilidade.
E quem diria. Aprendi com maestria essas tuas atitudes tão mentirosas e manipuladoras e fiz o que a insensatez ordenou ao coração.
Palavras duras e cruéis?
Ah, sim.
Tanto quanto a história que passou por nós.
Eu?
Inteira dor.
Metade verdade.
E um pouco rancor...
quarta-feira, 8 de abril de 2015
domingo, 15 de março de 2015
Reflexo e projeção
Um dia você vai achar a minha letra por acaso no meio das suas coisas e vai morrer de raiva, eu sei.
Vai se livrar do verso tão rápido que nem sei dizer se pensou antes de fazê-lo.
Será menos uma página.
Menos uma lembrança.
Menos mentiras.
Menos frustrações.
E aí, vai morrer de saudade.
Porque o lixo pode estar repleto de antigas provas de amor, mas as melhores delas estarão na sua cabeça.
Porque eu vou pular de alguma música do rádio, de alguma esquina de São Paulo ou de algum cheiro do seu armário quando você menos esperar.
Porque 10 anos pesam demais na vida de alguém.
Porque quando você lembrar da história desses dois estranhos, algo vai florescer. Se não for um sorriso, será uma angústia ou uma vontade de esquecer. Porque você tem raiva. Porque você sente falta. Porque você não sente nada.
Porque querendo ou não, eu impregnei teu futuro com nosso passado.
Vai se livrar do verso tão rápido que nem sei dizer se pensou antes de fazê-lo.
Será menos uma página.
Menos uma lembrança.
Menos mentiras.
Menos frustrações.
E aí, vai morrer de saudade.
Porque o lixo pode estar repleto de antigas provas de amor, mas as melhores delas estarão na sua cabeça.
Porque eu vou pular de alguma música do rádio, de alguma esquina de São Paulo ou de algum cheiro do seu armário quando você menos esperar.
Porque 10 anos pesam demais na vida de alguém.
Porque quando você lembrar da história desses dois estranhos, algo vai florescer. Se não for um sorriso, será uma angústia ou uma vontade de esquecer. Porque você tem raiva. Porque você sente falta. Porque você não sente nada.
Porque querendo ou não, eu impregnei teu futuro com nosso passado.
sábado, 28 de fevereiro de 2015
A desconexa história sobre dois.
O frio na barriga, o arrepio.
O anseio e a saudade.
O receio e a vontade.
A conversa solta.
A confusão.
A confiança.
A confissão.
É certo manter o olhar ali por tanto tempo?
O olhar desviado.
A vontade de olhar mais.
Um sorriso perdido no escuro de um quarto.
Ou seriam dois?
(sorrisos ou quartos?)
Um sonho.
Quantas noites?
O pensamento sem freio.
Quando acorda, quando come, quando ri, quando ouve, quando canta, quando lembra.
Planos?
Quando nega.
As mãos inquietas. Por que?
A preocupação.
O cuidado e o afeto.
O colo e o apoio.
O aconchego.
O alívio.
A desculpa e a compreensão.
A leveza de uma risada a dois.
Das gavetas que guardam os versos, as rimas, as cartas e canções.
Sabem guardar segredo?
O bom dia e o boa noite.
A criatividade pro silêncio.
Com quantas horas se faz uma madrugada?
As palavras gaguejadas.
As palavras pontuadas.
As palavras que enrubrecem.
A inexistência de palavras certas.
As surpresas.
O coração que acelera.
"Se aquieta!"
A vontade de ficar perto.
De dizer e de escutar.
Um, dois, três sorrisos.
Uma causa:
Qual?
O que?
Quem?
O anseio e a saudade.
O receio e a vontade.
A conversa solta.
A confusão.
A confiança.
A confissão.
É certo manter o olhar ali por tanto tempo?
O olhar desviado.
A vontade de olhar mais.
Um sorriso perdido no escuro de um quarto.
Ou seriam dois?
(sorrisos ou quartos?)
Um sonho.
Quantas noites?
O pensamento sem freio.
Quando acorda, quando come, quando ri, quando ouve, quando canta, quando lembra.
Planos?
Quando nega.
As mãos inquietas. Por que?
A preocupação.
O cuidado e o afeto.
O colo e o apoio.
O aconchego.
O alívio.
A desculpa e a compreensão.
A leveza de uma risada a dois.
Das gavetas que guardam os versos, as rimas, as cartas e canções.
Sabem guardar segredo?
O bom dia e o boa noite.
A criatividade pro silêncio.
Com quantas horas se faz uma madrugada?
As palavras gaguejadas.
As palavras pontuadas.
As palavras que enrubrecem.
A inexistência de palavras certas.
As surpresas.
O coração que acelera.
"Se aquieta!"
A vontade de ficar perto.
De dizer e de escutar.
Um, dois, três sorrisos.
Uma causa:
Quem?
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Pensamentos apenas.
Eu realmente acredito que os laços que criamos com as pessoas são eternos.
Acredito que uma vez que nos ligamos ao outro, construímos uma via de mão dupla ligando uma alma à outra. Uma estrada que serve para a permuta de sentimentos e pensamentos entre as duas pessoas.
Dependendo de como essa relação se desenvolve, essa via pode se estreitar ou se alargar. Há estradas amplas, arborizadas e movimentadas. E as vezes há algumas que ficam um pouco abandonadas, com algumas rachaduras e buracos. Além do mais, uma pode se transformar na outra e vice versa. Mas uma vez conectadas, duas pessoas não podem interditar essa ligação.
Pois bem. Consequentemente acredito muito que, mesmo abandonados, esses caminhos trazem algum movimento de vez em quando.
Aqueles pensamentos que parecem vir do nada, lembranças reativadas ou sonhos há muito tempo (muito tempo mesmo! ) não sonhados. E sinto que quando isso acontece é porque uma extremidade da via ativa a outra. O porquê desses súbitos momentos de recordações acontecerem, eu não sei. Muito menos qual extremidade ativa a outra. Sei que, por ser uma mão dupla, os dois lados são afetados.
Fico pensando entre devaneios se aos poucos, por mais destruída que a estrada esteja, um dia pode ser que florzinhas nasçam entre uma rachadura ou outra. Quem sabe, mesmo abandonada, volte a ser bela.
Fico pensando apenas.
Porque há estradas que precisam ser abandonadas... Mas não necessariamente esquecidas. E quando forem lembradas, que tragam os sorrisos das bonitas paisagens e não os chacoalhões do asfalto mal cuidado.
... Só pensando...
Acredito que uma vez que nos ligamos ao outro, construímos uma via de mão dupla ligando uma alma à outra. Uma estrada que serve para a permuta de sentimentos e pensamentos entre as duas pessoas.
Dependendo de como essa relação se desenvolve, essa via pode se estreitar ou se alargar. Há estradas amplas, arborizadas e movimentadas. E as vezes há algumas que ficam um pouco abandonadas, com algumas rachaduras e buracos. Além do mais, uma pode se transformar na outra e vice versa. Mas uma vez conectadas, duas pessoas não podem interditar essa ligação.
Pois bem. Consequentemente acredito muito que, mesmo abandonados, esses caminhos trazem algum movimento de vez em quando.
Aqueles pensamentos que parecem vir do nada, lembranças reativadas ou sonhos há muito tempo (muito tempo mesmo! ) não sonhados. E sinto que quando isso acontece é porque uma extremidade da via ativa a outra. O porquê desses súbitos momentos de recordações acontecerem, eu não sei. Muito menos qual extremidade ativa a outra. Sei que, por ser uma mão dupla, os dois lados são afetados.
Fico pensando entre devaneios se aos poucos, por mais destruída que a estrada esteja, um dia pode ser que florzinhas nasçam entre uma rachadura ou outra. Quem sabe, mesmo abandonada, volte a ser bela.
Fico pensando apenas.
Porque há estradas que precisam ser abandonadas... Mas não necessariamente esquecidas. E quando forem lembradas, que tragam os sorrisos das bonitas paisagens e não os chacoalhões do asfalto mal cuidado.
... Só pensando...
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Passa-rindo
Chegou de manso na varanda, visitou o meu jardim.
Beijou as minhas flores, me falou de suas dores, cantou baixinho para mim.
Aqui por perto fez seu acampamento de barro.
Contou-me suas aventuras, seus devaneios, desejos e anseios.
E de repente, sem querer, sem perceber e sem mais nem menos, lá estava eu, perdida no seu amarelo-canário.
Leve, passei a segui-lo pelo dias, assoviando por aí.
No dia a dia, eu era reco reco e ele era tico tico. Éramos quero quero.
Criei e reinventei. Descobri e me libertei.
E decidi.
Pra que viver no chão se dá pra apostar corrida com a lua, voar contra o vento até o amanhecer?
Perdi o medo e dei a asa a tapa.
Machuquei-me. Doeu todas as vezes que tentei sair do chão.
Mas aprendi a ver enCanto em cada tentativa de vôo.
Cai-n-Cantei.
Sol... brilha Lá Si Doer.
Refém, Mi Faz.
Refém me fez.
Eu não tinha mais escolha. A terra não bastava mais.
Ele me olhou. Ele sabiá. Ele sempre soube. E agora eu tinha aprendido que também tinha nascido pra voar.
Subi até o topo do lugar mais alto de todos.
Tomei coragem.
Tomei impulso.
Pulei!
E logo o vento veio me beijar!
A brisa me acomodou.
VOEI!
E quase que em piruetas, ele me alcançou. Riu uma nota Si e me envolveu no calor de uma clave de sol.
Planei. Libertei-me.
Enfim plena. Enfim livre.
Enfim lua, sol e estrela.
Meu ninho era o céu. Meu passarinho era ele.
Obrigada por vir me buscar. Ainda bem que te vi.
Eu te amo, meu doce Colibri.
Beijou as minhas flores, me falou de suas dores, cantou baixinho para mim.
Aqui por perto fez seu acampamento de barro.
Contou-me suas aventuras, seus devaneios, desejos e anseios.
E de repente, sem querer, sem perceber e sem mais nem menos, lá estava eu, perdida no seu amarelo-canário.
Leve, passei a segui-lo pelo dias, assoviando por aí.
No dia a dia, eu era reco reco e ele era tico tico. Éramos quero quero.
Criei e reinventei. Descobri e me libertei.
E decidi.
Pra que viver no chão se dá pra apostar corrida com a lua, voar contra o vento até o amanhecer?
Perdi o medo e dei a asa a tapa.
Machuquei-me. Doeu todas as vezes que tentei sair do chão.
Mas aprendi a ver enCanto em cada tentativa de vôo.
Cai-n-Cantei.
Sol... brilha Lá Si Doer.
Refém, Mi Faz.
Refém me fez.
Eu não tinha mais escolha. A terra não bastava mais.
Ele me olhou. Ele sabiá. Ele sempre soube. E agora eu tinha aprendido que também tinha nascido pra voar.
Subi até o topo do lugar mais alto de todos.
Tomei coragem.
Tomei impulso.
Pulei!
E logo o vento veio me beijar!
A brisa me acomodou.
VOEI!
E quase que em piruetas, ele me alcançou. Riu uma nota Si e me envolveu no calor de uma clave de sol.
Planei. Libertei-me.
Enfim plena. Enfim livre.
Enfim lua, sol e estrela.
Meu ninho era o céu. Meu passarinho era ele.
Obrigada por vir me buscar. Ainda bem que te vi.
Eu te amo, meu doce Colibri.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Lá de cima, ali de baixo
Hoje subi até a pedra mais alta.
A quilômetros do chão e a quilômetros do céu.
É o lugar onde a cabeça nas nuvens toca a terra e o pé no chão alcança as estrelas.
O meio termo entre o sol e a flor.
Uma linha tênue entre o seguro e o perigoso.
E durante um minuto inteiro (um minuto inteirinho!) eu não quis sair de lá nunca mais.
A quilômetros do chão e a quilômetros do céu.
É o lugar onde a cabeça nas nuvens toca a terra e o pé no chão alcança as estrelas.
O meio termo entre o sol e a flor.
Uma linha tênue entre o seguro e o perigoso.
E durante um minuto inteiro (um minuto inteirinho!) eu não quis sair de lá nunca mais.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
A flor, a Balança e a Certeza .
A flor que há pouco estava em seus cabelos, agora repousava sobre a mesa, servindo de modelo para o desenho. Os traços confundiam-se com o aroma. Ela começava a murchar (a Moça ou a flor?).
A concentração e foco corria do papel pras pétalas numa velocidade e precisão rara. Porém sua mente era puro devaneio.
Lembrou-se do calor daquelas mãos perto de seu rosto. Não eram as mãos certas. Não era o calor que ela queria. Não eram as palavras que lhe prendiam o fôlego. Mesmo assim, naqueles olhos havia uma doçura quase que inocente. Quase confortável. Quase compreensíveis. Quase.
A ponta do lápis quebrou.
Obviamente não fazia ideia de onde estava o apontador.
Suspirou. Cruzou os braços sobre a mesa e descansou a cabeça neles. Desistiu do desenho.
- Sabe... O "e se..." pode ser aterrorizante. As vezes a gente precisa saber ouvir os sinais que os sorrisos dão... É o que você diz. - Afastou-se dela. Encarou o chão também. - Mas é preciso arriscar. Saber ouvir o que nosso corpo, nosso cérebro e nosso espírito tentam dizer pro nosso consciente. Quer dizer... Me falta um violão, poesia e suas fitas. Mas me sobra fé. Me sobra vontade. Me sobra sorrisos quando penso em você.
Manteve-se em silêncio.
A cabeça latejava. Parecia gritar. Mesmo assim, ergueu-a novamente pra encarar a flor, mas em poucos segundos já não olhava mais nada. O olhar perdeu-se no caminho, dentro de si mesma.
... É uma balança no final das contas? Escolhemos o lado que pesa mais? Se fosse isso, com certeza a balança dela estaria desregulada, pois pesava palavras, momentos e pensamentos que não levariam a lugar nenhum... Faltava coragem na calibragem de sua balança. Coragem que não tinha e que não viria.
O que dizia o coração?
- Primeiramente, pra parar de ser tola e aceitar as circunstâncias.
Não, espera. Esse era apenas mais um grito de sua cabeça.
- Talvez pra parar imaginar coisas que não existem. Parar de esperar o que não vem.
Não. O coração dificilmente põe freio no que quer que seja. Principalmente na esperança.
- Dar uma chance pro que estava ao seu alcance então... Possibilitar o possível...
Respirou fundo.
Não tinha por que tentar cruzar caminhos paralelos.
"E por que tanta certeza?"
O eco da frase atingiu-lhe como um soco. Aquela voz. Aquela pergunta. Soltou o ar que lhe pesava mil toneladas, quase num desabafo fingido de meio-sorriso:
- Porque nos falta coragem. - ela respondeu baixinho, como se as memórias pudessem lhe ouvir.
Batucou o lápis sem ponta.
Descartou a imagem da balança (embora ela fosse muito útil pra maioria das pessoas fazerem suas escolhas, como ela bem sabia).
Olhou pra flor.
Pensou nas madrugadas em claro.
E decidiu-se.
A concentração e foco corria do papel pras pétalas numa velocidade e precisão rara. Porém sua mente era puro devaneio.
Lembrou-se do calor daquelas mãos perto de seu rosto. Não eram as mãos certas. Não era o calor que ela queria. Não eram as palavras que lhe prendiam o fôlego. Mesmo assim, naqueles olhos havia uma doçura quase que inocente. Quase confortável. Quase compreensíveis. Quase.
A ponta do lápis quebrou.
Obviamente não fazia ideia de onde estava o apontador.
Suspirou. Cruzou os braços sobre a mesa e descansou a cabeça neles. Desistiu do desenho.
- Sabe... O "e se..." pode ser aterrorizante. As vezes a gente precisa saber ouvir os sinais que os sorrisos dão... É o que você diz. - Afastou-se dela. Encarou o chão também. - Mas é preciso arriscar. Saber ouvir o que nosso corpo, nosso cérebro e nosso espírito tentam dizer pro nosso consciente. Quer dizer... Me falta um violão, poesia e suas fitas. Mas me sobra fé. Me sobra vontade. Me sobra sorrisos quando penso em você.
Manteve-se em silêncio.
A cabeça latejava. Parecia gritar. Mesmo assim, ergueu-a novamente pra encarar a flor, mas em poucos segundos já não olhava mais nada. O olhar perdeu-se no caminho, dentro de si mesma.
... É uma balança no final das contas? Escolhemos o lado que pesa mais? Se fosse isso, com certeza a balança dela estaria desregulada, pois pesava palavras, momentos e pensamentos que não levariam a lugar nenhum... Faltava coragem na calibragem de sua balança. Coragem que não tinha e que não viria.
O que dizia o coração?
- Primeiramente, pra parar de ser tola e aceitar as circunstâncias.
Não, espera. Esse era apenas mais um grito de sua cabeça.
- Talvez pra parar imaginar coisas que não existem. Parar de esperar o que não vem.
Não. O coração dificilmente põe freio no que quer que seja. Principalmente na esperança.
- Dar uma chance pro que estava ao seu alcance então... Possibilitar o possível...
Respirou fundo.
Não tinha por que tentar cruzar caminhos paralelos.
"E por que tanta certeza?"
O eco da frase atingiu-lhe como um soco. Aquela voz. Aquela pergunta. Soltou o ar que lhe pesava mil toneladas, quase num desabafo fingido de meio-sorriso:
- Porque nos falta coragem. - ela respondeu baixinho, como se as memórias pudessem lhe ouvir.
Batucou o lápis sem ponta.
Descartou a imagem da balança (embora ela fosse muito útil pra maioria das pessoas fazerem suas escolhas, como ela bem sabia).
Olhou pra flor.
Pensou nas madrugadas em claro.
E decidiu-se.
sábado, 24 de janeiro de 2015
Aos fracos, porém inteiros.
Um brinde ao comodismo cego,
À mentira vestida e cozida,
Ao medo covarde sem evidências de luta.
Um brinde ao silêncio,
As desculpas esfarrapadas,
E a falta de sonhos.
Um brinde aqueles que se sujeitam ao rancor e perdem todas as suas perspectivas futuras.
E obviamente aos responsáveis - àqueles que destroem vidas alheias sem um pingo de receio ou consideração.
Um brinde a todas as máscaras usadas no dia a dia,
A todas as frases repetidas irracionalmente,
Às baboseira lidas numa rede social qualquer
E claro, toda opinião vazia sem argumento, que existe apenas porque a massa de manobra é necessária!
Um brinde à tua revolta contida,
Ao grito calado e à todos aqueles que se portam como putas de seus chefes. Que tudo isso vire amargura e doença, pois assim continuam girando as engrenagens dos grandes: esmagando e triturando entre seus dentes aqueles que cedem aos berros ilógicos de quem tem a ganância desenfreada e podre.
E finalmente um último brinde ao SEU Ego, que nessa ânsia de ser insuperável, invencível e omnipotente tende a te deixar vazio e, em maior ou menor grau, colabora com essa fábrica de miseráveis e inúteis que regem uma sociedade igualmente estúpida e ignorante!
TIM-TIM
À mentira vestida e cozida,
Ao medo covarde sem evidências de luta.
Um brinde ao silêncio,
As desculpas esfarrapadas,
E a falta de sonhos.
Um brinde aqueles que se sujeitam ao rancor e perdem todas as suas perspectivas futuras.
E obviamente aos responsáveis - àqueles que destroem vidas alheias sem um pingo de receio ou consideração.
Um brinde a todas as máscaras usadas no dia a dia,
A todas as frases repetidas irracionalmente,
Às baboseira lidas numa rede social qualquer
E claro, toda opinião vazia sem argumento, que existe apenas porque a massa de manobra é necessária!
Um brinde à tua revolta contida,
Ao grito calado e à todos aqueles que se portam como putas de seus chefes. Que tudo isso vire amargura e doença, pois assim continuam girando as engrenagens dos grandes: esmagando e triturando entre seus dentes aqueles que cedem aos berros ilógicos de quem tem a ganância desenfreada e podre.
E finalmente um último brinde ao SEU Ego, que nessa ânsia de ser insuperável, invencível e omnipotente tende a te deixar vazio e, em maior ou menor grau, colabora com essa fábrica de miseráveis e inúteis que regem uma sociedade igualmente estúpida e ignorante!
TIM-TIM
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
(Um guardanapo que contou...)
A cada passo que dou em sua direção, são dois que eu tenho que voltar .
A cada sorriso que te dou, surge uma nova inquietação que eu tenho que lidar.
Eu queria poder fazer minhas escolhas e seguir meus impulsos e minha vontade de ficar.
Queria. De verdade.
Mas não depende de mim, não depende do tempo e nem da saudade.
Depende do motivo dos teus sonhos, das tuas canções.
E não me adianta rasgar os versos, impedir a prosa de ir pro papel.
Não adianta nada disso se eu sei que de madrugada são tuas rimas que me vem à cabeça.
Eu li tuas entrelinhas e sei dos teus segredos.
Talvez você até tenha a curiosidade de ficar também.
Teus olhos,vez ou outra, se aconchegam nos meus.
Teu abraço, de tão cheio de carinho, parece querer morar aqui.
Nossas madrugadas, com graça, se estendem o máximo que conseguem pra encontrar o sol.
Sua poesia, naturalmente, canta com a minha.
Seriam viagens inesquecíveis pra lugares nunca vistos antes.
O problema é que você não deve fazê-lo.
Teus refrões não dariam conta dos meus versos
E minhas cores não acompanhariam teus traços.
Ou quem sabe, tudo daria certo.
O ponto é que está na hora de partir.
O que temos de mais bonito é exatamente o motivo de nossa ruína.
Hoje acordei de um sonho bom.
Um sonho que me fez gargalhar e me sentir em casa.
E que ao mesmo tempo amparou minhas lágrimas e me fez flutuar.
Sonho esse que você nunca escolheu sonhar.
Sonho que era apenas sonho.
Não adianta voar sozinha e não adianta caminhar pra lugar nenhum.
Porque a cada passo que eu dou em sua direção, é um voo que eu deixo de alçar...
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
sábado, 3 de janeiro de 2015
Conhece a história? Eis que te dou um trecho dela...
Daqui do alto as estrelas sussurravam que já era a hora de sonhar.
Encarei o jardim da orla pela última vez. O procurei em meio àquelas flores e, apesar de tantas tão distintas umas das outras, nenhuma possuia o perfume dele. Nem que eu juntasse maresia e pétalas conseguiria o cheiro que me satisfaz.
Dei um sorriso amarelo pela falta do sorriso de canto.
Uma nebulosa chegou de mansinho e me aconchegou em seus braços.
Cedi ao remanso da noite e logo meus pensamentos começaram a se entregar à brisa.
Penso que talvez seja melhor assim.
Eu daqui e ele de lá... De algum lugar.
...
"Hey, você! Psiu!"
Num pulo - reconhecendo aquele timbre - logo me ponho desperta, dessa vez com um sorriso de verdade e olhos alertas! Debrucei-me na nuvem e olhei lá pra baixo em sua direção:
"Mas por onde se meteu?"
"Por aí... Você voa daí e eu caminho daqui, ué. "
Minha empolgação murchou um tanto ao lembrar disso. - Daí, daqui, de lá, dali... - Advérbios devidamente distribuídos pra cada um. Disfarcei a tempo de que não percebesse:
"E que aventura viveu?" - perguntei com uma curiosidade sugestiva e peralta.
Ele deu os ombros:
"Nada de mais."
"Certo, guarde-as para vivê-las comigo então" - sorri debochada.
Ele desviou o olhar. Mesmo assim, eu sabia que sorria. E mais que isso, eu sabia que estava levemente vermelho. Revirou um montinho do chão com os pés, brincando com aquela mistura de grama e areia, enquanto murmurou algo que não pude entender.
"O que disse?"
Ele voltou então a me olhar:
"Nada. Deixa pra lá... Não vai descer?"
"Pela sua demora em aparecer por aqui, acho que você quem deveria subir."
Ele torceu o nariz.
"É difícil subir aí. Você sabe que eu não posso... "
"Eu sei que você não quer, isso sim. Senão já estaria aqui." - falei, mesmo sabendo que eu acabaria descendo.
"Ah, as vezes eu subo."
"E rouba pedacinhos do céu."
Rimos da lembrança enquanto eu chegava até o chão. Depois de um leve silêncio, daqueles que acontecem pra dois pares de olhos poderem se cumprimentar, eu disse:
"Vamos ver o mar? Já que você perdeu o pôr do sol, pode vê-lo nascer pelo menos. "
Ele aceitou daquele jeito de quem finge relutar. Ele fazia muito isso, por sinal. Deve ser coisa de quem vive muito tempo no chão, sabe? Essa gente fica dizendo "não" quando a alma já disse "sim".
Passamos a madrugada ali, brincando de onda, indo e vindo. Sendo o meio termo de chão e céu, sendo um pouquinho de mar.
As horas passaram que nem vimos o céu acender. De repente, o sol já tava ali, esquentando nossa pele e fazendo nossos olhos ficarem apertadinhos por causa de toda aquela luz. Ainda na água, olhei pra ele e ri:
"Hahaha! Teu olho tá inchado!"
"É mar, é sol, é sono! Esperava o que? Além do mais, os seus também estão!"
"Acontece quando você inventa de vir me visitar invadindo meu sono!"
Ele desviou o olhar e murmurou algo novamente, sorrindo daquele jeito, como quem sabe de tudo e não sabe de nada.
"Não entendi nada, o que disse?"
Levantou os olhos e fitou-me, zombeteiro. Suspirei exageradamente:
"Não vai dizer, não é?"
Ele fez que não com a cabeça, mantendo o jeito brincalhão em silêncio.
"Que coisa! Por que faz isso?"
"Isso o que?"
"Isso! Ou diz algo que eu não consigo ouvir ou me faz achar que ouvi uma coisa que não disse!"
Ele caiu na risada, achando graça da minha frustração. Eu, boba, deixei brotar minha própria risada logo atrás. O empurrei de leve, fingindo agressão. Ele me puxou e me tomou em um dos braços, ainda rindo. Saímos da água daquele jeito até que chegamos na areia. Ele me olhou e disse:
"Seus olhos mudaram de cor. Estão bonitos."
Quase que numa teimosia inconsciente, desviei o olhar e encarei o céu, protegendo o excesso de luz com a mão:
"Acho melhor voltarmos. Já já dão pela nossa falta... "
"É... É melhor."
"Te vejo amanhã?"
"Provavelmente."
"Hum... Bom, pelo menos você sabe subir... "
"Sei..."
"Pode aparecer sem medo... Se quiser...
Agora, vai. Vai logo, antes que eu peça pra ficar." - Sorri descontraída em tom de brincadeira.
Ele me embrulhou num abraço e me envolveu o corpo, a mente e a alma. Ali agasalhada pelos braços dele, desliguei os pensamentos e deixei meu coração rimar com o dele um pouco. Ouvia melodias douradas saírem dali. Por fim, respirei fundo e o soltei. Pensei em como ele daria uma ótima nebulosa aconchegante... E lembrei do quanto eu precisava me manter afastada se o quisesse manter por perto...
"Bom... Eu tenho que ir. Apesar do sol ter nascido, as estrelas ainda estão lá. Se descobrem que fugi de novo, vão dar chilique em proporções de buraco negro... "
Ele sorriu de canto e fez que sim com a cabeça:
"Eu também já vou indo."
Demos um último abraço e fomos embora. Cada um no seu caminho.
Antes de passar pela primeira nuvem, tornei a olhar lá pra baixo a tempo de vê-lo olhando de volta. Ri e ele também. Acenei um último tchau antes que me desse vontade de voltar. Virei as costas e fui embora.
Chegando lá no alto repousei a cabeça nas nuvens. Sorri. Dessorri.
A esperança é a última que morre.
Mas pode ser a primeira que te mata.
Encarei o jardim da orla pela última vez. O procurei em meio àquelas flores e, apesar de tantas tão distintas umas das outras, nenhuma possuia o perfume dele. Nem que eu juntasse maresia e pétalas conseguiria o cheiro que me satisfaz.
Dei um sorriso amarelo pela falta do sorriso de canto.
Uma nebulosa chegou de mansinho e me aconchegou em seus braços.
Cedi ao remanso da noite e logo meus pensamentos começaram a se entregar à brisa.
Penso que talvez seja melhor assim.
Eu daqui e ele de lá... De algum lugar.
...
"Hey, você! Psiu!"
Num pulo - reconhecendo aquele timbre - logo me ponho desperta, dessa vez com um sorriso de verdade e olhos alertas! Debrucei-me na nuvem e olhei lá pra baixo em sua direção:
"Mas por onde se meteu?"
"Por aí... Você voa daí e eu caminho daqui, ué. "
Minha empolgação murchou um tanto ao lembrar disso. - Daí, daqui, de lá, dali... - Advérbios devidamente distribuídos pra cada um. Disfarcei a tempo de que não percebesse:
"E que aventura viveu?" - perguntei com uma curiosidade sugestiva e peralta.
Ele deu os ombros:
"Nada de mais."
"Certo, guarde-as para vivê-las comigo então" - sorri debochada.
Ele desviou o olhar. Mesmo assim, eu sabia que sorria. E mais que isso, eu sabia que estava levemente vermelho. Revirou um montinho do chão com os pés, brincando com aquela mistura de grama e areia, enquanto murmurou algo que não pude entender.
"O que disse?"
Ele voltou então a me olhar:
"Nada. Deixa pra lá... Não vai descer?"
"Pela sua demora em aparecer por aqui, acho que você quem deveria subir."
Ele torceu o nariz.
"É difícil subir aí. Você sabe que eu não posso... "
"Eu sei que você não quer, isso sim. Senão já estaria aqui." - falei, mesmo sabendo que eu acabaria descendo.
"Ah, as vezes eu subo."
"E rouba pedacinhos do céu."
Rimos da lembrança enquanto eu chegava até o chão. Depois de um leve silêncio, daqueles que acontecem pra dois pares de olhos poderem se cumprimentar, eu disse:
"Vamos ver o mar? Já que você perdeu o pôr do sol, pode vê-lo nascer pelo menos. "
Ele aceitou daquele jeito de quem finge relutar. Ele fazia muito isso, por sinal. Deve ser coisa de quem vive muito tempo no chão, sabe? Essa gente fica dizendo "não" quando a alma já disse "sim".
Passamos a madrugada ali, brincando de onda, indo e vindo. Sendo o meio termo de chão e céu, sendo um pouquinho de mar.
As horas passaram que nem vimos o céu acender. De repente, o sol já tava ali, esquentando nossa pele e fazendo nossos olhos ficarem apertadinhos por causa de toda aquela luz. Ainda na água, olhei pra ele e ri:
"Hahaha! Teu olho tá inchado!"
"É mar, é sol, é sono! Esperava o que? Além do mais, os seus também estão!"
"Acontece quando você inventa de vir me visitar invadindo meu sono!"
Ele desviou o olhar e murmurou algo novamente, sorrindo daquele jeito, como quem sabe de tudo e não sabe de nada.
"Não entendi nada, o que disse?"
Levantou os olhos e fitou-me, zombeteiro. Suspirei exageradamente:
"Não vai dizer, não é?"
Ele fez que não com a cabeça, mantendo o jeito brincalhão em silêncio.
"Que coisa! Por que faz isso?"
"Isso o que?"
"Isso! Ou diz algo que eu não consigo ouvir ou me faz achar que ouvi uma coisa que não disse!"
Ele caiu na risada, achando graça da minha frustração. Eu, boba, deixei brotar minha própria risada logo atrás. O empurrei de leve, fingindo agressão. Ele me puxou e me tomou em um dos braços, ainda rindo. Saímos da água daquele jeito até que chegamos na areia. Ele me olhou e disse:
"Seus olhos mudaram de cor. Estão bonitos."
Quase que numa teimosia inconsciente, desviei o olhar e encarei o céu, protegendo o excesso de luz com a mão:
"Acho melhor voltarmos. Já já dão pela nossa falta... "
"É... É melhor."
"Te vejo amanhã?"
"Provavelmente."
"Hum... Bom, pelo menos você sabe subir... "
"Sei..."
"Pode aparecer sem medo... Se quiser...
Agora, vai. Vai logo, antes que eu peça pra ficar." - Sorri descontraída em tom de brincadeira.
Ele me embrulhou num abraço e me envolveu o corpo, a mente e a alma. Ali agasalhada pelos braços dele, desliguei os pensamentos e deixei meu coração rimar com o dele um pouco. Ouvia melodias douradas saírem dali. Por fim, respirei fundo e o soltei. Pensei em como ele daria uma ótima nebulosa aconchegante... E lembrei do quanto eu precisava me manter afastada se o quisesse manter por perto...
"Bom... Eu tenho que ir. Apesar do sol ter nascido, as estrelas ainda estão lá. Se descobrem que fugi de novo, vão dar chilique em proporções de buraco negro... "
Ele sorriu de canto e fez que sim com a cabeça:
"Eu também já vou indo."
Demos um último abraço e fomos embora. Cada um no seu caminho.
Antes de passar pela primeira nuvem, tornei a olhar lá pra baixo a tempo de vê-lo olhando de volta. Ri e ele também. Acenei um último tchau antes que me desse vontade de voltar. Virei as costas e fui embora.
Chegando lá no alto repousei a cabeça nas nuvens. Sorri. Dessorri.
A esperança é a última que morre.
Mas pode ser a primeira que te mata.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
Uma carta pra ele. Da gaveta pro papel.
*Primeiro, agradeço por vir aqui.
Por querer saber sobre o que conta o meu coração hoje.
Mas hoje as palavras são para um único alguém.
Isso não te impede de se identificar, certamente. Mas dessa vez não escrevi poesia e nem em rima. Não escrevi pensando se você iria gostar de ler ou não. Isso não me importa hoje. Escrevi SOBRE ele. E apenas escrevi pra preencher um silêncio mórbido que acho que precisa chegar ao fim. Escrevi PRA ele.
De qualquer forma, as linhas abaixo contam sobre coisas que dizem meu coração.
Sinta-se a vontade de continuar lendo. Ou não.*
Sabemos o quanto nossa felicidade custa quando aprendemos o valor da dor.
Cega, eu não via o quanto da minha felicidade eu abdicava por outro alguém.
"Você não é feliz e eu não sei te fazer bem"...
Vez ou outra tuas palavras ecoam na minha memória. Palavras que perdi as contas de quantas vezes foram repetidas por você durante todos esses anos.
Negava tuas afirmativas e lutava por esse amor.
Você tentou me mostrar essa verdade durante tanto tempo e eu apenas tapava os ouvidos, não querendo aceitar.
Você me conhecia mais do que eu mesma naquele ponto.
Pensava que era tu o poço dos meus mais puros sorrisos e que sempre seria.
Mas onde já se viu amor ter limite?
Como poderia dizer que aquilo era a coisa mais bela que eu poderia sentir? Como não enxergava isso?
Seria tola em dizer que eu não era feliz. Obviamente eu era.
Sabe, é cafona, eu sei, mas pra mim "amor" e "dor" nunca foram boas rimas. E contigo essas palavras andavam de mãos dadas dentro de mim, num revezamento constante.
Meu consciente era incapaz de integrar as lágrimas à nossa história. Nosso amor era grande demais pra dar a importância que elas exigiam de mim.
Nesse emaranhado, não pude ver o quanto doeu estar contigo e que por mais que eu relutasse a acreditar, aquelas gotinhas de mar que escorriam dos meus olhos eram o sinal de que já tinha passado da hora de partir.
Doeu, certamente. Quebrar os planos e se desfazer daquele elo, rasgou meu coração. Encarar a realidade de tudo que havia escondido atrás da minha historinha de felicidade doeu mais ainda. Mas como me aliviou. Não sei por em palavras como as lágrimas faziam sentido, finalmente.
Não chorei pela tua falta.
Chorei pelo delírio que eu vivia.
(Admito que quem chorou foi meu ego e não meu coração. E ainda bem que o ego é muito mais fácil de ser domado do que o coração. Pude explicar a ele que não valia a pena desperdiçar tanto choro numa causa tola dessas. E ele compreendeu.)
Finalmente consegui sorrir. Tirei um peso das costas que eu não aguentava mais carregar. Aquele peso de forçar uma felicidade numa relação que já estava pra lá de gasta.
Depois de entender tudo isso, travei um sorriso na cara e uma leveza no coração que só veio porque seguimos nossos próprios caminhos, finalmente. E não sai de mim. Minha alma se entregou pra uma independência tão grande que a sensação de liberdade a faz voar. Obrigada por me chacoalhar e faze-la seguir pro alto!
Gostaria que soubesse que finalmente preenchi o vazio que tanto incomodava. Aquele que esperava que "nós" preenchêssemos.
Retomei hábitos que tinha saudade.
Voltei a acampar.
A fazer picnics.
Voltei a pintar e a escrever.
E a virar a noite rindo com os amigos.
Voltei a viajar.
Voltei a ficar de bobeira nas praças.
A ir de sopetão pra praia.
Voltei a dançar.
E comecei a fazer tantas outras coisas!
Arrisquei no trabalho.
Me envolvi de corpo e alma com meu curso e as pessoas maravilhosas que o fazem comigo.
Estou indo no teatro toda semana.
Vou em shows e passeio na Paulista.
Parei de ter medo de me aproximar demais de alguém.
Te olho com o carinho de alguém que só tem a agradecer.
Por tudo. Desde as cócegas, risotos-e-panquecas e apelidos, até o choro, o medo e o seu silencio.
E te peço perdão. Pelas exigências, pelo meu jeito de querer falar demais (e me magoar por você não entender) e por não ter sabido te fazer feliz.
E me disseram que você está muito bem.
Meu Deus, como fico feliz por isso.
Acho que tivemos nossos sorrisos juntos, sorrisos que apenas nós fomos capazes de viver. Sorrisos únicos.
Mas sei que não seríamos capazes de fazer o outro plenamente feliz no futuro.
E estou muito bem em saber que alguém poderá fazer isso por ti de agora em diante.
Sabe... Achei que nunca acharia um sorriso mais bonito do que aquele que tive durante todos aqueles anos.
Mas errei.Tinha sim.
Apesar de serem únicos, nenhum sorriso é insubstituível.
Encarei aqueles olhos grandes e redondos.
Tinham uma cor diferente e um brilho cristalino.
Os lábios faziam um lindo desenho de curva e pareciam contar piada.
E de repente notei que o que faltava pro meu amor estar pleno era aquele alguém.
E sabia que cada alegria seria retribuída sem nem um segundo de receio.
Sabia que ninguém seria capaz de me amar como aquele alguém.
Sorri de novo para o espelho e me amei mais um pouquinho.
Obrigada por ter me ensinado a me amar como nunca me amou amei.
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